Exercícios sobre sinais de pontuação
Teste seus conhecimentos por meio desta lista de exercícios sobre os sinais de pontuação.
(Enem)
Física com a boca
Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as ondas da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman — presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica — diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).
Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por
A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte.
B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
C) reticências, para deixar subentendida a formação do especialista.
D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.
(Enem)
Jogar limpo
Argumentar não é ganhar uma discussão a qualquer preço. Convencer alguém de algo é, antes de tudo, uma alternativa à prática de ganhar uma questão no grito ou na violência física — ou não física. Não física, dois pontos. Um político que mente descaradamente pode cativar eleitores. Uma publicidade que joga baixo pode constranger multidões a consumir um produto danoso ao ambiente. Há manipulações psicológicas não só na religião. E é comum pessoas agirem emocionalmente, porque vítimas de ardilosa — e cangoteira — sedução. Embora a eficácia a todo preço não seja argumentar, tampouco se trata de admitir só verdades científicas — formar opinião apenas depois de ver a demonstração e as evidências, como a ciência faz. Argumentar é matéria da vida cotidiana, uma forma de retórica, mas é um raciocínio que tenta convencer sem se tornar mero cálculo manipulativo, e pode ser rigoroso sem ser científico.
Língua Portuguesa, São Paulo, ano 5, n. 66, abr. 2011 (adaptado).
No fragmento, opta-se por uma construção linguística bastante diferente em relação aos padrões normalmente empregados na escrita. Trata-se da frase “Não física, dois pontos”. Nesse contexto, a escolha por se representar por extenso o sinal de pontuação que deveria ser utilizado
A) enfatiza a metáfora de que o autor se vale para desenvolver seu ponto de vista sobre a arte de argumentar.
B) diz respeito a um recurso de metalinguagem, evidenciando as relações e as estruturas presentes no enunciado.
C) é um recurso estilístico que promove satisfatoriamente a sequenciação de ideias, introduzindo apostos exemplificativos.
D) ilustra a flexibilidade na estruturação do gênero textual, a qual se concretiza no emprego da linguagem conotativa.
E) prejudica a sequência do texto, provocando estranheza no leitor ao não desenvolver explicitamente o raciocínio a partir de argumentos.
(Enem)
L.J.C.
— 5 tiros?
— É.
— Brincando de pegador?
— É. O PM pensou que...
— Hoje?
— Cedinho.
COELHO, M. In: FREIRE, M. (org.). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto, as reticências foram utilizadas para indicar
A) uma fala hesitante.
B) uma informação implícita.
C) uma situação incoerente.
D) a eliminação de uma ideia.
E) a interrupção de uma ação.
(Enem)
Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e seu leitor.
OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras, 2005 (fragmento).
A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, entre os quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois-pontos caracteriza uma operação textual realizada com a finalidade de
A) comparar elementos opostos.
B) relacionar informações gradativas.
C) intensificar um problema conceitual.
D) introduzir um argumento esclarecedor.
E) assinalar uma consequência hipotética.
É INCORRETO o que se afirma em:
A) Não se separa, com vírgula, o sujeito do predicado.
B) Separamos, com vírgula, o verbo e seu complemento.
C) Não separamos, com vírgula, o verbo de seu objeto indireto.
D) O aposto explicativo é separado por vírgula.
E) O vocativo deve ser separado por vírgula.
Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações:
( ) Oração subordinada adjetiva restritiva deve ser separada por vírgula da oração principal.
( ) Oração subordinada adjetiva explicativa deve ser separada por vírgula da oração principal.
( ) Orações coordenadas assindéticas devem ser separadas por vírgula.
A sequência correta é:
A) V, V, V.
B) F, F, F.
C) V, F, F.
D) F, V, V.
E) V, F, V.
Analise os seguintes períodos:
I- Vivia modestamente, mas era viciado em vinho caro.
II- Judite terminou a pesquisa e divulgou os resultados de seus estudos.
III- Luca, pegue seu irmão no colégio!
Segue(m) corretamente as regras de pontuação o(s) período(s):
A) I apenas.
B) II apenas.
C) III apenas.
D) I e III apenas.
E) I, II e III.
Assinale a alternativa em que o período apresenta corretamente sinais de pontuação.
A) Tivemos sorte; mas, do jeito que as coisas vão, logo teremos azar.
B) O irmão de J. P. C.; é um famoso estelionatário.
C) Paris; a Cidade Luz; é idealizada pelos eternos românticos.
D) Fui à loja, e comprei isto: um descascador de batatas.
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d’amarguras!
É canto funeral!... Que tétricas figuras!...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
CASTRO ALVES. O navio negreiro. In: CASTRO ALVES. Os escravos. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jp000009.pdf.
A estrofe do famoso poema O navio negreiro, do poeta baiano Castro Alves, apresenta:
A) questionamentos e explicações.
B) pausas longas e explicações.
C) emoções e forte caráter sugestivo.
D) surpresa e sentimento de prazer.
E) ponto de interrogação e vocativo.
Pérfida
Disse-lhe o poeta: “Aqui sob estes ramos,
Sob estas verdes laçarias bravas,
Ah! Quantos beijos, trêmula, me davas!
Ah! Quantas horas de prazer passamos!
Foi aqui mesmo, — como tu me amavas!
Foi aqui, sob os flóridos recamos
Desta ramagem, que uma rede alçamos
Em que teu corpo, mole, repousavas.
Horas passava junto a ti, bem perto
De ti. Que gozo então! Mas pouco a pouco,
Todo esse amor calcaste sob os pés”.
Mas, disse-lhe ela, quem és tu? De certo,
Essa mulher de quem tu falas, louco,
Não, não sou eu, porque não sei quem és...
SILVA, Francisca Júlia da. Mármores. Brasília: Senado Federal, 2020.
Acerca da pontuação do soneto “Pérfida”, da poetisa brasileira e parnasiana Francisca Júlia, é correto afirmar:
A) As aspas são usadas para indicar a expressão do eu lírico.
B) As exclamações expressam a repulsa do eu lírico diante do ser amado.
C) O travessão apresenta caráter explicativo e antecede uma exclamação.
D) A interrogação presente no texto é feita pelo poeta mencionado no poema.
E) No penúltimo verso, a vírgula apresenta caráter explicativo.
Leia o primeiro parágrafo do conto “O ovo apunhalado”, de Caio Fernando Abreu:
Ele saiu da moldura e veio caminhando em minha direção. Olhei para outro lado, mordi o lábio inferior, mas nada aconteceu: os carros passavam por cima da minha imagem refletida nas vidraças, os carros corriam e a minha imagem mordia o lábio inferior. Quando tornei a me voltar, ele continuava ali, a casca branca, as linhas mansas de seu contorno: um ovo. Disse-lhe isso — mas ele não parou —, você não vê que não tem a menor originalidade — e ele não parou —, todos já disseram tudo sobre você, qualquer cozinheira conhece o seu segredo.
ABREU, Caio Fernando. O ovo apunhalado. Porto Alegre: L&PM, 2001.
Nesse parágrafo, o uso do sinal de dois-pontos tem a função de:
A) introduzir um discurso direto.
B) introduzir uma citação.
C) esclarecer ou detalhar o enunciado anterior.
D) indicar a supressão de algumas palavras.
E) apontar interrupção, dúvida ou hesitação.
Todos os sinais de pontuação abaixo podem ser utilizados para separar ou introduzir uma explicação ou esclarecimento, exceto:
A) vírgula.
B) ponto e vírgula.
C) dois-pontos.
D) travessão.
Alternativa B.
Tanto o travessão quanto a vírgula têm caráter explicativo; portanto o sentido não é alterado se substituirmos o travessão pela vírgula: “Davi Akkerman, presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica, diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas”.
Alternativa C.
Ao escrever “dois pontos” em vez do sinal gráfico “:”, a função do sinal de pontuação se mantém de qualquer forma, ou seja: introduzir apostos exemplificativos.
Alternativa B.
Na fala “O PM pensou que...”, há uma informação implícita indicada pelas reticências, já que elas sugerem que o PM pensou em algo que o motivou a dar cinco tiros.
Alternativa D.
O enunciador afirma que “Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um erro”. Em seguida, argumenta: “é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e seu leitor”.
Alternativa B.
O verbo não pode ser separado de seu complemento (objeto direto ou objeto indireto).
Alternativa D.
Oração subordinada adjetiva restritiva NÃO pode ser separada por vírgula da oração principal. Já a oração subordinada adjetiva explicativa deve ser separada por vírgula da oração principal. Por fim, as orações coordenadas assindéticas são separadas por vírgula.
Alternativa E.
Em “Vivia modestamente, mas era viciado em vinho caro”, a vírgula antecede oração coordenada sindética adversativa. Já em orações coordenadas sindéticas aditivas, como “Judite terminou a pesquisa e divulgou os resultados de seus estudos”, não se usa a vírgula. Por fim, o vocativo “Luca” deve, obrigatoriamente, ser seguido de vírgula (também é possível utilizar o ponto de exclamação para um chamamento mais enfático).
Alternativa A.
No período “Tivemos sorte; mas, do jeito que as coisas vão, logo teremos azar”, o ponto e vírgula separa orações coordenadas, enquanto a vírgula separa uma oração intercalada. Não se pode separar sujeito do predicado. Portanto, o correto é escrever: “O irmão de J. P. C. é um famoso estelionatário”. Já em “Paris, a Cidade Luz, é idealizada pelos eternos românticos”, o aposto explicativo deve ser separado por vírgulas e não por ponto e vírgula. Por fim, não separamos oração coordenada sindética aditiva: “Fui à loja e comprei isto: um descascador de batatas”.
Alternativa C.
O poema apresenta emoções marcadas pelo sinal de exclamação e forte caráter sugestivo impresso nas reticências. O eu lírico faz apenas um questionamento, seguido de reticências: “Mas que vejo eu aí...”. Ele se mostra horrorizado com o que vê, não expressa prazer.
Alternativa C.
As aspas são usadas para indicar a fala de um poeta mencionado no início do texto. As exclamações expressam o prazer desse poeta ao relembrar o amor passado. Já o travessão apresenta caráter explicativo, pois explica que a interlocutora amava o poeta (ele expressa tal fato com uma exclamação) em determinado lugar. A interlocutora do poeta é quem faz a pergunta, ou seja, a interrogação: “Mas, disse-lhe ela, quem és tu?”. Por fim, no penúltimo verso, a vírgula é usada para separar o vocativo “louco”.
Alternativa C.
A função dos dois-pontos, no texto, é esclarecer ou detalhar o enunciado anterior. Assim, “os carros passavam por cima da minha imagem refletida nas vidraças, os carros corriam e a minha imagem mordia o lábio inferior” detalha o fato de que “nada aconteceu”, ou seja, tudo continuava o mesmo, “os carros passavam...”. Já “um ovo” esclarece o que é aquilo que “continuava ali, a casca branca, as linhas mansas de seu contorno”.
Alternativa B.
A vírgula separa a oração subordinada adjetiva explicativa. O ponto e vírgula separa orações coordenadas e também é usado em uma enumeração. Os dois-pontos introduzem um esclarecimento. Por fim, o travessão pode separar ou introduzir uma explicação.