Exercícios sobre os cronistas da literatura brasileira

Estes exercícios sobre os cronistas da literatura brasileira abordam os aspectos do gênero crônica a partir da obra de cinco grandes escritores. Publicado por: Luana Castro Alves Perez
Questão 1

João do Rio, pseudônimo de João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, foi o primeiro jornalista na imprensa brasileira a estabelecer os moldes da moderna reportagem, sendo capaz de capturar a diversidade das ruas do Rio de Janeiro em suas crônicas, além de criticar seus problemas e contrastes sociais. Sobre ele estão corretas as seguintes proposições:

I. É dele o livro de crônicas A alma encantadora das ruas, publicação que reúne crônicas escritas entre 1904 e 1907. Nessas crônicas, João do Rio retrata as transformações urbanas que o Rio de Janeiro sofreu na época.

II. Em suas crônicas, quase sempre escritas por meio de uma linguagem telegráfica e hermética, João do Rio buscava descrever a sociedade fluminense e as glórias do Brasil República.

III. Embora tenha sido escrita no início do século XX, a obra de João do Rio continua contemporânea, impressionando por sua grande capacidade de retratar a vida urbana e a vida dos homens nos grandes centros.

IV. As crônicas, escritas no século XIX, trazem evidências da literatura clássica e erudita produzida no Brasil daquela época.

a) I, III e IV.

b) I e III.

c) II e IV.

d) I e IV.

Ver resposta
Resposta

Alternativa “b”. Embora tenha utilizado uma linguagem que combinava preciosismo com inovação, vide os estrangeirismos que usualmente são encontrados em suas crônicas, João do Rio foi escritor e precursor da crônica social moderna: sua obra foi produzida a partir da observação direta da vida e da linguagem de diferentes grupos sociais do Rio de Janeiro do início do século XX.

Questão 2

Embora tenha sido consagrado como maior poeta brasileiro do século XX, Carlos Drummond de Andrade também foi exímio contista e cronista. Como cronista, Drummond colaborou durante quinze anos com o Jornal do Brasil, totalizando a impressionante marca de 2.300 crônicas. Sobre sua produção nesse gênero, podemos afirmar:

a) Durante essa fase, Drummond teve a oportunidade de abordar variados temas em suas crônicas, entre eles o futebol, a vida cotidiana, a música, a memória individual e a memória coletiva, valendo-se sempre da leveza e do lirismo tão comuns à poesia.

b) A fina ironia, característica dos romances da segunda fase de sua obra, ganhou espaço também em suas crônicas, que, influenciadas pela literatura realista – da qual o escritor era associado –, apresentavam um interessante quadro da sociedade carioca do início do século XX.

c) Muitos críticos apontam que as crônicas de Carlos Drummond de Andrade ora alcançam altos níveis de criatividade e realização estética, ora abdicam de maiores preocupações artísticas para assumir-se como panfleto ou meio de documentação social, política e histórica.

d) Drummond foi escritor e precursor da crônica social moderna. Sua obra foi produzida a partir da observação direta da vida e da linguagem de diferentes grupos sociais do Rio de Janeiro do início do século XX.

Ver resposta
Resposta

Alternativa “a”. b) Machado de Assis. c) Lima Barreto. d) João do Rio.

Questão 3

Machado de Assis é reconhecido como um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Esse reconhecimento não ocorreu apenas em razão de seus romances, sobretudo Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, mas também por seus contos, crônicas, poemas e peças de teatro. Como cronista, Machado de Assis destaca-se por:

a) tratar em especial dos marginalizados da sociedade: mulheres em situação de miséria, estrangeiros pobres, estivadores e mineiros. Sob uma ótica ao mesmo tempo realista e lírica, transitava com facilidade entre as camadas populares e marginalizadas, produzindo crônicas que investigavam a vida da gente esquecida com grande realismo e sensibilidade.

b) ser o principal representante da crônica moderna. Ele escreveu as crônicas de “A alma encantadora das ruas” no período de 1904 a 1907, cujo palco é o Rio de Janeiro. Esses textos foram publicados na Gazeta de Notícias e na revista Kosmos.

c) utilizar pseudônimos mais ou menos transparentes. Em suas crônicas, percebe-se a fina ironia que permeia seus romances, a graça ferina, a visão nada convencional do processo da abolição, um profundo ceticismo e uma variedade sem limite de assuntos, sempre tratados com a graça irônica de Machado de Assis.

d) contrariar a lógica da palavra crônica, que está intrinsecamente ligada ao homem e ao seu tempo. As crônicas de Machado de Assis subverteram o estilo ao serem atemporais, criando uma espécie de prosa poética sobre temas cotidianos, fator que conferiu à sua escrita enorme delicadeza e singularidade.

Ver resposta
Resposta

Alternativa “c”. a) e b) João do Rio. d) Paulo Mendes Campos.

Questão 4

Sobre Paulo Mendes Campos, é correto afirmar, exceto:

a) Criou uma espécie de prosa poética sobre temas cotidianos, fator que conferiu à sua escrita enorme delicadeza e singularidade.

b) Contemporâneo de escritores como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino e Rubem Braga, Paulo Mendes Campos é considerado, entre todos os escritores de seu tempo, aquele que melhor traduziu em belíssimos textos o gênero crônica.

c) Homem reservado e contrário a exibicionismos, soube transportar para suas crônicas toda sua poesia, criando uma espécie de prosa poética sobre temas cotidianos.

d) Promoveu sozinho uma espécie de Semana de Arte Moderna na crônica ao radicalizar na subjetividade e inventar novas maneiras de cultivar o gênero: a carta, a divagação vagamente filosófica e o poema em prosa.

Ver resposta
Resposta

Alternativa “d”. A alternativa faz referência à obra de Rubem Braga, outro grande cronista da literatura brasileira.

Leia o artigo