Enem: lista de exercícios sobre intertextualidade

Resolva esta lista de execícios sobre intertextualidade e fique por dentro desse assunto importantíssimo para quem vai prestar o Enem. Publicado por: Maria Beatriz
Questão 1

(Enem 2020 — 2ª aplicação)

TEXTO I

A dupla Claudinho e Buchecha foi formada por dois amigos de infância que eram vizinhos na comunidade do Salgueiro. Os cantores iniciaram sua carreira artística no início dos anos 1990, cantando em bailes funk de São Gonçalo (RJ), e fizeram muito sucesso com a música Fico assim sem você, em 2002. Buchecha trabalhou por um bom tempo como office boy e Claudinho atuou como peão de obras e vendedor ambulante.

Disponível em: http://dicionariompb.com.br. Acesso em: 19 abr. 2018 (adaptado).

TEXTO II

Ouvi a canção Fico assim sem você no rádio e me apaixonei instantaneamente. Quando isso acontece comigo, não posso fazer nada a não ser trazer a música pra perto de mim e então começar a cantar e tocar sem parar, até que ela se torne minha. A canção caiu como uma luva no repertório do disco e eu contava as horas pra poder gravá-la.

CALCANHOTTO, A. Fico assim sem você. Disponível em: www.adrianapartimpim.com.br. Acesso em: 19 abr. 2018 (adaptado).

A letra da canção Fico assim sem você, que circulava em meios populares, veiculada pela grande mídia, começou a integrar o repertório de crianças cujas famílias tinham o hábito de ouvir o que é conhecido como MPB. O novo público que passou a conhecer e apreciar essa música revela a

a) legitimação de certas músicas quando interpretadas por artistas de uma parcela específica da sociedade.

b) admiração pelas composições musicais realizadas por sujeitos com pouca formação acadêmica.

c) necessidade que músicos consagrados têm de buscar novos repertórios nas periferias.

d) importância dos meios de comunicação de massa na formação da música brasileira.

e) função que a indústria fonográfica ocupa em resgatar músicas da periferia.

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Resposta

Letra A

Os dois textos destacam o sucesso promovido pela música “Fico assim sem você”, por um lado, cantada na voz de uma dupla vinda da periferia brasileira, que se destacou no ritmo do funk no Brasil, e, por outro, na de Adriana Calcanhotto, reconhecida artista da MPB. Ao se destacar, no enunciado da questão, que o encantamento pela música deu-se sobretudo entre o grupo que se interessava pelo ritmo da cantora, nota-se a validação da canção quando interpretada por um grupo que compõe certa elite brasileira e o desconhecimento dela, quando associada à comunidade marginalizada.

Questão 2

Tira Mafalda

Disponível em: clubedamafalda.blogspot.com.br. Acesso em: 21 jul. 2021.

Tem-se como interdiscursividade a concepção de que os discursos se relacionam a outros discursos. Dessa forma, são tecidos entre si, seja pelos já ditos, em um dado lugar e momento histórico, seja por aqueles a serem ainda produzidos. A esse respeito, pode-se dizer que a tira de Mafalda

a) faz referência aos discursos de ódio reproduzidos na sociedade que inferiorizam os cidadãos em condição de vulnerabilidade social.

b) confirma a ideia de que o fenômeno da invisibilidade atinge tão somente aqueles que estão à margem da sociedade.

c) denuncia a condição lastimável a que pessoas em situação de rua estão submetidas, como a fome e o frio.

d) dialoga com a postura passiva de parcela social que permanece em uma zona de conforto, alheia aos problemas urbanos.

e) reproduz a expectativa do povo de que políticas públicas devem ser tomadas imediatamente.

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 Letra D

A tira de Mafalda dialoga com o discurso de passividade social à medida que revela uma conduta de alheamento comum reproduzida na fala de Suzanita. Afinal, ainda que os problemas urbanos, como a situação de rua das pessoas, conforme ilustrado, sensibilizem uma parcela social, a resolução desses conflitos não tem sido efetiva, considerando o ideal de que “varrer para debaixo do tapete” todos os problemas que maculam as cidades parece ser uma solução mais eficiente.

  

Questão 3

(Enem 2020 —1ª aplicação)

TEXTO I

É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um caco de vidro, é a vida, é o sol

É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É peroba-do-campo, é o nó da madeira

Caingá, candeia, é o matita-pereira

TOM JOBIM. Águas de março. O Tom de Jobim e o tal de João Bosco (disco de bolso). Salvador: Zen Produtora, 1972 (fragmento).

TEXTO II

A inspiração súbita e certeira do compositor serve ainda de exemplo do lema antigo: nada vem do nada. Para ninguém, nem mesmo para Tom Jobim. Duas fontes são razoavelmente conhecidas. A primeira é o poema O caçador de esmeraldas, do mestre parnasiano Olavo Bilac: “Foi em março, ao findar da chuva, quase à entrada/ do outono, quando a terra em sede requeimada/ bebera longamente as águas da estação [...]”. E a outra é um ponto de macumba, gravado com sucesso por J. B. Carvalho, do Conjunto Tupi: “É pau, é pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por cima de tudo”. Combinar Olavo Bilac e macumba já seria bom; mas o que se vê em Águas de março vai muito além: tudo se transforma numa outra coisa e numa outra música, que recompõem o mundo para nós.

NESTROVSKI, A. O samba mais bonito do mundo. In: Três canções de Tom Jobim. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

Ao situar a composição no panorama cultural brasileiro, o Texto II destaca o(a)

a) diálogo que a letra da canção estabelece com diferentes tradições da cultura nacional.

b) singularidade com que o compositor converte referências eruditas em populares.

c) caráter inovador com que o compositor concebe o processo de criação artística.

d) relativização que a letra da canção promove na concepção tradicional de originalidade.

e) resgate que a letra da canção promove de obras pouco conhecidas pelo público no país.

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Letra A

O Texto II faz referência aos objetos de inspiração para a canção popular brasileira: o poema “O caçador de esmeraldas”, de Olavo Bilac, e a canção de J. B. Carvalho, do Conjunto Tupi. Por isso, pode-se dizer que, na composição de Tom Jobim, há uma relação intertextual dada por elementos que compõem diferentes tradições da cultura nacional.

Questão 4

TEXTO I

Nova canção do exílio

Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.

ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo.

TEXTO II

Canção do exílio facilitada

lá?
ah!
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...
cá?
bah!

PAES, José Paulo. Poesias reunidas. São Paulo: Brasiliense, 1986.

Os textos I e II, dos poetas Carlos Drummond de Andrade e José Paulo Paes, reportam à “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. Sobre a relação intertextual com a obra original, pode-se afirmar que

a) no poema original, o exílio a que Gonçalves Dias se refere no título tem dimensão geográfica, o que é reproduzido essencialmente nos textos I e II.

b) Carlos Drummond de Andrade optou pela paráfrase, isto é, por um tipo de intertextualidade que retoma a ideia inicial e reproduz partes do texto original com outras palavras, enquanto José Paulo Paes atribui um tom humorístico à poesia em uma paródia.

c) não se pode afirmar que o poema de José Paulo Paes é uma paródia a Canção do Exílio, visto que não explora um tom crítico e irônico característico desse mecanismo de intertextualidade.

d) a exaltação da natureza é a principal característica do texto II, que retoma elementos mencionados no texto com uma estratégia de rimas.

e) o poema de José Paulo Paes, em oposição ao texto de Gonçalves Dias, revela distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria.

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Letra B

O texto de Carlos Drummond de Andrade é uma paráfrase do poema original de Gonçalves Dias, visto que reproduz os sentidos do texto original a partir da reorganização de ideias, alcançando a dimensão existencial do sentimento nostálgico trazido pelo autor da obra original. Por outro lado, o texto II constitui-se uma paródia, não porque manifesta um teor crítico e irônico, mas sim porque desconstrói a composição poética romântica, atribuindo-lhe novos significados.

Questão 5

(Enem 2014 — 1ª aplicação)

Charge fazendo releitura do quadro “Guernica”, de Pablo Picasso

Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um intertexto: os traços reconstroem uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os horrores e a destruição provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Espanha. Na charge, publicada no período de carnaval, recebe destaque a figura do carro, elemento introduzido por Iotti no intertexto. Além dessa figura, a linguagem verbal contribui para estabelecer um diálogo entre a obra de Picasso e a charge, ao explorar

a) uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, esclarecendo-se o referente tanto do texto de Iotti quanto da obra de Picasso.

b) uma referência ao tempo presente, com o emprego da forma verbal “é”, evidenciando-se a atualidade do tema abordado tanto pelo pintor espanhol quanto pelo chargista brasileiro.

c) um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a imagem negativa de mundo caótico presente tanto em Guernica quanto na charge.

d) uma referência temporal, “sempre”, referindo-se à permanência de tragédias retratadas tanto em Guernica quanto na charge.

e) uma expressão polissêmica, “quadro dramático”, remetendo-se tanto à obra pictórica quanto ao contexto do trânsito brasileiro.

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Letra E

O aspecto verbal da charge (“O trânsito no feriadão é sempre um quadro dramático”) dialoga com a obra de Picasso uma vez que explora a polissemia da expressão “quadro dramático”. Na obra original, a expressão pode ser compreendida de forma literal, enquanto a releitura da pintura induz uma reflexão figurativa acerca de uma situação embaraçosa, problemática: o trânsito caótico no período de feriados.

Questão 6

Capítulo CXLVIII / E bem, e o resto?

Agora, por que é que nenhuma dessas caprichosas me fez esquecer a primeira amada do meu coração? Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não é este propriamente o resto do livro. O resto é saber se a Capitu da praia da Glória já estava dentro da de Matacavalos, ou se esta foi mudada naquela por efeito de algum caso incidente. Jesus, filho de Sirach, se soubesse dos meus primeiros ciúmes, dir-me-ia, como no seu cap. IX, vers. 1: “Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a malícia que aprender de ti”. Mas eu creio que não, e tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitu menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca. [...]

ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

No enunciado anterior, retirado da obra machadiana Dom Casmurro, o emprego das aspas configura

a) discurso indireto livre e contextualidade, pois mistura os discursos direto e indireto e situa o leitor em relação à situação comunicativa.

b) discurso direto e intencionalidade, pois reproduz diretamente o trecho de outra obra com a intenção de envolver o leitor na narrativa.

c) discurso indireto e intertextualidade, pois transcreve indiretamente a fala de um dos personagens em outro capítulo da obra de Machado de Assis.

d) discurso direto e intertextualidade, pois faz uma referência direta, isto é, literal a um texto religioso, dentro da narrativa de Dom Casmurro.

e) discurso indireto e textualidade, pois registra indiretamente a fala dos personagens e garante que, nessa situação comunicativa, o trecho seja compreendido como um texto, isto é, uma unidade de sentidos.

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Letra D

O emprego das aspas no trecho da renomada obra de Machado de Assis configura um discurso direto, marcado pela transcrição literal do fragmento, e estabelece o intertexto entre o texto bíblico e a narrativa de Bentinho.

Questão 7

(Enem 2020 — 2ª aplicação)

TEXTO I

Participação feminina em projetos submetidos à Fapesp*

Gráfico demonstrando quantidade de projetos submetidos à Fapesp por gênero

Mulheres na ciência. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017.

TEXTO II

As ações “Meninas Internacionais no Dia das TIC” são comemoradas todos os anos no mundo todo. O evento tem como objetivo criar um ambiente global que capacita e incentiva mulheres jovens a considerar a área crescente de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), permitindo que tanto as profissionais quanto as empresas de tecnologia colham os benefícios de uma maior participação feminina nesse setor.

Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT), atualmente existem cerca de 260 milhões de usuárias de internet a menos na comparação com os homens conectados. E, para reverter esse cenário, o evento busca proporcionar atividades de capacitação, além de discutir assuntos factuais sobre o mercado de trabalho.

Disponível em: www.em.com.br. Acesso em: 21 maio 2018.

Em ambos os textos, constata-se que a participação das mulheres nas diferentes áreas de conhecimento

a) apresenta taxas de crescimento significativas em relação à dos homens.

b) superou a produção masculina na construção de projetos ao longo dos anos.

c) vem sendo estimulada por meio de ações educativas em diferentes setores.

d) tem se transformado, seja pela iniciativa feminina, seja pelo incentivo de organizações.

e) dobrou em relação à atuação de pesquisadores do outro gênero, no intervalo de 16 anos.

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Letra D

Enquanto o texto I demonstra um significativo crescimento da participação das mulheres na ciência (de 25% a 45%), o texto II ressalta o incentivo dado às mulheres para a inserção no meio científico. O diálogo entre os dois textos indica uma análise sobre a transformação da realidade feminina, uma vez que a presença das mulheres no âmbito científico é crescente, como constatado no gráfico, e fomentada por organizações, com referência ao evento de incentivo “Meninas Internacionais no Dia das TIC”, no texto II.

Questão 8

Ilustração mostrando Narciso e seu reflexo

O mito de Narciso é uma interpretação da mitologia grega que narra a história de um jovem caçador fascinado pela sua própria beleza. Das citações abaixo, aquela que não se aproxima tematicamente do mito grego é

a) “Eu me amo, eu me amo
Eu não posso mais viver sem mim”

Ultraje a Rigor, “Eu me amo”

b) “Se Narciso se encontra com Narciso
E um deles finge
Que ao outro admira
(para sentir se admirado)
O outro
Pela mesma razão finge também
E ambos acreditam na mentira”

Ferreira Gullar, “Narciso e Narciso”

c) “Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi de mau gosto o mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho”

Caetano Veloso, “Sampa”

d) “e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda,
ainda que a moda
seja negar a minha identidade”

Carlos Drummond de Andrade, “Eu, etiqueta”

e) “Ninguém a outro ama, senão que ama
O que de si há nele, ou é suposto”

Fernando Pessoa, “Ninguém a outro ama”

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Letra D

Não se pode afirmar que o fragmento do poema “Eu, etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade, promove uma intertextualidade temática com o mito de Narciso, uma vez que os escritos do autor brasileiro estabelecem, na verdade, uma crítica às relações de consumo na atualidade, de modo que o indivíduo busca se adequar a qualquer custo àquilo que é anunciado como “moda” e, assim, tende a ter sua própria identidade esvaziada. Os demais trechos fazem referência, assim como a mitologia grega, à exaltação de si, à admiração categórica do indivíduo para consigo mesmo.

Questão 9

(Enem 2019 — 1ª aplicação)

TEXTO I

A promessa da felicidade

Quadrinho de Ju Loyola

JU LOYOLA. The promise of happiness. LOYOLA, J. Disponível em: http://ladyscomics.com.br. Acesso em: 8 dez. 2018 (adaptado).

TEXTO II

Quadrinista surda faz sucesso na CCXP com narrativas silenciosas

A área de artistas independentes da Comic Con Experience (CCXP) deste ano é a maior da história do evento geek. São mais de 450 quadrinistas e ilustradores no ArtistsAlley.

E a diversidade vai além do estilo das HQ. Em uma das mesas na fila F, senta a quadrinista com deficiência auditiva Ju Loyola, com suas histórias que classifica como “narrativas silenciosas”. São histórias que podem ser compreendidas por crianças e adultos, e pessoas de qualquer nacionalidade, pelo simples motivo de não terem uma única palavra.

A artista não escreve roteiros convencionais para suas obras. Sua experiência de ter que entender a comunicação pelo que vê faz com que ela se identifique muito mais com o que observa do que com o que as pessoas dizem.

E basta folhear suas obras que fica claro que elas não são histórias em quadrinhos que perderam as palavras, mas sim que ganharam uma nova perspectiva.

Disponível em: https://catracalivre.com.br. Acesso em: 8 dez. 2018 (adaptado).

O Texto I exemplifica a obra de uma artista surda, que promove uma experiência de leitura inovadora, divulgada no Texto II. Independentemente de seus objetivos, ambos os textos

a) incentivam a produção de roteiros compostos por imagens.

b) colaboram para a valorização de enredos românticos.

c) revelam o sucesso de um evento de cartunistas.

d) contribuem com o processo de acessibilidade.

e) questionam o padrão tradicional das HQ.

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Letra D

Ambos os textos incentivam o processo de acessibilidade, considerando, por um lado, a ilustração de um objeto de leitura inclusivo e, por outro, as informações sobre a iniciativa da quadrinista Ju Loyola, em “narrativas silenciosas”.

Questão 10

TEXTO I

Mar português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

PESSOA, Fernando. Mar Português. In: Antologia Poética. Organização Walmir Ayala. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014. p. 15.

TEXTO II

 Quadrinho de Custódio

Disponível em: <https://tirasdidaticas.files.wordpress.com/2014/12/rato79.jpg?w=640&h=215> Acesso em: 13 nov. 2018.

O sentido da tirinha é construído a partir da relação que ela estabelece com os famosos versos de Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena”. A forma como o texto II remete ao texto I

a) parafraseia as palavras de Fernando Pessoa a partir de citações indiretas que são empregadas em uma nova situação comunicativa.

b) traduz objetivamente a intenção do poeta português, que se mostra confuso em relação ao fazer poético.

c) revela uma situação parodística, pois desconstrói o sentido original do poema de Pessoa e cria humor na narrativa.

d) constrói um hipertexto, pois permite ao leitor a liberdade de uma leitura intertextual dinâmica.

e) faz alusão aos desafios enfrentados pelos portugueses durante o período de Expansão Marítima.

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Letra C

O texto II dialoga com o texto I ao passo que parodia a construção poética de Fernando Pessoa. Tem-se, assim, a desconstrução dos famosos versos portugueses, visto que são modificados e reproduzidos em uma situação humorística pelos personagens dos quadrinhos.

Questão 11

(Enem 2016 — 2ª aplicação)

TEXTO I
280 novos veículos por dia no estado
Frota, que chega a quase 1,4 milhão, deve dobrar em 13 anos

A cada dia, uma média de 280 novos veículos chega às ruas do Espírito Santo, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES). No final do mês passado, a frota já era de 1.395.342 unidades, 105 mil a mais do que no mesmo mês de 2011. Os números incluem automóveis, motocicletas, caminhões e ônibus, entre outros tipos. De dezembro para cá, o crescimento foi de mais de 33 mil veículos. E, se esse ritmo continuar, a frota do Espírito Santo vai dobrar até 2025. O diretor-geral do Detran-ES relaciona o crescimento desses números à facilidade encontrada para se comprar um veículo. “Há toda uma questão econômica, da facilidade de crédito. Como oferecemos um transporte coletivo que ainda precisa ser melhorado, inevitavelmente o cidadão que pode adquire seu próprio veículo”.

Disponível em: http://gazetaonline.globo.com. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado).

TEXTO II

Charge de Amarildo Lima

LIMA, A. Disponível em: http://amarildocharge.wordpress.com. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado).

Os textos I e II tratam do mesmo tema, embora sejam de gêneros diferentes. Estabelecendo-se as relações entre os dois textos, entende-se que o Texto II tem a função de

a) reprovar as medidas do governo de incentivo à aquisição do carro próprio.

b) apontar uma possível alternativa para resolver a questão do excesso de veículos.

c) mostrar a dificuldade de solução imediata para resolver o problema do crescimento da frota.

d) criticar, por meio da sátira, as consequências do aumento da frota de veículos.

e) responsabilizar a má qualidade do serviço de transporte pelo crescimento do número de veículos.

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Letra D

Em referência ao aumento da frota de veículos registrado no Texto I, o Texto II tem a função de criticar os efeitos da sobrecarga de carros e ônibus na cidade a partir das linguagens não verbal e verbal, sendo que esta referencia o número de carros nas cidades. Basta que se considere o propósito comunicativo do gênero charge e a forma como o segundo texto dialoga com o primeiro no que tange à temática dos novos veículos circulando pelas ruas.

Questão 12

(UFF 2010 — adaptada)

TEXTO I

O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços do litoral. A sua aparência, entretanto, no primeiro lance de vista, revela o contrário. É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo é o homem permanentemente fatigado. Entretanto, toda essa aparência de cansaço ilude. No revés o homem transfigura-se e da figura vulgar do tabaréu canhestro reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias.

CUNHA, Euclides da. Os sertões.

TEXTO II

Cartum de Drummond e Ziraldo

A alternativa que caracteriza os efeitos de sentido que a intertextualidade do Texto II (aspectos verbais e não verbais) apresenta com o fragmento de Os sertões (Texto I) é

a) O Texto II utiliza da ironia para fazer uma crítica à ideologia do senso comum sobre os nordestinos de modo geral e se opõe ao retrato do sertanejo apresentado no texto I.

b) No texto de Drummond e Ziraldo, os aspectos verbais e não verbais contribuem para que o sertanejo seja visto como desordeiro, isto é, indomável e rebelde.

c) As marcas visuais presentes no Texto II (figuras esquálidas, caídas no chão, a criança “barrigudinha” etc.) reforçam os significados descritos no Texto I, de Euclides da Cunha.

d) Euclides da Cunha denuncia a realidade dos refugiados do clima do semiárido brasileiro no trecho da obra Os sertões.

e) A exclamativa “O sertanejo é antes de tudo um agitador!” se contrapõe à frase simbólica do narrador do Texto I, “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, na medida em que desprestigia o povo nordestino.

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Letra A

Na charge de Drummond & Ziraldo, o escrito “O sertanejo é antes de tudo um agitador” contradiz o que é demonstrado na ilustração: um povo vítima da seca, da fome e da miséria social. Percebe-se, assim, uma abordagem irônica em torno do que propaga o senso comum acerca do sertanejo e contrária à descrição de Euclides da Cunha, em Os sertões.

Questão 13

(Enem 2018 — 1ª aplicação)

Trecho ilustrado adaptado de “Grande sertão: veredas”

ROSA, R. Grande sertão: veredas: adaptação da obra de João Guimarães Rosa. São Paulo: Globo, 2014 (adaptado).

A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. Na representação gráfica, a inter-relação de diferentes linguagens caracteriza-se por

a) romper com a linearidade das ações da narrativa literária.

b) ilustrar de modo fidedigno passagens representativas da história.

c) articular a tensão do romance à desproporcionalidade das formas.

d) potencializar a dramaticidade do episódio com recursos das artes visuais.

e) desconstruir a diagramação do texto literário pelo desequilíbrio da composição.

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Letra D

A imagem tem a função de ampliar o aspecto dramático da narrativa de Guimarães Rosa, principalmente pelo aspecto não verbal, com a reprodução enfática das figuras do cão, da arma e do bezerro, sem desviar-se do enredo principal apresentado pelo autor.

Questão 14

TEXTO I

Logomarca do produto Chiclets

TEXTO II

Charge fazendo releitura da logomarca do produto Chiclets.

MENEZES, Philadelpho.  Roteiro de Leitura: Poesia Concreta e Visual. São Paulo: Editora Ática, 1998.

Considerando a relação intertextual que há entre as duas imagens, é possível afirmar que

a) há, entre os textos I e II, uma intertextualidade implícita, visto que a obra de Menezes não apresenta citação expressa da fonte, exigindo mais atenção e análise por parte do leitor.

b) o texto II tem como ponto de partida para a sua criação o texto I, que ironiza a logomarca de uma conhecida marca da goma de mascar.

c) o trabalho de Philadelpho Menezes reproduz uma crítica social a partir de uma nova diagramação da campanha publicitária original.

d) o texto II dialoga com o texto I à medida que constitui uma paráfrase, isto é, a reprodução dos significados a partir de uma nova formatação.

e) a produção e a recepção do texto II dependem do conhecimento do texto I por parte dos interlocutores a fim de subverter o sentido original da informação

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Letra E

O texto II faz referência explícita à logomarca conhecida de uma goma de mascar, com a intenção de estabelecer uma crítica às relações de consumo atuais. Para compreendê-la, é importante que o leitor demonstre um conhecimento prévio do texto-fonte, uma vez que, criando associações entre a marca e a releitura de Menezes, percebe-se um aspecto parodístico que descontrói o sentido original do texto.

Questão 15

(Enem 2018 — 2ª aplicação)

TEXTO I

Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol. Dizer que nós nos julgamos “os maiores” é uma cínica inverdade. Em Wembley, por que perdemos? Porque, diante do quadro inglês, louro e sardento, a equipe brasileira ganiu de humildade. Jamais foi tão evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso vira-latismo [...]. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas.

RODRIGUES, N. À sombra das chuteiras imortais. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.

TEXTO II

A melhor banda de todos os tempos da última semana

As músicas mais pedidas
Os discos que vendem mais
As novidades antigas
Nas páginas dos jornais
Um idiota em inglês
Se é idiota, é bem menos que nós
Um idiota em inglês
É bem melhor do que eu e vocês
A melhor banda de todos os tempos da última
semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos
do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os
dez maiores fracassos

TITÃS. A melhor banda de todos os tempos da última semana.
São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).

O verso do Texto II que estabelece a adequada relação temática com “o nosso vira-latismo”, presente no Texto I, é:

a) “As novidades antigas”.

b) “Os discos que vendem mais”.

c) “O melhor disco brasileiro de música americana”.

d) “A melhor banda de todos os tempos da última semana”.

e) “O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos”.

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 Letra C

O trecho “O melhor disco brasileiro de música americana” dialoga com a temática do “vira-latismo” ao denunciar a dependência do nosso povo em relação ao que é produzido em terreno estrangeiro, como a música. Considera-se a “melhor música” aquela vinda do exterior, da mesma maneira que o brasileiro coloca, como apontado por Nelson Rodrigues, o “resto do mundo” em posição valorizada.

  

Questão 16

Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você
Isso me acalma
Me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver

Hoje contei pr’as paredes
Coisas do meu coração
Passei no tempo
Caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão
É um espelho sem razão
Quer amor fique aqui

Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu gostar de você
Isso me acalma
Me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver

Hoje contei pr’as paredes
Coisas do meu coração
Passei no tempo
Caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão
É o espelho sem razão
Quer amor fique aqui

Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
É o amor que está aqui

Amor, I love you!…(8x)

Tinha suspirado
Tinha beijado
O papel devotadamente
Era a primeira vez
Que lhe escreviam
Aquelas sentimentalidades
E o seu orgulho dilatava-se
Ao calor amoroso que saía delas
Como um corpo ressequido
Que se estira num banho tépido
Sentia um acréscimo
De estima por si mesma
E parecia-lhe que entrava enfim
Numa existência superiormente
Interessante, onde cada hora
Tinha o seu encanto diferente
Cada passo conduzia a um êxtase
E a alma se cobria de um luxo
Radioso de sensações.

Amor, I love you…(12x)

“Amor, I love you” é uma canção de Marisa Monte em parceria com Carlinhos Brown. A música tem como peculiaridade a recitação de uma passagem da obra O primo Basílio, de Eça de Queirós, na voz de Arnaldo Antunes. A articulação entre a composição musical e o romance português estabelecem um contraste entre

a) a idealização amorosa e as convenções sociais.

b) o sentimentalismo e a indiferença.

c) a música e a poesia.

d) o contemporâneo e o clássico.

e) o romântico e o realista.

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Resposta

Letra D

A canção, datada nos anos 2000, aborda uma concepção de amor em um contexto atualizado e retoma o clássico romance realista O primo Basílio, de Eça de Queiroz, com uma menção ao cânone literário. É, portanto, o contraste entre o contemporâneo e o clássico que se destaca na letra da canção.

Questão 17

(Enem 2018 — 1ª aplicação)

TEXTO I

Anúncio sobre a importância dos exercícios físicos

Disponível em: http//revistaiiqb.usac.edu.gt. Acesso em: 25 abr. 2018 (adaptado).

TEXTO II

Imaginemos um cidadão, residente na periferia de um grande centro urbano, que diariamente acorda às 5h para trabalhar, enfrenta em média duas horas de transporte público, em geral lotado, para chegar às 8h ao trabalho. Termina o expediente às 17h e chega em casa às 19h para, aí sim, cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos etc. Como dizer a essa pessoa que ela deve praticar exercícios, pois é importante para sua saúde? Como ela irá entender a mensagem da importância do exercício físico? A probabilidade de essa pessoa praticar exercícios regularmente é significativamente menor que a de pessoas da classe média/alta que vivem outra realidade. Nesse caso, a abordagem individual do problema tende a fazer com que a pessoa se sinta impotente em não conseguir praticar exercícios e, consequentemente, culpada pelo fato de ser ou estar sedentária.

FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. RBCE, n. 2, jan. 2001 (adaptado).

O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro acerca do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, apresenta uma visão

a) medicalizada, que relaciona a prática de exercícios físicos por qualquer indivíduo à promoção da saúde.

b) ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na prática de exercícios no cotidiano.

c) crítica, que associa a interferência das tarefas da casa ao sedentarismo do indivíduo.

d) focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade pela prevenção de doenças.

e) geracional, que preconiza a representação do culto à jovialidade.

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Resposta

  Letra B 

O texto II opõe-se ao texto I ao questionar o fato de que a “falta de tempo” é uma discussão relativa quando se analisa a realidade dos diferentes grupos sociais. Isso porque, enquanto se espera que o indivíduo se desdobre para a prática de atividades físicas regulares, a verdade é que há pessoas que se ocupam demasiadamente com tarefas profissionais e domésticas, o que impede a regularidade dos exercícios.

  

Questão 18

TEXTO I

Diferentemente dos trechos encachoeirados e de cânion do rio onde foram construídas as usinas hidrelétricas de Paulo Afonso I, II, III e IV, além da usina de Moxotó, onde poucos ribeirinhos foram impactados pelas obras, a construção da barragem e a formação do grande lago de Sobradinho impactaria com a inundação de extensas áreas ocupadas por pequenas propriedades rurais, trechos urbanos e até mesmo cidades inteiras. De acordo com informações do Movimento Nacional dos Atingidos por Barragem (MAB), foram retirados das áreas alagadas cerca de 70 mil habitantes, sendo aproximadamente 80% deste grupo formado por pequenos produtores rurais e seus familiares. Sete municípios tiveram áreas inundadas: Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado e Remanso, que tiveram as suas sedes transferidas e foram bastante afetados; e mais Juazeiro, Xique-Xique e Barra, que sofreram menores impactos. Esses pequenos produtores ocupavam as férteis planícies ao longo das margens e ilhas, adubadas naturalmente pelas cheias anuais do rio São Francisco. Após a desapropriação compulsória, muitos desses antigos produtores foram reassentados em áreas da caatinga e com condições muito menos favoráveis para a produção agrícola. 

Disponível em: https://ferdinandodesousa.com/2019/05/21/o-salto-do-sobradinho-e-a-construcao-de-uma-das-mais-polemicas-usinas-hidreletricas-do-brasil/. Acesso em 21 jul. 2021.

TEXTO II

Sobradinho

O homem chega e já desfaz a natureza
Tira gente põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Adeus Remanso, Casa Nova, Sento Sé
Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir
— Debaixo d’água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o Gaiola vai subir
Vai ter barragem no Salto do Sobradinho
E o povo vai-se embora com medo de se afogar
Sá e Guarabyra — Sobradinho

O texto de Ferdinando de Sousa e a canção de Sá e Guarabyra abordam a questão dos impactos decorrentes da construção de novas barragens no sertão brasileiro. Ao relacionar os dois textos, observa-se que a canção Sobradinho é

a) complementar, pois o trecho jornalístico informa que a construção da barragem do Salto do Sobradinho é a causa do êxodo dos sertanejos.

b) redundante, pois reafirma a ideia de que os pequenos produtores rurais e seus familiares serão os mais prejudicados pelas inundações.

c) eufemística, porque suaviza, com um tom poético, os impactos ambientais decorrentes da construção da barragem.

d) discordante, porque contrasta com a temática do primeiro texto no que se refere aos danos provocados aos ribeirinhos.

e) indispensável, pois traduz as informações técnicas de maneira mais compreensível aos leitores ao apelar para a sensibilidade das pessoas.

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Resposta

Letra A

A canção de Sá e Guarabyra ratifica a realidade problemática em torno da construção da barragem do Salto do Sobradinho, tornando-se complementar ao fragmento jornalístico que denuncia os prejuízos aos ribeirinhos com o alagamento da região. Isso pode ser exemplificado pelos versos “Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir/ — Debaixo d’água lá se vai a vida inteira”.

Questão 19

(Enem 2019 1ª aplicação)

TEXTO I

O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e só no primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias de violação de direitos dos idosos em todo o país.

Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias pode ser consequência do encorajamento dos mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode refletir uma onda crescente de violência na sociedade e dentro das próprias famílias.

Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso são o mínimo que um país deve estabelecer. O Brasil está ficando para trás e é preciso levar em consideração que o país envelhece (tendência mundial) sem estar preparado para arcar com os desafios, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes.

Disponível em: www.folhadelondrina.com.br.
Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado).

TEXTO II

Relação ilustrada informando sobre alguns direitos dos idosos brasileiros.

Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 dez. 2018.

Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Estatuto do Idoso

a) apresentam vantagens em relação às de outros países.

b) são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos.

c) alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos.

d) precisam ser revistas em razão do envelhecimento da população.

e) contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo país.

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Resposta

Letra E

Enquanto o texto II expõe os direitos dos idosos como garantias favoráveis ao bem-estar desse grupo, o texto I denuncia a realidade degradante vivenciada pelos idosos no país, como registrado pelo fragmento “só no primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias de violação de direitos dos idosos em todo o país”. Há, portanto, uma relação contrastante entre o que é assegurado aos idosos e a realidade problemática a que estão submetidos.

Questão 20

(UEG 2017/2 — adaptada)

Tirinha de Maurício de Sousa

Jornal O Popular, p. M7, 09 mar. 2017.

Há, entre a tirinha de Maurício de Sousa e a conhecida narrativa do Éden, da tradição judaico-cristã, uma relação

a) coesiva, porque se estabelece a harmonia de pensamentos entre o texto bíblico e a conduta de Magali.

b) hiperbólica, porque se destaca o exagero intencional na ação da personagem em relação à conduta de Eva na narrativa bíblica.

c) intertextual, porque dialoga com o enredo do texto-fonte e se reproduz a ilustração um dos personagens emblemáticos da narrativa religiosa.

d) paradoxal, porque contrasta com a ação esperada anunciada pelos aspectos verbais da tira.

e) pleonástica, porque reproduz a redundância nas ações da personagem que normalmente exagera na alimentação.

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Letra C

A relação estabelecida entre a tirinha de Maurício de Sousa e narrativa do Éden é intertextual, uma vez que se faz referência ao texto bíblico a partir de paródia construída com a representação da personagem Magali, interessada pelas maçãs, e a cobra, que, no texto original, seduz Eva a comer o fruto.

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