Exercícios sobre Engenho de Açúcar
(Enem-2012) “Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio.”
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).
O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de Cristo e
a) a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros.
b) a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
c) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
d) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
Letra E. A comparação feita pelo padre Antônio Vieira mostrou a semelhança entre o martírio vivenciado por Jesus, como está exposto na Bíblia, e o cotidiano de trabalho e de vida dos africanos escravizados nos engenhos de açúcar da colônia portuguesa.
(Unifesp) Com relação à economia da cana-de-açúcar e da pecuária no Nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que:
a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes, foram as que mais usaram escravos.
b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda, tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre.
c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação de animais para atender o mercado interno.
d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de trabalho compulsório.
e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer tentativa de comparação entre ambas.
Letra D. Havia formas de trabalho livre nos engenhos, em menor número, como havia formas de trabalho escravo na pecuária, também em menor número. A utilização de mão de obra escrava ou livre não está necessariamente ligada ao nível tecnológico das atividades econômicas, mas sim a uma maior ou menor quantidade de trabalhadores para sua execução.
A imagem abaixo é do holandês Frans Post, que pintou diversas imagens do Brasil, dentre elas os engenhos de açúcar.
Fábrica de açúcar e plantação do Engenho Real, de Frans Post (1612-1680)
Os engenhos constituíam verdadeiras fábricas, realizando todas as fases do processo de produção do açúcar em suas próprias instalações. Dentre as alternativas abaixo, qual indica uma informação incorreta sobre os engenhos de açúcar?
a) Após a colheita, a cana-de-açúcar era levada à moenda para sofrer o esmagamento de seu caule e a extração da garapa.
b) Em terras coloniais era produzido apenas um tipo de açúcar: o mascavo, de coloração escura. O açúcar branco era refinado na Europa, em virtude de ser direcionado aos consumidores desse continente.
c) As moendas funcionavam com o uso da tração animal, o trapiche, pois os gastos exigidos para a sua construção eram menores.
d) Os engenhos não estavam disponíveis em toda e qualquer propriedade que plantava cana-de-açúcar. Os fazendeiros que não possuíam um engenho eram geralmente conhecidos como lavradores de cana.
e) Além dessas unidades produtivas, um engenho também contava com construções utilizadas para o abrigo da população que ali vivia, como a Casa-grande e a Senzala.
Letra B. O refino também era realizado em terras coloniais portuguesas, sendo produzido aqui tanto o açúcar mascavo quanto o branco.
A agromanufatura do açúcar no Brasil colonial garantia todo o processo de produção, desde o plantio da cana até o produto final, pronto para ser exportado para a Europa, ficando na colônia o açúcar mascavo e sendo exportado em sua maior parte o açúcar branco. Apesar de controlar todo o processo de produção, não eram os portugueses que realizavam a distribuição do produto na Europa, cabendo essa função aos:
a) ingleses.
b) holandeses.
c) franceses.
d) belgas.
e) espanhóis.
Letra B. Os holandeses controlavam a distribuição do açúcar nos mercados europeus, passando depois também a refinar o produto em suas terras. Tempos depois passaram a produzir o produto em terras americanas, destacando-se a ocupação do litoral do Nordeste brasileiro em meados do século XVII.