Enem: lista de exercícios sobre Período Joanino e Independência do Brasil
(Enem 2014) A transferência da corte trouxe para a América Portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de 1808.
(NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997)
Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América Portuguesa por terem:
a. incentivdo o clamor popular por liberdade.
b. enfraquecido o pacto de dominação metropolitana.
c. motivado as revoltas esravas contra a elite colonial.
d. obtido o apoio do grupo constitucionalista português.
e. provocado os movimentos separatistas das províncias.
Letra B. A vinda da família real para o Brasil teve como consequência a abertura dos portos às nações amigas, sobretudo para a Inglaterra. Essa abertura portuária contribuiu com o enfraquecimento do Pacto Colonial.
(Enem 2010) Em 2008 foram comemorados os 200 anos da mudança da família real portuguesa para o Brasil, onde foi instalada a sede do reino. Uma sequência de eventos importantes ocorreu no período 1808-1821, durante os 13 anos em que D. João VI e a família real portuguesa permaneceram no Brasil.
Entre esses eventos, destacam-se os seguintes:
• Bahia - 1808: Parada do navio que trazia a família real portuguesa para o Brasil, sob a proteção da marinha britânica, fugindo de um possível ataque de Napoleão.
• Rio de Janeiro - 1808: desembarque da família real portuguesa na cidade onde residiriam durante sua permanência no Brasil.
• Salvador - 1810: D. João VI assina a carta régia de abertura dos portos ao comércio de todas as nações amigas, ato antecipadamente negociado com a Inglaterra em troca da escolta dada à esquadra portuguesa.
• Rio de Janeiro - 1816: D. João VI torna-se rei do Brasil e de Portugal, devido à morte de sua mãe, D. Maria I.
• Pernambuco - 1817: As tropas de D. João VI sufocam a revolução republicana.
GOMES. L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2007 (adaptado)
Uma das consequências desses eventos foi:
a. decadência do império britânico, em razão do contrabando de produtos ingleses através dos portos brasileiros.
b. o fim do comércio de escravos no Brasil, porque a Inglaterra decretara, em 1806, a proiição do tráfico de escravos em seus domínios.
c. a conquista da região do rio da Prata em represália à aliança entre a Espanha e a França de Napoleão.
d. a abertura de estradas, que permitiu o rompimento do isolamento que vigorava entre as províncias do país, o que dificultava a comunicação antes de 1808.
e. o grande desenvolvimento econômico de Portugal após a vinda de D. João VI para o Brasil, uma vez que cessaram as despesas de manutenção do rei e de sua família.
Letra C. Após decretação do Bloqueio Continental por Napoleão e a decisão da corte de Portugal de se transferir para o Brasil, a França se tornou inimiga de Portugal. Como a Espanha foi invadida por tropas francesas, D. João VI considerou legítima a invasão dos territórios espanhóis na América, reivindicando em nome de sua esposa, Carlota Joaquina, a região do Rio da Prata, que, por muitos anos, havia sido fonte de disputas entre Portugal e Espanha.
(Enem 2010) Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente Alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a este respeito no Estado do Brasil.
Alvará de liberdade para as indústrias (1.o de Abril de 1808). In Bonavides, P.; Amaral, R. Textos políticos da História do Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).
O projeto industrializante de D. João, conforme expresso no alvará, não se concretizou. Que características desse período explicam esse fato?
a. A ocupação de Portugal pelas tropas francesas e o fechamento das manufaturas portuguesas.
b. A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio industrial inglês sore suas redes de comércio.
c. A desconfiança da burguesia industrial colonial diante da chegada da família real portuguesa.
d. O confronto entre a França e a Inglaterra e a posição úbia assumida por Portugal no comércio internacional.
e. O atraso industrial da colônia provocado pla perda de mercados para as indústrias portuguesas.
Letra B. Apesar da abertura dos portos, o projeto de industrialização de D. João não se concretizou devido ao domínio que a capital inglesa exercia sobre o comércio no Brasil. Um indício que mostra esse domínio é o alvará assinado em 1810, entre Portugal e Inglaterra, que determinava uma tarifa alfandegária de 24% sobre os produtos importados e de 16% sobre as mercadorias de origem portuguesa, além de uma tarifa preferencial de 15% para os ingleses, ou seja, abaixo da taxa que incidia sobre os artigos provenientes de Portugal.
(Enem 2021) O movimento sedicioso ocorrido na capitania de Pernambuco, no ano 1817, foi analisado de formas diferentes por dois meios de comunicação daquela época. O Correio Braziliense apontou para o fato de ser “a comoção no Brasil motivada por um descontentamento geral, e não por maquinações de alguns indivíduos". Já a Gazeta do Rio de Janeiro considerou o movimento como um "pontual desvio de norma, apenas uma 'mancha' nas 'páginas da História Portuguesa’, tão distinta pelos testemunhos de amor e respeito que os vassalos desta nação consagram ao seu soberano".
JANCSÔ. I. PIMENTA, J. P. Peças da um mosaico. In MOTA. C. G. (Org) Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000) São Paulo; Senac. 2000 (adaptado).
Os fragmentos das matérias jornalísticas sobre o acontecimento, embora com percepções diversas, relacionam-se a um aspecto do processo de independência da colônia luso-americana expresso em dissensões entre:
a. quadros dirigentes em tomo da abolição da ordem escravocrata.
b. grupos regionais acerca da configuração político-territorial.
c. inteletuais laicos acerca da revogação do domínio eclesiástico.
d. homens livres em tomo a extensão do direito de voto.
e. elites locais acerca da ordenação do monopólio fundiário.
Letra B. O comando da questão aborda a divergência de interesses presentes entre grupos da elite durante o processo de independência do Brasil. No caso, ao abordar a Revolução Pernambucana, que foi um movimento republicano e separatista, houve uma divergência das opiniões dos jornais, que demonstram preocupações quanto às configurações políticas e territoriais do país.
(Enem 2019) Entre os combatentes estava a mais famosa heroína da Independência. Nascida em Feira de Santana, filha de lavradores pobres, Maria Quitéria de Jesus tinha trinta anos quando a Bahia começou a pegar em armas contra os portugueses. Apesar da proibição de mulheres nos batalhões de voluntários, decidiu se alistar às escondidas. Cortou os cabelos, amarrou os seios, vestiu-se de homem e incorporou-se às fileiras brasileiras com o nome de Soldado Medeiros.
GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
No processo de Independência do Brasil, o caso mencionado é emblemático porque evidencia a:
a. rigidez hierárquic da estrutura social.
b. inserção feminina nos ofícios militares.
c. adesão públia dos imigrantes portugueses.
d. flexibiliade administrativa do governo imperial.
e. receptividade metropolitana aos ideais emancipatórios.
Letra A. A sociedade colonial foi marcada pelo escravismo, autoritarismo e patriarcalismo. Esse último pode, inclusive, ser percebido pela proibição de mulheres nos batalhões. Foi, desse modo, a rigidez da estrutura social patriarcal que levou Maria Quitéria a precisar se vestir de homem para se alistar nos batalhões que lutaram nas guerras de independência.
(Enem 2007) Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que distinguia as classes cultas e “naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações.
Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.
Levando-se em consideração as afirmações acima, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país:
a) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial.
b) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre.
c) se tornou dependente da economia europeia por realizar tardiamente sua industrialização em relação a outros países.
d) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos para a infraestrutura de serviços urbanos.
e) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários setores produtivos.
Letra C. Apesar da independência do Brasil e da abertura dos portos, o projeto de industrialização NÃO se concretizou rapidamente devido ao domínio que a Inglaterra exercia sobre o comércio no Brasil.
(Enem 2009) No tempo da independência do Brasil, circulavam nas classes populares do Recife trovas que faziam alusão à revolta escrava do Haiti:
Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar,
Porque só pardos e pretos
O país hão de habitar.
AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como se depreende:
a. dos rumores cerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam entre a população escrava e entre os mestiços pobres, alimentando seu desejo por mudanças.
b. da rejeição aos portugueses, rancos, que significava a rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu na Noite das Garrafadas.
c. do apoio que esravos e negros forros deram à monarquia, com a perspectiva de receber sua proteção contra as injustiças do sistema escravista.
d. o repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam contra os marinheiros, porque estes representavam a elite branca opressora.
e. da expulsão de vários líderes negros independentistas, que defendiam a implantação de uma república negra, a exemplo do Haiti.
Letra A. A independência do Haiti, também conhecida como Revolução Haitiana ou Revolta de São Domingos, ocorreu entre os anos de 1791 e 1804. Foi considerada um momento decisivo na história dos povos africanos na América porque foi a primeira nação negra a ser independente e, por isso, o Haiti ficou sendo conhecido como África Americana. Localizado na América Central, foi uma das mais lucrativas colônias da França, sendo chamada de “Pérola das Antilhas”. A independência do Haiti foi marcada por um conflito brutal que levou à abolição da escravidão e à independência do território, que passou a ser chamado de Haiti.
Nas questões externas, Dom João VI empreendeu duas campanhas militares nas fronteiras do país. No ano de 1809, tropas britânicas e portuguesas conquistaram a cidade de Caiena, capital da Guina Francesa. A manobra, que tinha por objetivo agredir o governo francês, colocou a região sob o domínio do Brasil até quando o Congresso de Viena restituiu a região à França. No ano de 1817, as tropas imperiais invadiram a Província Cisplatina. Essa nova investida militar era importante por razões diversas. Além de ser uma região de rico potencial econômico, o domínio sobre a região da Cisplatina impedia uma possível invasão napoleônica às colônias da Espanha, que havia sido dominada pelas tropas francesas. Dez anos depois, um movimento de independência pôs fim à anexação da Cisplatina, dando origem ao Uruguai.
SOUSA, Rainer Gonçalves. "Período Joanino"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/dom_joao.htm. Acesso em 30 de julho de 2021.
Sobre as questões externas abordadas no texto, podemos concluir que D. João VI:
a. considerou legítim a invasão dos territórios espanhóis, reivindicando em nome de sua esposa espanhola, Carlota Joaquina, a região platina.
b. após a independência da Cisplatina, atual Uruguai, encerrou aquela longa disputa pela região platina de uma vez por todas.
c. não interferiu além das fronteiras já reonhecidas do Brasil, evitando, assim, uma guerra maior entre Brasil e França.
d. optou por uma política mais agressiva em relação às fronteiras, mas aina assim respeitou os limites franceses na América.
e. movimentou tropas em direção à Cisplatina e Argentina, mas não anexou nenhum território espanhol.
Letra A. Após decretação do Bloqueio Continental por Napoleão Bonaparte e a decisão da corte de Portugal de se transferir para o Brasil, a França se tornou inimiga de Portugal. Como a Espanha foi invadida por tropas francesas, D. João VI considerou legítima a invasão dos territórios espanhóis na América, reivindicando em nome de sua esposa, Carlota Joaquina, a região do Rio da Prata, que, por muitos anos, havia sido fonte de disputas entre Portugal e Espanha.
As narrativas em relação à independência do Brasil foram construídas a partir de diversas fontes e uma delas foi a produção artística.
Sobre a obra “Independência ou Morte” de Pedro Américo e sobre as narrativas predominantes acerca da independência, podemos inferir que:
a. reproduziu um independência próxima ao real, apresentando D. Pedro I como único líder do processo.
b. reproduziu uma estética ligada ao nacionalismo e ao romantismo do século XIX.
c. reproduziu uma independênia plural, marcada pela participação de homens e mulheres.
d. reprouziu uma estética original e brasileira, valorizando os agentes internos ligados à independência.
e. não rproduziu uma independência próxima ao real, mas entendeu que a independência foi feita por diversos grupos sociais.
Letra B. O quadro foi feito a partir de uma encomenda do imperador D. Pedro II, que era filho de D. Pedro I, o protagonista da cena. A obra foi pintada mais de 60 anos após a data oficial de independência do nosso país, mais especificamente um ano antes da Proclamação da República (1888), e faz parte das obras históricas nacionalistas que romantizam e constroem heróis nacionais. O processo de independência do Brasil não foi um evento exclusivo militar e não teve um único líder. Dessa forma, a obra de Pedro Américo foi uma construção romântica do evento da independência e da figura de D. Pedro I e tinha como principal objetivo formar e fortalecer uma memória e uma identidade nacionais no século XIX.
O Tratado de Comércio e Navegação, também conhecido como Tratado de Pelris, foi assinado em 1810, entre Brasil e Inglaterra, e determinava:
a. o fim do tráfico negreiro.
b. a aolição da escravidão.
c. o fehamento dos portos.
d. as tarifas alfanegárias.
e. a suspensão das importações.
Letra D. Em 1810, D. João VI assinou vários tratados com a Inglaterra, sendo o de maior interesse o de Comércio e Navegação, cuja concessão essencial foi a permissão de entrada de mercadorias inglesas pagando apenas o direito de 15%.
O Movimento Liberal ocorrido em 1820, em Portugal, contribuiu para D. João VI:
a. declrar independência do Brasil em relação a Portugal.
b. fugir de Portugal para o Brasil.
c. ir embora para Portugal e deixar seu filho no Brasil.
d. ficar no Brasil e renunciar ao trono português.
e. ir para Portugal levar seu filho.
Letra C. Embora o movimento de 1820 ameaçasse limitar seus poderes, D. João VI assumiu uma postura conciliatória em relação a Portugal. Contudo, a radicalização política no Brasil o forçaria a jurar fidelidade à nova Constituição portuguesa — que sequer existia, mas à qual deveria se submeter. No dia 26 de abril de 1821, a família real retornou a Lisboa, com exceção de Dom Pedro I, que assumiu a função de regente.
"Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico." O famoso “Dia do Fico” aconteceu em 9 de janeiro de 1822, na Varanda do Paço Real, na cidade do Rio de Janeiro, que mais tarde viria a ser o Paço Imperial.
O Dia do Fico marcou o início de um processo que terminou com a Independência do Brasil, pois:
a. o ficar, D. Pedro I proclamou a independência do Brasil e a república.
b. ao ficar, D. Pedro I proclamou a independência do Brasil e instalou uma monarquia asolutista.
c. ao fiar, D. Pedro I proclamou a independência do Brasil e a república democrática.
d. ao ficar, D. Pedro I proclamou a independência do Brasil e instalou uma monarquia constitucional.
e. Ao ficar, D. Pedro I proclamou a independência do Brasil e a república oligárquica.
Letra D. D. Pedro I, quando declarou a independência do Brasil em 1822, adotou um regime monárquico hereditário e constitucional.
(FM Petrópolis RJ/2019)
No contexto da independência brasileira, a charge ironiza o(a):
a) influência econômica inglesa sobre o Brasil.
b) imperialismo dos EUA sobre a América do Sul.
c) controle napoleônico sobre Portugal.
d) domínio brasileiro sobre a Província Cisplatina.
e) vigência da União Ibérica.
Letra A. Mesmo após a independência, o Brasil continuou dependendo do capital e dos produtos ingleses.
(Mackenzie SP/2018)
“(...). Conquistar a emancipação definitiva e real da nação, ampliar o significado dos princípios constitucionais foi tarefa delegada aos pôsteres”.
COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia
à república: momentos decisivos. São
Paulo; Livraria Editora Ciências
Humanas, 1979. P.50.
A análise acima, da historiadora Emília Viotti da Costa, refere-se à Proclamação da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. A análise da autora, a respeito do fato histórico, aponta que:
a) apesar dos integrantes da elite nacional terem alcançado seu objetivo: o de romper com os estatutos do plano colonial, no que diz respeito às restrições à liberdade de comércio, e à conquista da autonomia administrativa, a estrutura social do país, porém, não foi alterada.
b) a independência do Brasil foi um fato isolado, no contexto americano de luta pela emancipação das metrópoles. Isso se deu porque era a única colônia de língua portuguesa, e porque adotava, como regime de trabalho, a escravidão africana.
c) caberia, às futuras gerações de brasileiros, o esforço no sentido de impor seus valores para Portugal, rompendo, definitivamente, os impasses econômicos impostos à Colônia pela metrópole portuguesa desde o início da colonização.
d) apesar de alguns setores da elite nacional possuírem interesses semelhantes à burguesia mercantil lusitana e, portanto, afastando-se do processo emancipatório nacional, com a eminente vinda de tropas portuguesas para o país, passaram a apoiar a ideia de independência.
e) assim como Portugal passava por um processo de reestruturação, após a Revolução Liberal do Porto; no Brasil, esse movimento emancipatório apenas havia começado e só fora concluído, com a subida antecipada ao trono, de D. Pedro II, em 1840.
Letra A. Declaramos a independência, mas nosso primeiro líder era português (D. Pedro I) e continuamos a depender do capital inglês.
(Fuvest 2018)
Na edição de julho de 1818 do Correio Braziliense, o jornalista Hipólito José da Costa, residente em Londres, publicou a seguinte avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo Império português na América:
A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no Brasil lhe dará ocasião para ter mais ou menos influência naqueles acontecimentos; a independência em que el-rei ali se acha das intrigas europeias o deixa em liberdade para decidir-se nas ocorrências, segundo melhor convier a seus interesses. Se volta para Lisboa, antes daquela crise se decidir, não poderá tomar parte nos arranjamentos que a nova ordem de coisas deve ocasionar na América.
Nesse excerto, o autor referia-se:
a) aos desdobramentos da Revolução Pernambucana do ano anterior, que ameaçara o domínio português sobre o centro-sul do Brasil.
b) às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto, exigindo a volta imediata do monarca a Portugal.
c) à posição de independência de D. João VI em relação às pressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras do rio da Prata.
d) às implicações que os movimentos de independência na América espanhola traziam para a dominação portuguesa no Brasil.
e) ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se tornasse imperador do Brasil independente.
Letra D. O cenário das colônias espanholas também influenciava o Brasil.
(UEFS 2018)
Do ponto de vista econômico, a concessão mais onerosa para os interesses da colônia foi a tarifa de 15% ad valorem a ser cobrada sobre as mercadorias inglesas entradas nos portos brasileiros, em navios ingleses ou portugueses [...]. Situação agravada pelo fato de a Carta de Abertura dos portos fixar a taxa de 16% ad valorem para os navios portugueses e 24% para todas as demais nações.
(José Jobson de Andrade Arruda. Uma colônia en-
tre dois impérios, 2008.)
O excerto refere-se aos tratados de 1810 assinados entre os governos português e inglês, que tiveram como uma de suas consequências:
a) o estímulo ao desenvolvimento das manufaturas no Brasil.
b) o fortalecimento do controle metropolitano sobre o comércio colonial.
c) a ligação das atividades econômicas coloniais com uma economia industrial.
d) a crise das exportações de produtos primários do Brasil para a Europa.
e) a adoção no conjunto do Império português da política do livre-cambismo.
Letra C. Os Tratados de 1810 permitiram a entrada de produtos ingleses no Brasil com baixas tarifas.
(UEMG/2017)
“Ouvi, ó Povos, o grito,
Que vamos livres erguer;
O Brasil sacode o jugo,
Independência ou Morrer.
Congresso opressor jurara
Nossos povos abater:
Em seu despeito amamos
Independência ou Morrer.
Depois de trezentos anos
Livre o Brasil vai viver:
Deve a Pedro a Liberdade,
Independência ou morrer.”
(“Independência ou morrer”. Poesia anônima, publicada pela Tipografia do Diário no ano de 1822, Rio de Janeiro. Apud: CARVALHO, José Murilo de, BASTOS, Lúcia & BASILE, Marcelo (Orgs.).
Guerra literária: panfletos da Independência (1820-1823). Belo Horizonte:
Editora UFMG, 2014, 257-258. 4 v.)
No cenário político em que a poesia acima foi elaborada, as relações entre Brasil e Portugal agravaram-se devido à/ao:
a) tentativa das Cortes portuguesas de recolonizar o Brasil.
b) objetivo das elites brasileiras de expulsar o Príncipe Regente.
c) expectativa dos liberais portugueses em fortalecer o Absolutismo.
d) esforço dos deputados escravistas para criar a Constituição cidadã.
e) expectativa de independência por parte de Portugal.
Letra A. Muitos portugueses desejavam ter o Brasil novamente como colônia de Portugal.
(PUCCamp 2018)
A nossa independência ainda não foi proclamada. Frase típica de D. João VI: − Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça. Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte. Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud − a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.
(ANDRADE, Oswald de. Manifesto Antropófago. Revista de Antropofagia, n. 1, ano 1, maio de 1928. Apud SCHWARTZ, Jorge (org). Vanguardas latino-americanas. Polêmicas, manifestos e textos críticos. São Paulo: Edusp/ Iluminuras/ Fapesp, 1995, p. 147)
Entre os fatores que contribuíram para que D. Pedro I proclamasse a Independência do Brasil, havia:
a) a pressão exercida pelas correntes positivistas e os movimentos tenentistas, exigindo que o Brasil, de forma semelhante aos países vizinhos, aderisse ao regime republicano, em prol da ordem e do progresso.
b) a articulação política entre militares, a elite ilustrada e alguns políticos ligados ao Partido Liberal, motivada pela insatisfação com a histórica subordinação do Brasil a Portugal.
c) a mobilização da elite portuguesa, após a Revolução Liberal do Porto, pressionando o príncipe regente para que regressasse a sua terra natal e para que o Brasil voltasse à condição colonial.
d) o impacto do crescimento de movimentos populares independentistas, a exemplo da Confederação do Equador, em Pernambuco, e da Cabanagem, no Grão-Pará, que tiveram grande repercussão nacional.
e) a rejeição nacional à monarquia da coroa portuguesa e à escravidão, uma vez que os países vizinhos ao Brasil já eram repúblicas e haviam abolido o trabalho escravo.
Letra C. A Revolução Liberal do Porto foi um levante militar que aconteceu em 1820 e foi apoiada pelas elites de Portugal. Aconteceu por conta da crise política e econômica que o país enfrentava com a transferência da corte para o Brasil. As cortes exigiam o estabelecimento de uma monarquia constitucional em Portugal.
(UFSCAR 2016)
As elites coloniais, influenciadas pelo liberalismo, organizaram os movimentos de independência na América Latina.
Após esses movimentos, uma característica que diferenciou o Brasil foi:
a) a abolição imediata da escravidão.
b) a manutenção da unidade territorial.
c) a realização de ampla reforma agrária.
d) o fim da dependência econômica à Inglaterra.
e) o controle do governo pelas classes populares.
Letra B. Após a independência, o Brasil manteve seu território, diferentemente das colônias da Espanha, por exemplo, que passaram por uma fragmentação.
(Univag)
O Bloqueio Continental, em 1807, que ocasionou a vinda da família real portuguesa para o Brasil, e a abertura dos portos, em 1808, foram fatos significativos para:
a) o início das disparidades econômicas entre as regiões da colônia.
b) a Revolução Industrial no Brasil.
c) a consolidação da nacionalidade brasileira.
d) o processo de emancipação política.
e) a constituição do ideário federalista.
Letra D. A abertura dos portos às nações amigas foi uma das primeiras medidas tomadas por Dom João VI. Desde o início da colonização, havia o Pacto Colonial, ou seja, o Brasil só podia comercializar com Portugal. A abertura dos portos rompeu esse exclusivismo português sobre o comércio brasileiro, promovendo a entrada de outros produtos em nosso mercado. Essa ação teve consequência direta no processo de independência do Brasil.