Exercícios sobre Cora Coralina
UFG - 2012
Humildade Cora Coralina Senhor, fazei com que eu aceite minha pobreza tal como sempre foi. Que eu possa agradecer a Vós minha cama estreita, minhas coisinhas pobres, minha casa de chão, pedras e tábuas remontadas. E ter sempre um feixe de lenha debaixo do meu fogão de taipa, e acender, eu mesma, o fogo alegre da minha casa na manhã de um novo dia que começa. |
Disponível em:
<http://pensador.uol.com.br/os_melhores_poemas_de_cora_coralina/>.
Acesso em: 18 out. 2011.
Que temática é explorada no poema de Cora Coralina?
a) O povo goiano.
b) A melancolia rural.
c) O trabalho duro.
d) A lentidão do tempo.
e) A vida simples.
Alternativa “e”. Tema recorrente na obra de Cora Coralina, a vida simples é retratada em vários de seus poemas. A poeta foi doceira e viveu grande parte de sua vida em uma casa de estilo colonial no interior do estado de Goiás, levando uma vida quase monástica e longe da agitação dos grandes centros culturais.
UFG – 2008
Leia o poema a seguir.
Evém a Bandeira dos Polistas...
num tropel soturno.
Rasgando as lavras
ensacando ouro,
encadeiam Vila Boa
nos morros vestidos
de pau-d'arco.
Foi quando a perdida gente
riscou o roteiro incerto
do velho Bandeirante.
E Bartolomeu Bueno,
num passe de magia
histórica,
tira Goyaz de um prato de aguardente
e ficou sendo o Anhanguera.
(CORALINA, Cora. Anhanguera. "Melhores poemas". Seleção de Darcy França Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 84-86. (Coleção Melhores poemas). [Adaptado].
A produção de identidades pode levar à busca de mitos fundadores. O poema de Cora Coralina expressa a relação entre um símbolo mítico e a identidade goiana, ao destacar que
a) o imaginário goiano rejeitou a figura do bandeirante, considerando o caráter usurpador presente na descoberta do ouro.
b) a chegada dos bandeirantes foi considerada o acontecimento que simbolizou o abandono da identidade rural na capitania.
c) a utilização do ardil da aguardente forjou a narrativa de receptividade entre a "perdida gente" e os bandeirantes paulistas.
e) as bandeiras, como estratégia político-militar portuguesa, objetivavam simbolizar o poder metropolitano na região.
e) as bandeiras, como estratégia político-militar portuguesa, objetivavam simbolizar o poder metropolitano na região.
Alternativa “e”.
São características da obra de Cora Coralina:
I. Preocupação com o código: alinhada ao modelo parnasiano, Cora Coralina empregava em seus poemas uma linguagem rebuscada, além do uso da metalinguagem e aliterações.
II. Preocupação com a mensagem: o desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua produção artística priorizasse a mensagem em detrimento da forma.
III. É possível notar traços do simbolismo em sua obra através do uso extremo dos símbolos e do misticismo.
IV. Sua produção literária está intrinsecamente ligada à sua história, sobretudo à forte ligação com a Cidade de Goiás, onde nasceu e foi criada.
V. Os elementos folclóricos que faziam parte de seu cotidiano foram uma de suas maiores inspirações poéticas.
a) II, IV e V.
b) I, IV e V.
c) I e III.
d) III e V.
e) III e IV.
Alternativa “a”.
Os seguintes versos apresentam características de linguagem típicas da obra de Cora Coralina, exceto:
a) “(...) Plantemos a roça./Lavremos a gleba./Cuidemos do ninho,/do gado e da tulha./Fartura teremos/e donos de sítio/felizes seremos.”
b) “Eu sou a terra, eu sou a vida./Do meu barro primeiro veio o homem./De mim veio a mulher e veio o amor./Veio a árvore, veio a fonte./Vem o fruto e vem a flor (...)”.
c) “(...) Lá longe meu pai campeava/no mato sem fim da fazenda./E eu não sabia que minha história/era mais bonita que a de Robinson Crusoé.”
d) “(...) O vento vem vindo de longe,/a noite se curva de frio;/debaixo da água vai morrendo/meu sonho, dentro de um navio (... )”.
e) "Não sei.../se a vida é curta ou longa demais pra nós,/mas sei que nada do que vivemos tem sentido,/se não tocamos o coração das pessoas (...)”.
Alternativa “d”. O único trecho que não apresenta relação dialógica com a obra de Cora Coralina é de autoria de Cecília Meireles, do poema intitulado Canção. Cecília, poeta da 2ª fase do modernismo, embora esteja cronologicamente alinhada ao movimento, apresenta traços do simbolismo em sua obra. O trecho da alternativa “c” é de autoria de Carlos Drummond de Andrade, intitulado Infância, cuja temática memorialista apresenta forte relação com a obra de Cora Coralina.