Exercícios sobre a Ditadura Militar no Brasil
(Enem/2018) São Paulo, 10 de janeiro de 1979.
Exmo. Sr. Presidente Ernesto Geisel.
Considerando as instruções dadas por V. S. de que sejam negados os passaportes aos senhores Francisco Julião, Miguel Arraes, Leonel Brizola, Luis Prestes, Paulo Schilling, Gregório Bezerra, Márcio Moreira Alves e Paulo Freire.
Considerando que, desde que nasci, me identifico plenamente com a pele, a cor dos cabelos, a cultura, o sorriso, as aspirações, a história e o sangue destes oito senhores.
Considerando tudo isto, por imperativo de minha consciência, venho por meio desta devolver o passaporte que, negado a eles, me foi concedido pelos órgãos competentes de seu governo.
Carta do cartunista Henrique de Souza Filho, conhecido como Henfil. In.: HENFIL. Cartas da mãe. Rio de Janeiro: Codecri, 1981 (adaptado).
No referido contexto histórico, a manifestação do cartunista Henfil expressava uma crítica ao(à):
a) censura moral das produções culturais.
b) limite do processo de distensão política.
c) interferência militar de países estrangeiros.
d) representação social das agremiações partidárias.
e) impedimento de eleição das assembleias estaduais.
LETRA B
No final da década de 1970, esboçou-se uma abertura do regime durante o governo Geisel. Essa abertura, diferentemente do que muitos pensam, não visava ao retorno à democracia, mas o objetivo dos militares era realizar uma abertura controlada com governos que se alinhassem aos interesses dos militares. Nesse sentido, uma série de medidas foram tomadas a partir de 1979, principalmente. Na questão acima, a ação do cartunista Henfil era uma crítica contra os limites da abertura política realizada pelos militares nesse contexto.
(Enem/2016) A Operação Condor está diretamente vinculada às experiências históricas das ditaduras civil-militares que se disseminaram pelo Cone Sul entre as décadas de 1960 e 1980. Depois do Brasil (e do Paraguai de Stroessner), foi a vez da Argentina (1966), Bolívia (1966 e 1971), Uruguai e Chile (1973) e Argentina (novamente, em 1976). Em todos os casos se instalaram ditaduras civil-militares (em menor ou maior medida) com base na Doutrina de Segurança Nacional e tendo como principais características um anticomunismo militante, a identificação do inimigo interno, a imposição do papel político das Forças Armadas e a definição de fronteiras ideológicas.
PADRÓS, E. S. et al. Ditadura de Segurança Nacional no Rio Grande do Sul (1964-1985):
história e memória. Porto Alegre: Corag, 2009 (adaptado).
Levando-se em conta o contexto em que foi criada, a referida operação tinha como objetivo coordenar a
a) modificação de limites territoriais.
b) sobrevivência de oficiais exilados.
c) interferência de potências mundiais.
d) repressão de ativistas oposicionistas.
e) implantação de governos nacionalistas.
LETRA D
A Operação Condor foi realizada durante a década de 1970 e 1980 e teve a adesão de países sul-americanos que eram governados por ditaduras militares em aliança com a CIA. O objetivo da Operação Condor era perseguir e reprimir os movimentos opositores que se organizavam contra as ditaduras, sobretudo os movimentos de esquerda. Contou com o envolvimento do Brasil, do Chile, da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, da Bolívia e dos EUA.
A atuação da imprensa na articulação do golpe civil-militar que resultou na deposição de João Goulart e no início da Ditadura Militar com a implantação do AI-1 e da eleição indireta de Humberto Castello Branco, deu-se por meio da:
a) Frente Ampla
b) Ibad
c) Ipes
d) Rede da Democracia
e) Marcha da Família
LETRA D
A Rede da Democracia contou com a adesão de uma série de emissoras de rádio e também com jornais impressos, destaque para os expressivos jornais da Globo e o Jornal do Brasil. Esse grupo atuou de outubro de 1963 a abril de 1964 e tinha como objetivo promover a doutrinação ideológica para realizar a destituição de João Goulart da presidência do Brasil. Tratou-se, então, de uma conspiração para desestabilizar o governo.
A partir de 1968, a Ditadura Militar ampliou o seu aparato repressor, concluindo esse processo de fechamento do regime com o decreto do AI-5. Em diversas frentes, a repressão da ditadura atuou para reprimir os movimentos sociais, como o estudantil, o operário ou até mesmo a demonstração de oposições entre os próprios deputados. O fechamento do regime fez com que muitos opositores se lançassem à resistência armada, movimento que atuou para derrubar a ditadura pela via armada, entre 1968 e 1973. Dos nomes listados abaixo, selecione aquele que NÃO se envolveu com a resistência armada:
a) Carlos Marighella
b) Carlos Lacerda
c) Carlos Lamarca
d) João Amazonas
e) Dilma Rousseff
LETRA B
Dos nomes citados, o único que não se envolveu com a resistência armada à ditadura foi o jornalista Carlos Lacerda. Antigo membro da UDN, Carlos Lacerda era um conservador que foi um entusiasta do Golpe de 1964, mas que se desiludiu com o regime quando percebeu que o Brasil se tornara um país governado por uma ditadura. Morreu em 1977, vítima de infarto.
O período de grande crescimento econômico que aconteceu durante parte da Ditadura Militar, principalmente durante o Governo Médici, recebeu qual nome?
a) Marcha para o progresso
b) Milagre econômico
c) Avanço brasileiro
d) Era de ouro dos militares
e) Progresso econômico popular
Resposta: Letra B
O período de grande crescimento da economia brasileira durante a Ditadura Militar recebeu o nome de milagre econômico. Esse período se estendeu de 1968 a 1973, sendo marcado por um crescimento do PIB de cerca de 10% por ano. O milagre econômico também foi marcado por grandes construções realizadas pelo governo e teve a concentração de renda e a alta inflacionária na década seguinte como uma de suas consequências.
(Metro Capital Soluções) Assinale a alternativa que apresenta corretamente o nome do último presidente do período da Ditadura Militar no Brasil.
a) João Figueiredo
b) Castello Branco
c) Ernesto Geisel
d) Costa e Silva
e) Emílio Médici
LETRA A
O último “presidente” que o Brasil teve durante a Ditadura Militar foi João Figueiredo, que governou o país de 1979, após suceder Ernesto Geisel, a 1985, quando foi sucedido por José Sarney, que assumiu a presidência em razão do falecimento do candidato eleito, Tancredo Neves.
(IDCAP) Julgue o excerto abaixo.
Figueiredo assumiu a presidência em um momento político de extrema ebulição: a economia brasileira ia de mal a pior, afetada, sobretudo, pela segunda crise do petróleo que assolou o mundo em 1979; a inflação batia recordes, chegando a faixa de 110% ao ano; os operários do ABC paulista realizavam uma grande greve e tornavam-se o centro de referência para os movimentos de oposição à Ditadura Militar. Ademais, beneficiados pela lei de anistia, vários líderes e militantes de oposição voltaram do exílio.
a) O excerto está parcialmente correto, pois, durante todo o regime militar, a inflação se manteve controlada.
b) O excerto está parcialmente correto, uma vez que foi somente no governo Costa e Silva que opositores ao regime voltaram do exílio.
c) O excerto está completamente correto.
d) O excerto está parcialmente correto, uma vez a greve dos operários do ABC se deu no governo
Castelo Branco.
e) O excerto está completamente incorreto.
LETRA C
O governo de João Figueiredo foi, de fato, bastante impopular, em razão da crise econômica instalada no país e porque os movimentos sociais começavam a se reorganizar, com destaque para os metalúrgicos da região do ABC. A anistia dada em 1979 permitiu que milhares de brasileiros pudessem retornar para o país.
Qual dos nomes abaixo não corresponde a um “presidente” que governou o Brasil durante o período da Ditadura Militar?
a) Marechal Eurico Dutra
b) Marechal Humberto Castello Branco
c) Marechal Artur da Costa e Silva
d) General Emílio Médici
e) General Ernesto Geisel
LETRA A
Dos mencionados, o único que não governou o país durante a Ditadura Militar foi o marechal Eurico Gaspar Dutra. Ele foi presidente do Brasil de 1946 a 1951, no período conhecido como Quarta República, e foi eleito por eleição direta, isto é, foi escolhido pela população.
Qual foi o estopim que motivou os militares a realizarem o fechamento do regime por meio do Ato Institucional nº 5?
a) Um sequestro realizado pela Vanguarda Popular Revolucionária.
b) Um protesto estudantil no Rio de Janeiro.
c) O discurso do deputado Márcio Moreira Alves.
d) Denúncias realizadas pela imprensa.
e) Greve geral dos trabalhadores no ABC.
LETRA C
O estopim que levou os militares a fecharem mais ainda o regime aconteceu em setembro de 1968, quando o deputado da oposição Márcio Moreira Alves acusou os militares de serem um valhacouto de torturadores. Ele ainda orientou a população a boicotar as celebrações de 7 de setembro. Os deputados recusaram-se a punir o deputado e a resposta do governo veio com o AI-5.
O encerramento da Ditadura Militar se deu quando um candidato da oposição foi eleito presidente do país na eleição indireta de 1985. Estamos falando de quem?
a) Ullysses Guimarães
b) Tancredo Neves
c) Paulo Maluf
d) Fernando Collor
e) Itamar Franco
LETRA B
Tancredo Neves foi o candidato que saiu vitorioso na eleição presidencial de 1985. Ele tinha como vice José Sarney, e juntos derrotaram o candidato dos militares, Paulo Maluf. No entanto, Tancredo Neves nunca assumiu a presidência, porque problemas de saúde o impediram de fazê-lo.
A partir do AI-2, o Brasil teve um sistema bipartidário, o que determinava que somente dois partidos políticos poderiam existir no país. Um partido representava o regime, enquanto o outro atuava como uma oposição consentida. A sigla desses dois partidos era:
a) PT e PSDB.
B) PTB e UDN.
c) PRP e PRM.
d) PMDB e PP.
e) Arena e MDB.
LETRA E
O Ato Institucional nº 2 foi anunciado em 27 de outubro de 1965. Esse ato acabou com o pluripartidarismo no Brasil e estabeleceu que somente dois partidos políticos funcionariam aqui: a Aliança Renovadora Nacional, a Arena, e o Movimento Democrático Brasil, o MDB. O bipartidarismo esteve em vigor até o ano de 1979.
A campanha pela qual a população brasileira exigia o direito ao voto na eleição presidencial de 1985 ficou conhecida como:
a) Caras-pintadas.
b) Marcha da Família.
c) Jornadas de junho.
d) Diretas Já.
e) Fiscais do Sarney.
LETRA D
As Diretas Já foram a campanha popular em que a população brasileira exigia a aprovação da Emenda Dante de Oliveira, emenda constitucional que estipulava que a eleição presidencial deveria acontecer por meio de voto direto, algo que não acontecia em nosso país desde 1960. Essa campanha atuou entre os anos de 1983 e 1984.