Exercícios sobre as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki
(PUC-SP-2000/adaptado) Leia atentamente:
“No caso de Hiroshima, trata-se da catástrofe mais concentrada que já se abateu sobre os homens. Numa passagem de seu diário, o dr. Hachiya [que testemunhou o fato] pensa em Pompeia. Mas nem mesmo essa oferece termo de comparação. Sobre Hiroshima abateu-se uma catástrofe que foi planejada e executada com a maior precisão por seres humanos. A ‘natureza’ está fora do jogo.”
(Canetti, Elias. A Consciência das Palavras. SP: companhia das Letras, 1990).
O texto refere-se à explosão atômica:
a) com a qual os EUA conseguiram a capitulação dos japoneses, último núcleo de resistência do Eixo ao fim do conflito mundial ocorrido entre 1939-45.
b) que funcionou como demonstração do poder militar americano para intimidar a China, que havia aderido ao bloco comunista no fim da Segunda Guerra.
c) cujo objetivo foi colocar fim ao conflito dos EUA com o Vietnã, onde os guerrilheiros locais impunham derrotas sistemáticas aos soldados americanos.
d) que resultou de acidente aéreo envolvendo caças americanos e soviéticos, quando realizavam operações conjuntas com arsenal nuclear no Oceano Pacífico.
e) resultante do bombardeio promovido pelos EUA, durante o Segundo Conflito Mundial, a Pearl Harbor, base militar japonesa onde era desenvolvida a bomba de hidrogênio.
Letra A
Em agosto de 1945, a guerra já havia sido finalizada na Europa e arrastava-se na Ásia com indefinição mediante a recusa japonesa de render-se. Mesmo com a nação arruinada e um exército extremamente debilitado, o Japão insistia em realizar uma grande resistência final, que poderia vencer a guerra. As bombas atômicas, portanto, foram vistas como a arma final, com a qual os americanos conseguiriam a vitória definitiva sobre o Japão.
(Mackenzie-2003/adaptado) Para os norte-americanos, a decisão de usar as armas nucleares foi descrita em termos puramente humanitários e militares. Nas palavras do então secretário da guerra, Henry L. Stimson, os artefatos foram usados “a fim de terminar com a guerra no menor prazo possível e evitar as enormes perdas de vidas humanas que, de outra forma, teríamos de enfrentar”. Provavelmente, se os Estados Unidos tivessem sido derrotados na guerra, o general Leslei Groves, responsável pelo projeto que criou a nova arma, o coronel-aviador Paul Tibbetts, comandante do avião Enola Gay que lançou a bomba e os físicos chefiados por Oppenheimer certamente seriam julgados por crimes contra a humanidade.
Sobre o evento citado no texto, é incorreto afirmar que:
a) no início de agosto, a vitória americana no Pacífico já estava clara. Era apenas uma questão de tempo até a rendição do Japão; o governo dos EUA justificou-se, alegando que essa era a forma mais rápida de encerrar, de uma vez por todas, a guerra.
b) a primeira bomba atômica explodiu na cidade japonesa de Hiroshima. Três dias depois, outra cidade japonesa, Nagasaki, conheceu o poder da bomba atômica.
c) coube ao vice-presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, comandante de todas as forças armadas dos EUA, a responsabilidade de tomar a decisão de lançar as bombas atômicas sobre o Japão.
d) a bomba atômica, lançada sobre a cidade de Hiroshima em 1945, foi um dos fatores que desencadearam, nos anos seguintes à Guerra Fria, um verdadeiro festival de explosões americanas e russas, que poluíram com radiação quase todos os espaços da terra.
e) para muitos analistas militares, historiadores, o uso das bombas foi um crime de guerra dos EUA, destinado a impressionar a URSS e a marcar sua força política, tendo em vista a nova ordem internacional do pós-guerra.
Letra C
Em agosto de 1945, o cargo de presidente dos Estados Unidos era ocupado pelo vice-presidente Harry Truman. Isso aconteceu porque o então presidente, Franklin Delano Roosevelt, faleceu em abril de 1945. A Roosevelt coube a decisão de iniciar o projeto que levou à construção das bombas atômicas lançadas sobre o Japão, mas seu lançamento foi uma ordem dada por Truman.
As bombas atômicas que foram lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki foram construídas a partir da ordem dada pelo então presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt. O projeto de construção das bombas atômicas ficou conhecido como:
a) Projeto Pearl Harbor
b) Projeto Potsdam
c) Projeto Roosevelt
d) Projeto Manhattan
e) Projeto Einstein
Letra D
O Projeto Manhattan foi o responsável pela construção das bombas atômicas lançadas sobre o Japão. Esse projeto foi iniciado por ordem do então presidente americano, Franklin D. Roosevelt. A ordem do presidente veio após receber uma carta do físico Albert Einstein, que alertava sobre a possibilidade de a Alemanha construir esse novo armamento. A partir disso, iniciou-se o projeto com a colaboração de Reino Unido e Canadá.
Muito atrás do avião de Tibbets, em Tóquio, o doutor Yashio Nishina e Eizo Tajima já estavam tentando convencer o Ministro da Guerra, Anami, de que a abrupta e simultânea interrupção de toda a comunicação por rádio e telefone com Hiroshima era compatível com uma bomba atômica. Mesmo depois de o prefeito Nishioka conseguir uma linha com os subúrbios, confirmar a avaliação do doutor Nishina com seu próprio relato de testemunha ocular, e ter a carta de Alvarez em suas mãos, Anami não acreditaria. Mesmo depois de o presidente norte-americano revelar o segredo ao mundo, algumas horas mais tarde […], o Ministro da Guerra recusava-se a acreditar.
PELLEGRINO, Charles R. O último trem de Hiroshima: os sobreviventes olham para trás. São Paulo: Leya, 2010, p. 87-88.
O trecho acima retrata:
a) a insistência de alguns membros da cúpula japonesa em não aceitar a derrota e a render-se na guerra, o que levou a um segundo ataque atômico, dessa vez sobre Nagasaki.
b) o desconhecimento do que o ataque havia representado.
c) os conflitos pessoais que haviam entre os membros da cúpula japonesa.
d) a dificuldade da comunicação e das informações, o que levou a uma demora na decisão.
e) a decepção do ministro da guerra pelo fato de o Japão não ter atacado os Estados Unidos com armas atômicas.
Letra A
O trecho referido na questão faz menção à recusa japonesa de render-se, mesmo com a derrota iminente. O Ministro da Guerra, Korechika Anami, recusou-se a acreditar que a bomba lançada sobre Hiroshima era de fato uma bomba atômica e acreditava fielmente em uma resistência final, realizada pelo povo japonês, que levaria à vitória. A negativa japonesa de rendição após o lançamento da primeira bomba levou os Estados Unidos a lançar sua segunda bomba sobre o território japonês.