Exercícios sobre as Guerras Guaraníticas
Tendo o Tratado de Tordesilhas como referência, aponte algumas das importantes ações que marcaram o processo de ocupação da região sul do Brasil.
Ao longo da experiência colonial, notamos que os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas foram sendo superados pela ocorrência de projetos de ocupação que desconsideravam tal acordo. De tal modo, a região sul foi sendo paulatinamente ocupada pela atividade pecuarista, favorecida pelo desenvolvimento das atividades econômicas e o surgimento de novos núcleos de colonização ao longo da América Portuguesa. Nessa mesma região, devemos apontar que os jesuítas espanhóis realizaram a formação de diversas missões religiosas que deram origem aos chamados Sete Povos das Missões.
De que modo a assinatura do Tratado de Madri (1750) prejudicou os interesses dos jesuítas da região dos Sete Povos?
Esse tratado firmado entre Portugal e Espanha determinava que as comunidades jesuíticas dos Sete Povos fossem imediatamente transferidas daquela região, que agora pertencia à Coroa Portuguesa. Desse modo, exigiam que os jesuítas e os índios aldeados atravessassem o rio Uruguai levando todos os seus pertences e abandonando as suas terras. Com isso, as exigências do acordo acabaram atingindo diretamente os interesses dos jesuítas naquela região.
Cite os principais eventos que marcaram o desenvolvimento das Guerras Guaraníticas.
Insatisfeitos com as exigências e implicações do Tratado de Madri, os jesuítas daquela região estabeleceram o armamento das populações indígenas que estavam sob sua influência. Entrando em conflito com as tropas espanholas e portuguesas, os índios e jesuítas acabaram sendo envolvidos em uma guerra marcada pela morte de milhares de nativos e o desenvolvimento de várias situações de extrema violência.
Mediante a deflagração dessa revolta, qual medida foi instituída pelo ministro Marquês de Pombal?
As guerras guaraníticas acabaram servindo de justificativa para que o Marquês de Pombal estabelecesse a expulsão dos jesuítas do território colonial. Apesar de confrontar a Igreja com essa medida, o funcionário do Estado português dizia que a ação dos jesuítas nas missões acabava formando um foco de poder e autoridade que ameaçava seriamente a hegemonia de Portugal no interior da colônia.
– (UFMS) "A Guerra Guaranítica foi a revolta dos missionários guaranis contra imposições do Tratado de Madri, que os obrigava a abandonar suas terras, moradias, plantações e rebanhos. O acordo de 1750 favorecia as monarquias ibéricas, defendendo seus interesses na região, mas prejudicava gravemente os indígenas."
(QUEVEDO, Júlio. A Guerra Guaranítica. São Paulo: Ática, 1996. p. 29.)
Com base no texto, é correto afirmar:
a) os índios reagiram à dominação colonial porque defendiam exclusivamente o Império Teocrático organizado pela Igreja Católica, que se sobressaía na América através da Companhia de Jesus.
b) os missionários guaranis estavam desaculturados do "ser" índio devido à tirania jesuíta, portanto, defendiam somente os interesses dos padres.
c) a guerra expressou a luta dos missioneiros guaranis que não queriam se transformar numa espécie de "sem terra" do século XVIII, visto que suas terras foram doadas aos soldados espanhóis.
d) a guerra representou um dos raros momentos de reação indígena, organizada contra as imposições da Coroa e dos colonizadores luso-espanhóis.
e) os missioneiros guaranis enfrentaram os exércitos luso-espanhóis, porque estavam organizando uma confederação indígena antiespanhola.
Letra d. Apesar de ser capitaneada pela ação dos jesuítas, vemos que essa situação de conflito foi de suma importância para reafirmar a oposição dos nativos contra a ingerência colonial portuguesa e espanhola. Sob tal aspecto, as guerras guaraníticas revelam uma faceta ainda pouco explorada sobre as diversas experiências e modos de agir historicamente vividos pelas populações nativas.