Exercícios sobre figuras de pensamento

Com estes exercícios sobre figuras de pensamento, você poderá testar seus conhecimentos sobre esses recursos da linguagem. Publicado por: Mariana do Carmo Pacheco
Questão 1

(Fuvest) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em:

a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.

b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.

c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.

d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.

e) Amanheceu, a luz tem cheiro.

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Resposta

Alternativa C.

A catacrese é uma figura de linguagem que consiste no uso de termos ou expressões que não descrevem com exatidão o que se quer expressar, mas são empregados por não haver outra palavra ou expressão melhor. Nesse caso, essa palavra é “embarcar”, que, originalmente, serve apenas para designar a entrada em um barco.

Questão 2

(UFPE)

DESCOBERTA DA LITERATURA

No dia-a-dia do engenho/ toda a semana, durante/

cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance./

E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/

para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./

Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/

ouviam o folheto guenzo, / o seu leitor semelhante,/

com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./

Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/

em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/

e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/

a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/

que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/

e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/

receava que confundissem/ o de perto com o distante,/

o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/

e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/

ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./

(…)

João Cabral de Melo Neto

Sobre as figuras de linguagem usadas no texto, relacione as duas colunas abaixo:

(1) Romance de barbante                                ( ) Pleonasmo

(2) Roda morta; folheto guenzo                        ( ) Metáfora

(3) Como puro alto-falante                               ( ) Comparação

(4) Perto/distante                                             ( ) Metonímia
Ali/espaço mágico
Franzino/gigante

(5) Cochichavam-me em segredo                     ( ) Antítese

A ordem correta é:

a) 1, 2, 3, 4, 5

b) 5, 2, 3, 1, 4

c) 3, 1, 4, 5, 2

d) 2, 1, 3, 4, 5

e) 2, 4, 5, 3, 1

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Alternativa B.

Pleonasmo: quando há uma redundância na frase.

Metáfora: quando transportamos a palavra ou expressão do seu sentido literal para o sentido figurado.

Comparação: quando há uma comparação entre palavras ou expressões.

Metonímia: quando se emprega um termo no lugar do outro, havendo entre eles relação de sentido muito próxima.

Antítese: quando há exposição de ideias opostas e, entre as palavras ou expressões que representam essas ideias, há uma aproximação.

Questão 3

Quanto às afirmações listadas, o que está correto assinalar como verdadeiro?

I. “Enterrou o dedo no alfinete” é metonímia.

II. “Saio do hotel com quatro olhos,
- Dois do presente,
- Dois do passado.” é comparação.

III. Chorei bilhões de vezes naquele dia é hipérbole.

(A) Apenas I.

(B) Apenas II.

(C) Apenas III

(D) Apenas I e II.

(E) Nenhuma afirmação está correta.

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Alternativa C.

A hipérbole é um recurso que indica um exagero sobre determinada situação ou coisa. Chegando, às vezes, a não condizer com a realidade. No caso, “chorar bilhões de vezes” em um único dia é um tanto impossível.

Questão 4

4) Assinale a alternativa incorreta:

(A) Ele entregou a alma a Deus é eufemismo.

(B) “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) é uma antítese.

(C) “embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu” (Luis Fernando Veríssimo) é uma comparação.

(D) A cidade maravilhosa continua linda é uma perífrase.

(E) Aqueles ali são uns anjos, vivem metidos em confusão é uma ironia.

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Resposta

Alternativa C.

A frase da alternativa C apresenta um paradoxo, uma vez que não há quase vida e não há quase morte; ou se vive ou se está morto. O autor faz uso desse recurso da linguagem a fim de fazer com o os leitores reflitam sobre a vida que não é plenamente vivida.