Enem: lista de exercícios sobre especiação
(Enem 2020) Uma população (momento A) sofre isolamento em duas subpopulações (momento B) por um fator de isolamento (I). Passado um tempo, essas subpopulações apresentam características fenotípicas e genotípicas que as distinguem (momento C), representadas na figura pelas tonalidades de cor. O posterior desaparecimento do fator de isolamento I pode levar, no momento D, às situações D1 e D2.
A representação indica que, no momento D, na situação
a) D1 ocorre um novo fator de isolamento geográfico.
b) D1 existe uma única população distribuída em gradiente.
c) D1 ocorrem duas populações separadas por isolamento reprodutivo.
d) D2 coexistem duas populações com características fenotípicas distintas.
e) D2 foram preservadas as mesmas características fenotípicas da população original A.
Letra C
O esquema representa uma separação da população A em duas populações por um tipo de barreira geográfica, que depois de certo tempo volta a se unir, em D1 ou D2. Entretanto, no momento D, observamos que em D1, mesmo unidas, as populações não se misturam. Com certeza, o tempo de isolamento foi o suficiente para diferenciar as populações e torná-las incapazes de se reproduzir, ocorrendo, então, um fator de isolamento reprodutivo. Já na situação D2, elas não passaram por esse tipo de isolamento.
(Enem 2020) A fragmentação dos hábitats é caracterizada pela formação de ilhas da paisagem original, circundadas por áreas transformadas. Esse tipo de interferência no ambiente ameaça a biodiversidade. Imagine que uma população de onças foi isolada em uma mata pequena. Elas se extinguiriam mesmo sem terem sido abatidas. Diversos componentes da ilha de hábitat, como o tamanho, a heterogeneidade, o seu entorno, a sua conectividade e o efeito de borda são determinantes para a persistência ou não das espécies originais.
Uma medida que auxilia na conservação da biodiversidade nas ilhas mencionadas no texto compreende a
a) formação de micro-hábitats.
b) ampliação do efeito de borda.
c) construção de corredores ecológicos.
d) promoção da sucessão ecológica.
e) introdução de novas espécies de animais e vegetais.
Letra C
Atualmente, a melhor forma de manter a biodiversidade no tipo de ilha mencionado é conectando diferentes áreas, processos denominados corredores ecológicos, o que auxilia no fluxo gênico e mantém a biodiversidade de determinada região.
(Enem 2019) A principal explicação para a grande variedade de espécies na Amazônia é a teoria do refúgio. Nos últimos 100000 anos, o planeta sofreu vários períodos de glaciação, em que as florestas enfrentaram fases de seca. Dessa forma, as matas expandiram-se e depois reduziram-se. Nos períodos de seca prolongados, cada núcleo de floresta ficava isolado do outro. Então, os grupos de animais dessas áreas isoladas passaram por processos de diferenciação genética, muitas vezes se transformando em espécies ou subespécies diferentes das originais e das que ficaram em outros refúgios.
Disponível em: http://ambientes.ambientebrasil.com.br.
Acesso em: 22 abr. 2015.
O principal processo evolutivo relacionado ao texto é a
a) anagênese.
b) coevolução.
c) evolução alopátrica.
d) evolução simpátrica.
e) convergência adaptativa.
Letra C
No texto, é explicado que fragmentos florestais ficavam isolados e sua biodiversidade acabava se modificando geneticamente, dando origem a outras espécies ou subespécies. Esse tipo de isolamento caracteriza uma barreira geográfica, portanto, há um padrão de evolução alopátrica, em que a população inicial é fragmentada e ocorre o processo de especiação.
(Enem 2018) O processo de formação de novas espécies é lento e repleto de nuances e estágios intermediários, havendo uma diminuição da viabilidade entre cruzamentos. Assim, plantas originalmente de uma mesma espécie que não cruzam mais entre si podem ser consideradas como uma espécie se diferenciando. Um pesquisador realizou cruzamentos entre nove populações — denominadas de acordo com a localização onde são encontradas — de uma espécie de orquídea (Epidendrum denticulatum). No diagrama estão os resultados dos cruzamentos entre as populações. Considere que o doador fornece o pólen para o receptor.
FIORAVANTI, C. Os primeiros passos de novas espécies: plantas e animais se diferenciam por meio de mecanismos surpreendentes. Pesquisa Fapesp, out. 2013 (adaptado).
Em populações de quais localidades se observa um processo de especiação evidente?
a) Bertioga e Marambaia; Alcobaça e Olivença.
b) Itirapina e Itapeva; Marambaia e Massambaba.
c) Itirapina e Marambaia; Alcobaça e Itirapina.
d) Itirapina e Peti; Alcobaça e Marambaia.
e) Itirapina e Olivença; Marambaia e Peti.
Letra D
O texto traz a informação de que uma nova espécie é aquela que não se reproduz com sua população de origem. No diagrama, as setas preenchidas representam sucesso na reprodução, já as pontilhadas representam os cruzamentos que não obtiveram sucesso. Ao analisar o diagrama, podemos perceber que entre algumas plantas só existem setas pontilhadas, o que significa que elas não conseguem mais se reproduzir. Trata-se de Itirapina, Peti, Alcobaça e Marambaia.
(Enem 2013) Lobos da espécie Canis lycaon, do leste dos Estados Unidos, estão intercruzando com coiotes (Canis latrans). Além disso, indivíduos presentes na borda oeste da área de distribuição de C. lycaon estão se acasalando também com lobos cinzentos (Canis lupus). Todos esses cruzamentos têm gerado descendentes férteis.
Scientific American Brasil, Rio de Janeiro, ano II, 2011 (adaptado).
Os animais descritos foram classificados como espécies distintas no século XVIII. No entanto, aplicando-se o conceito biológico de espécie, proposto por Ernst Mayr em 1942, e ainda muito usado hoje em dia, esse fato não se confirma, porque
a) esses animais são morfologicamente muito semelhantes.
b) o fluxo gênico entre as três populações é mantido.
c) apresentam nichos ecológicos muito parecidos.
d) todos têm o mesmo ancestral comum.
e) pertencem ao mesmo gênero.
Letra B
O conceito mais utilizado de espécie determina que animais são considerados de espécies diferentes quando não são mais capazes de se reproduzir naturalmente ou quando o resultado do cruzamento gera um descendente infértil. Como afirmado no texto, porém, esses animais conseguem se reproduzir e gerar descendentes férteis. Sendo assim, ainda existe um fluxo gênico entre esses grupos.
(Enem 2009) Os ratos Peromyscus polionotus encontram-se distribuídos em ampla região na América do Norte. A pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o escuro, sendo que os ratos de uma mesma população têm coloração muito semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também é muito parecida à cor do solo da região em que se encontram, que também apresenta a mesma variação de cor, distribuída ao longo de um gradiente sul-norte. Na figura, encontram-se representadas sete diferentes populações de P. polionotus. Cada população é representada pela pelagem do rato, por uma amostra de solo e por sua posição geográfica no mapa.
MULLEN, L. M.; HOEKSTRA, H. E. Natural selection along an environmental gradient: a classic cline in mouse pigmentation. Evolution, 2008.
O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e de substrato é
a) a alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da pelagem dos roedores.
b) o fluxo gênico entre as diferentes populações, que mantém constante a grande diversidade interpopulacional.
c) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a sobrevivência diferenciada de indivíduos com características distintas.
d) a mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais escuro, têm maior ocorrência e capacidade de alterar significativamente a cor da pelagem dos animais.
e) a herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se adaptarem a diferentes ambientes e transmitirem suas características genéticas aos descendentes.
Letra C
Esse enunciado traz um exemplo clássico de seleção natural que pode resultar em um processo de especiação. Nesse caso, a seleção de indivíduos mais parecidos com a cor do solo ou substrato obteve maior vantagem na sobrevivência, especialmente em relação à camuflagem.
(Enem 2007) As mudanças evolutivas dos organismos resultam de alguns processos comuns à maioria dos seres vivos. É um processo evolutivo comum a plantas e animais vertebrados:
a) movimento de indivíduos ou de material genético entre populações, o que reduz a diversidade de genes e cromossomos.
b) sobrevivência de indivíduos portadores de determinadas características genéticas em ambientes específicos.
c) aparecimento, por geração espontânea, de novos indivíduos adaptados ao ambiente.
d) aquisição de características genéticas transmitidas aos descendentes em resposta a mudanças ambientais.
e) recombinação de genes presentes em cromossomos do mesmo tipo durante a fase da esporulação.
Letra B
Os principais fatores relacionados à seleção natural e aos processos de especiação são as características que de alguma forma beneficiam os indivíduos, seja na sobrevivência ou na reprodução, o que garante que seus genes sejam passados adiante. Dessa forma, as gerações futuras são beneficiadas também. Em um processo de especiação, os organismos portadores de características benéficas sobrevivem, e isso vai moldando as especificidades da nova população.
(Unicamp 2018) O mapa a seguir mostra duas áreas oceânicas, A e B.
Fonte: Google Maps. Acessado em 10/07/2017.
Um estudo mostrou que na localidade A são encontradas sete espécies de camarões-pistola. Na localidade B são encontradas outras sete espécies, sendo que cada espécie do local A tem uma espécie-irmã correspondente no local B (espécies-irmãs são espécies originadas de um mesmo ancestral comum recente). É correto afirmar que
a) o canal do Panamá permitiu que camarões-pistola migrassem de A para B, adaptando-se ao novo ambiente, diferenciando-se e originando novas espécies semelhantes às do lado A.
b) vulcões expeliram substâncias mutagênicas durante o Terciário, o que aumentou a variabilidade genética dos camarões-pistola, originando espécies-irmãs nas áreas oceânicas A e B.
c) o istmo do Panamá interpôs uma barreira geográfica, formando dois grupos isolados para cada espécie ancestral, que puderam então se diferenciar, originando espécies-irmãs nos oceanos A e B.
d) o impacto de um asteroide no final do Cretáceo levou a uma extinção em massa, fornecendo as condições para a radiação adaptativa dos camarões-pistola, com consequente formação de espécies-irmãs.
Letra C
No processo de especiação, um dos fatores mais significativos é o surgimento de algum elemento considerado uma barreira geográfica. Nesse caso, é o istmo do Panamá, que separou duas populações para cada uma das espécies ancestrais encontradas nas regiões A e B. Sendo assim, durante os anos de especiação, foram formadas espécies diferentes, porém irmãs, pois compartilham ancestrais em comum.
(Unitau 2019) As ilhas Galápagos abrigam muitos animais exclusivos: cerca de 2 mil espécies de tartarugas, serpentes, lagartos e aves, dentre outros, só são encontradas lá. O arquipélago foi onde Charles Darwin começou a pensar que uma espécie poderia dar origem a outras, depois de verificar que a forma do corpo de tartarugas e aves variava de uma ilha para a outra. O surgimento de novas espécies é chamado de “especiação” e envolve alguns diferentes mecanismos.
Sobre a especiação, leia as seguintes definições.
I. Interrupção do cruzamento dos membros de uma população como resultado de isolamento geográfico, interrompendo o fluxo gênico e impedindo que alguma nova característica de uma das populações isoladas seja compartilhada com a outra.
II. Populações de uma mesma espécie, em uma mesma área que não cruzam aleatoriamente, mesmo sem a ocorrência de uma barreira geográfica ou física que interrompa o fluxo gênico. Geralmente acontece em áreas muito grandes com a formação de diversos nichos e pressões seletivas.
III. Populações que vivem em um mesmo ambiente e que não sofrem isolamento geográfico, mas apresentam seleção disruptiva, que envolve alterações cromossômicas, mais comumente a poliploidia.
Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE os processos de especiação.
a) I. especiação alopátrica; II. especiação vicariante; III. especiação peripátrica.
b) I. especiação gradualística; II. especiação peripátrica; III. especiação alopátrica.
c) I. especiação simpátrica; II. especiação parapátrica; III. especiação peripátrica.
d) I. especiação alopátrica; II. especiação parapátrica; III. especiação simpátrica.
e) I. especiação vicariante; II. especiação alopoliploidica; III. especiação simpátrica.
Letra D
A seguir, podemos verificar as características principais de cada tipo de especiação.
-
Alopátrica: caracterizada por separar os indivíduos de uma população pelo surgimento de uma barreira geográfica.
-
Parapátrica: geralmente está relacionada a uma área muito grande ou ao aparecimento de um novo habitat. Nessa área, os cruzamentos não são todos aleatórios, e acabam surgindo zonas híbridas e zonas isoladas reprodutivamente. Com isso, ocorre a formação de novas espécies.
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Simpátrica: o ponto de ruptura é o surgimento de uma divergência dentro da população — uma mutação, por exemplo —, o que gera o isolamento reprodutivo. Com o aumento do número de indivíduos com essa mutação, surge uma nova população inserida na população antiga, ocupando o mesmo habitat.
(Faculdade São Francisco de Barreiras 2019)
SADAVA, D. et al. Vida — A Ciência da Biologia, v. II, Evolução, Diversidade e Ecologia.
Porto Alegre: Artmed, 2009, p. 511.
Da análise da figura e com base nos conhecimentos sobre evolução biológica, pode-se afirmar que o processo ilustrado representa a
a) adaptação biológica.
b) deriva genética.
c) seleção natural.
d) especiação alopátrica.
e) dispersão geográfica.
Letra D
O enunciado apresenta a mais clássica forma ou sequência de especiação, que está relacionada ao isolamento da população. O conceito é simples e facilmente observado na vida real. Uma população dividida não compartilha mais o mesmo habitat, nem aspectos de sobrevivência ou reprodução. Com esse isolamento, surgem novas diferenças até que as populações não sejam mais compatíveis reprodutivamente, o que caracteriza uma especiação alopátrica.
(Fac. Israelita de C. da Saúde Albert Einstein-SP 2019) Duas espécies de raposas do Brasil, separadas há milhares de anos pela Mata Atlântica, estão cruzando entre si e produzindo filhotes híbridos, talvez porque a derrubada da maior parte da floresta tenha eliminado a principal barreira que existia entre elas. As raposas são a raposinha-do-campo (Lycalopex vetulus), típica do Cerrado, e o graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus), natural dos Pampas gaúchos. Pesquisadores fizeram a primeira confirmação desse cruzamento ao analisarem dois animais classificados morfologicamente como L. vetulus, mas que apresentavam DNA mitocondrial de L. gymnocercus. A pesquisa prosseguiu analisando-se também o DNA nuclear das células de outros animais coletados. Seis raposinhas-do-campo tinham características de híbridos, inclusive a segunda geração (ou seja, netos do cruzamento original entre as duas espécies). Cinco delas tinham o DNA mitocondrial de graxaim e uma delas apresentou sinais de hibridização apenas no DNA nuclear.
Folha de S.Paulo, 05.04.2017. Adaptado.
Com base em conhecimentos sobre os mecanismos evolutivos e especiação, conclui-se que as duas espécies de raposas
a) passaram por um processo de convergência adaptativa que as levou ao isolamento reprodutivo e à especiação.
b) originaram-se de um grupo ancestral, mas o isolamento geográfico não as levou ao isolamento reprodutivo.
c) possuem isolamento reprodutivo pré-zigótico, mas não isolamento reprodutivo pós-zigótico.
d) passaram por um processo de especiação simpátrica durante o qual perderam o isolamento reprodutivo.
e) originaram-se por seleção artificial e por isso mantiveram suas características reprodutivas.
Letra B
Nem sempre uma barreira geográfica resulta no surgimento de uma nova espécie. Uma barreira que apenas separa as populações em um mesmo ambiente pode ser o suficiente para permitir o surgimento de variações. Porém, se a capacidade reprodutiva se manteve, então duas espécies possuem ancestrais em comum, mas ainda conseguem reproduzir entre si. Lembre-se que no processo de especiação alopátrica temos, em um primeiro momento, isolamento geográfico e depois isolamento reprodutivo, que são processos distintos e não consequentes ou sequenciais.
(FGV 2019) Uma população numerosa pode ampliar seu habitat e, assim, ocupar novos ambientes, caracterizados por diferentes fatores de seleção natural. Ao longo de milhares de anos e gerações, é natural que surjam novas espécies, as quais ainda apresentam algumas características em comum, por terem sido originadas a partir de um mesmo grupo ancestral.
O conceito contido no texto faz referência à
a) analogia evolutiva.
b) convergência adaptativa.
c) coevolução.
d) deriva genética.
e) irradiação adaptativa.
Letra E
O enunciado apresenta a migração de indivíduos para fora de uma população. Em uma grande população, os indivíduos dominam novos ambientes e encontram novas pressões seletivas. Dessa forma, sofrem outros processos de seleção e, com isso, podem ser originadas novas características, resultando em novas espécies. Porém, sua origem/ancestralidade está marcada em sua linhagem e genética. Isso caracteriza o que chamamos de irradiação adaptativa.
(FGV 2018) Especiação é o processo evolutivo que, no decorrer de milhares de anos, resulta na formação de novas espécies biológicas. O processo de especiação simpátrica é diferente do processo de especiação alopátrica, pois
a) o primeiro depende da introdução ou migração de novos indivíduos para a população original.
b) o segundo ocorre por meio de rápidas mutações genéticas seletivas em apenas alguns indivíduos da população original.
c) o primeiro ocorre por meio da ação da deriva genética característica da redução significativa na população original.
d) o segundo depende da separação e isolamento, por meio de uma barreira geográfica, dos indivíduos da população original.
e) o primeiro ocorre posteriormente ao isolamento reprodutivo em função da baixa diversidade genética da população original.
Letra D
Essa é uma questão em que os conhecimentos sobre os dois tipos de seleção são comparados. Lembre-se que ambos resultam em novas espécies ou em uma variação da espécie. A seleção alopátrica depende de uma barreira geográfica. Já a especiação simpátrica está relacionada ao surgimento de uma nova característica/mutação dentro de uma população, que se transforma em um isolamento reprodutivo.
(UFJF 2017) Recentemente, uma nova espécie de caramujo aquático foi descrita para a América do Norte. Os pesquisadores estavam estudando o que acreditavam se tratar de duas populações de uma espécie bem conhecida, quando observaram que os indivíduos da população ‘A’ apresentavam características morfológicas diferentes daquelas observadas nos indivíduos da população ‘B’. Para confirmar que a população ‘A’ representava uma nova espécie, os pesquisadores analisaram e compararam o DNA dos indivíduos provenientes das duas populações e provaram, através de experimentos de laboratório, que esses indivíduos não são capazes de se acasalar. As diferenças observadas no DNA e o fato de os indivíduos das duas populações não terem acasalado e, portanto, não gerarem descendentes férteis foram interpretados pelos cientistas como provas de que essas duas populações correspondem a duas espécies diferentes.
I. O mecanismo de isolamento reprodutivo entre as populações de caramujos poderia ser do tipo pré-zigótico, já que os indivíduos não foram capazes de se acasalar.
II. Duas populações que se encontram em alopatria podem se tornar espécies diferentes ao longo do tempo devido à manutenção do fluxo gênico.
III. Através de mutações no DNA e ausência de fluxo gênico, alelos diferentes vão sendo fixados nas duas populações, levando à formação de duas espécies diferentes.
IV. O isolamento geográfico pode resultar em mudanças no fenótipo, que tornam os indivíduos incompatíveis para a reprodução.
V. O isolamento reprodutivo pode ocorrer em consequência do isolamento geográfico e ausência de fluxo gênico entre populações alopátricas.
Assinale a opção com as afirmativas CORRETAS:
a) somente I, II, V.
b) somente I, II, III, IV.
c) somente I, III, IV, V.
d) somente III, IV, V.
e) I, II, III, IV e V.
Letra C
Dentre os itens, apenas II está incorreto. Duas populações em alopatria podem se tornar espécies diferentes devido à interrupção do fluxo gênico. Se as populações foram isoladas uma da outra, não existe possibilidade de se manter a reprodução ou fluxo gênico entre elas.
(FPS 2017) Especiação refere-se ao processo de formação de novas espécies. Quanto à base desse processo evolutivo, assinale a afirmativa incorreta.
a) Na cladogênese, observa-se a separação física entre duas ou mais populações de uma espécie ancestral, originando duas novas espécies.
b) Na anagênese, ao longo do tempo, surge ou se modifica, em uma população, um caráter, que é responsável pelas “novidades evolutivas”.
c) A manutenção do isolamento reprodutivo entre duas populações pode resultar no surgimento de espécie nova.
d) Na especiação alopátrica, novas espécies são originadas sem haver isolamento geográfico, como fator primordial.
e) Na especiação simpátrica, novas espécies são originadas sem haver isolamento geográfico.
Letra D
A especiação alopátrica é caracterizada por separar os indivíduos de uma população pelo surgimento de uma barreira geográfica.
(Fatec 2016) A história evolutiva dos seres vivos está diretamente relacionada às transformações que ocorrem no ambiente no qual eles se encontram. Na figura, estão representadas as modificações que teriam ocorrido ao longo de um período de tempo t0 a t4, em um conjunto de continentes hipotéticos, representados em preto e que estão ligados ao surgimento das espécies A, B, C, D e E a partir de espécies ancestrais W, X, Y e Z. As áreas que cada uma das espécies ocupa em cada um dos períodos estão indicadas pelas letras que as representam. O período de tempo t4 corresponde à época mais recente. No período de t0 a t1, houve uma divisão do continente inicial, originando dois novos continentes. Cada um desses dois continentes sofreu, entre t1 e t2, uma nova divisão, dando origem a quatro novos continentes. Entre t2 e t3, ocorreu um soerguimento de cadeias montanhosas em um dos continentes e, finalmente, entre t3 e t4, ocorreu uma junção de dois continentes, de modo que, em t4, são encontrados apenas três continentes.
Com base nas informações dadas, assinale a alternativa que contém o cladograma que representa corretamente o relacionamento evolutivo de A, B, C, D e E.
a)
b)
c)
d)
e)
Letra A
Observe que no continente W existia a população ancestral. Ele se rompe em dois, X e Y. Com isso, em um cladograma ou filogenia, temos um ancestral dando origem a dois grandes grupos. A porção X se separa em A e B, gerando grupos “primos” mais próximos um do outro e com os ancestrais X e W. A porção Y se separa em Z e C, e a população Z se separa em D e E. Sendo assim, a população mais antiga seria C, que está mais próxima de D e E. Repare que as porções B e C se unem no último momento, mas isso não significa que são uma só população; elas podem conviver ou até competir pelo habitat.
(Unit 2016) Híbridos são descendentes do cruzamento entre indivíduos de duas espécies cujas barreiras reprodutivas não estão completamente estabelecidas. Hibridação é particularmente comum em certos gêneros da família Orchidaceae. Na Serra dos Órgãos, no estado do Rio de Janeiro, ocorrem em simpatria duas espécies irmãs do gênero Epidendrum: E. secundum Jacq e E. xanthinum Lindl, além de indivíduos com caracteres intermediários, supostos híbridos. Neste trabalho, avaliamos a hipótese de hibridação e a intensidade do isolamento reprodutivo entre estas espécies. Utilizando experimentos de polinização recíproca, foi possível detectar hibridação entre as espécies. O baixo sucesso reprodutivo dos híbridos formados é uma importante barreira reprodutiva que promove isolamento reprodutivo forte o suficiente para manter a coesão dessas espécies.
MELO, Tiago Manuel Zafra de. PINHEIRO, Fábio. Experimentos de cruzamentos recíprocos como ferramenta para avaliar o isolamento reprodutivo numa zona de hibridação natural da família Orchidaceae Juss. Disponível em:< http://www.ib.usp.br/revista/volume14f1>. Acesso em: 6 nov. 2015.
O isolamento reprodutivo evidencia no processo evolutivo a
a) possibilidade de interagir com o ambiente sem que haja interferência do meio.
b) incapacidade de formar indivíduos que possam superar a pressão seletiva.
c) aquisição de caracteres comuns aos organismos para a condição adaptativa.
d) capacidade de gerar proles com variabilidade para além da espécie geradora.
e) formação de espécies distintas podendo ser derivadas de um ancestral comum.
Letra E
O isolamento reprodutivo sempre está relacionado a uma incapacidade reprodutiva, seja ela pré-zigótica ou pós-zigótica, mas ainda assim espécies advindas dele compartilham características comuns, o que evidencia a presença de um ancestral em comum.
(Acafe-SC 2015)
Novo macaco nas árvores da Amazônia
A recente descoberta de um primata na Amazônia, o zogue-zogue-rabo-de-fogo (Callicebus miltoni), demonstra que ainda há muito para se conhecer sobre a região. O animal foi primeiro avistado no estado de Mato Grosso em 2011. Agora, pesquisadores do Instituto para a Conservação dos Carnívoros Neotropicais (Pró-Carnívoros), do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e do Museu Paraense Emílio Goeldi, publicaram a descrição completa da espécie na revista científica Papéis Avulsos de Zoologia.
Fonte: Ciência Hoje, 05/05/2015. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2015.
Acerca das informações acima e dos conhecimentos relacionados ao tema é correto afirmar, exceto:
a) Uma espécie endêmica é aquela que ocorre somente em uma determinada área ou região geográfica. O endemismo pode ser causado por barreiras físicas, climáticas e biológicas que delimitem com eficácia a distribuição de uma espécie ou provoquem a sua separação do grupo original.
b) Pode-se conceituar ecossistema como uma unidade natural constituída de fatores abióticos e fatores bióticos que interagem ou se relacionam entre si, formando um sistema estável. Esses componentes interagem através das transferências de energia dos organismos vivos entre si e entre estes e os demais elementos de seu ambiente.
c) A especiação pode ser entendida como processo que leva à formação de novas espécies. Em virtude das diferenças surgidas no genoma, após sofrer mutações e seleção natural, o grupo isolado geograficamente desenvolve diferenciação dos outros membros da espécie inicial, podendo ou não ocorrer o isolamento reprodutivo desses grupos.
d) A Floresta Amazônica é um ecossistema que se estende além do território nacional, com chuvas frequentes e abundantes. Apresenta flora exuberante, com espécies como a seringueira, o guaraná, a vitória-régia e é habitada por inúmeras espécies de animais como o peixe-boi, o pirarucu e a arara.
Letra C
Em um processo de especiação, o que sempre é observado são elementos de distanciamento, sejam físicos, reprodutivos ou comportamentais. Esses aspectos podem estar relacionados a mutações e seleção natural e podem resultar em novas espécies ou variações dentro das espécies.
(FPS PE 2015) Observando a figura abaixo e considerando cada letra uma espécie, marque a opção que nomeia corretamente este processo.
a) Dispersão mutacional.
b) Analogia.
c) Convergência adaptativa.
d) Homologia.
e) Irradiação adaptativa.
Letra E
A imagem ilustra o conceito básico de irradiação adaptativa, em que várias espécies possuem um ancestral em comum. Esse é um tipo de especiação ligado a vários outros aspectos, como pressões seletivas, isolamento geográfico ou reprodutivo, migrações e outros.