Exercícios sobre o Período Pré-Colonial
(Cesgranrio)
O início da colonização portuguesa no Brasil, no chamado período "pré-colonial" (1500-1530), foi marcado pelo(a):
a) envio de expedições exploratórias do litoral e pelo escambo do pau-brasil;
b) plantio e exploração do pau-brasil, associado ao tráfico africano.
c) deslocamento, para a América, da estrutura administrativa e militar já experimentada no Oriente;
d) fixação de grupos missionários de várias ordens religiosas para catequizar os indígenas;
e) implantação da lavoura canavieira, apoiada em capitais holandeses.
Letra A. Nos primeiros trinta anos da colonização, observamos que os portugueses limitaram-se a enviar expedições de reconhecimento e proteção ao litoral brasileiro. Sob o ponto de vista econômico, a extração do pau-brasil era realizada através da mão de obra voluntária dos índios, que recebiam pequenas mercadorias pelo serviço prestado (escambo).
"Apesar dos exageros e incorreções, a Lettera de Américo Vespúcio para Piero Soderini com certeza continha várias passagens verídicas. Uma delas é o trecho no qual, referindo-se à sua primeira viagem ao Brasil, realizada entre maio de 1501 e julho de 1502, Vespúcio afirma: 'Nessa costa não vimos coisa de proveito, exceto uma infinidade de árvores de pau-brasil (...) e já tendo estado na viagem bem dez meses, e visto que nessa terra não encontrávamos coisa de metal algum, acordamos despedirmo-nos dela.' Deve ter sido exatamente esse o teor do relatório que Vespúcio entregou para o rei D. Manoel, em julho de 1502, logo após desembarcar em Lisboa, ao final de sua primeira viagem sob bandeira portuguesa. O diagnóstico de Vespúcio selou o destino do Brasil pelas duas décadas seguintes. Afinal, no mesmo instante em que era informado pelo florentino da inexistência de metais e de especiarias no território descoberto por Cabral, D. Manoel concentrava todos os seus esforços na busca pelas extraordinárias riquezas do Oriente. (BUENO, Eduardo. Náufragos,traficantes e degredados: as primeiras expedições ao Brasil. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1998, p. 65.)
A descoberta do Brasil não alterou os rumos da expansão portuguesa voltada prioritariamente para o Oriente, o que explica as características dos primeiros anos da colonização brasileira, entre as quais se inclui o (a):
a) caráter militar da ocupação, visando à defesa das rotas atlânticas;
b) escambo com os indígenas, garantindo o baixo custo da exploração;
c) abertura das atividades extrativas da colônia a comerciantes das outras potências europeias;
d) migração imediata de expressivos contingentes de europeus e africanos para a ocupação do território;
e) exploração sistemática do interior do continente em busca de metais preciosos.
Letra B. O escambo realizado com os índios exemplificava a falta de interesse dos portugueses em investirem grandes capitais na exploração do espaço colonial brasileiro. Mais interessados em consolidar laços econômicos com o mundo oriental, Portugal limitou-se a explorar a extensa quantidade de pau-brasil, que poderia ser empregado na indústria têxtil, na fabricação de embarcações e na construção de residências e móveis.
(USS)
Assinale a alternativa correta a respeito do período pré-colonial brasileiro:
a) Os franceses não reconheciam o domínio português, tanto que chegaram a se estabelecer no Rio de Janeiro e no Maranhão.
b) O trabalho intenso de Anchieta e Nóbrega na catequese dos índios tinha o objetivo de impedir a escravização do gentio.
c) A ocupação temporária europeia, por meio de feitorias, deveu-se à inexistência de organização social produtora de excedentes negociáveis.
d) A cordialidade dos indígenas contrastava com a hostilidade europeia dos portugueses, cujo objetivo metalista conduzia sempre à prática da violência.
e) A cordialidade inicial entre europeus e índios deveu-se ao fato de que o objetivo catequético superava os fins materiais da expansão marítima.
Letra A. Vista como uma das mais graves consequências do desinteresse português em relação às terras brasileiras, a invasão dos franceses revelou o desenvolvimento de uma concorrência de outras nações europeias no processo de colonização do continente americano. Sem reconhecer a validade do Tratado de Tordesilhas, os franceses realizaram o contrabando do pau-brasil e tentaram consolidar algumas colônias no litoral brasileiro.
"De começo, e fosse qual fosse, após a exploração cabralina, a importância dos conhecimentos geográficos sobre o Brasil, o interesse de D. Manuel pelos seus novos territórios da América foi, ao que parece, mais de ordem estratégica que econômica."
(CORTESÃO, Jaime. Os descobrimentos portugueses, p. 1086, citado em MORAES, Antonio Carlos Robert. Bases da formação territorial do Brasil. São Paulo: HUCITEC, 2000, p. 174.)
Segundo o historiador português, Jaime Cortesão, no início do século XVI, a importância econômica dada à América pelo Estado português foi de ordem estratégica. Isto, porque:
a) apesar de terem sido encontrados imediatamente metais preciosos no território, os portugueses não tinham maior interesse neles;
b) as comunidades indígenas do litoral sul da América eram hostis a qualquer contato com os portugueses, o que impediu o desenvolvimento de atividades econômicas na região;
c) a extensão do litoral e o clima tropical impediam o desenvolvimento de atividades econômicas que permitissem a produção de bens valorizados na Europa;
d) o interesse português estava voltado para o Oriente, e o controle do litoral sul da América deveria garantir, fundamentalmente, o monopólio da navegação da rota do Cabo;
e) a instalação de feitorias que estimulassem o plantio, pelas comunidades indígenas, do pau-brasil, produto valorizado no mercado europeu e, por isso, gerador de lucros para o Estado português.
Letra D. Apesar da imensidão do território conquistado, os portugueses pretendiam expandir suas fronteiras econômicas comercializando com os povos do Oriente. Quando muito, os portugueses realizavam rápidas expedições de exploração e reconhecimento do território brasileiro. Com o passar do tempo, o insucesso do comércio oriental e as sucessivas tentativas de invasão motivaram a organização das primeiras ações de natureza colonizadora.