Exercícios sobre tempos verbais

Resolva esta lista de exercícios sobre tempos verbais e teste seus conhecimentos sobre esse conteúdo da gramática. Publicado por: Warley Souza
Questão 1

(Ufla)

Declaração de amor

Clarice Lispector

Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.

[...]

Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e posso escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.

No trecho “Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever,...”, a conjunção e o tempo verbal expressam, respectivamente,

A) dúvida/ incerteza.

B) desejo/ expectativa.

C) conclusão/ resignação.

D) condição/ hipótese.

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Alternativa D.

No trecho “Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever,...”, a conjunção “se” expressa condição. Já os verbos “fosse” e “pudesse”, no pretérito imperfeito do subjuntivo, expressam uma hipótese.

Questão 2

Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações:

( ) Em “Somos aquilo que acreditamos ser”, há verbo no presente e no infinitivo.

( ) Em “Sonhara tanto com aquilo, que não desfrutou a vitória”, há dois verbos no passado.

( ) Em “Faria tudo sem questionar”, há verbo no passado e no infinitivo.

A sequência correta é:

A) V, V, F.

B) F, F, F.

C) V, F, F.

D) V, F, V.

E) F, V, F.

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Alternativa A.

Na frase “Somos aquilo que acreditamos ser”, os verbos “somos” e “acreditamos” estão no presente, enquanto o verbo “ser” está no infinitivo. No enunciado “Sonhara tanto com aquilo, que não desfrutou a vitória”, os verbos “sonhara” e “desfrutou” estão no passado. Por fim, em “Faria tudo sem questionar”, o verbo “faria” está no futuro, enquanto “questionar” está no infinitivo.

Questão 3

(Ufla)

Por que é uma idiotice discriminar quem tem mais de 40 anos

Ao ser convidado para dar aula na Faculdade de Arquitetura do Mackenzie, o urbanista Jorge Wilheim fez uma inusitada contraproposta — não queria uma sala, mas um banco no jardim da universidade. Sentado no banco, rodeado de flores, árvores e alunos, ele detalharia o que aprendeu e fez, uma experiência que o projetou como um dos mais renomados urbanistas e arquitetos, com renome internacional. Ele ainda não recebeu resposta ao direito de dar aula no jardim. Mas a ideia ganhou forma, batizada de “um banco na praça”.

Wilheim sugere que a sociedade, liderada pelo poder público, crie espaços, especialmente em praças, para que os mais velhos contem sua experiência aos jovens e ensinem habilidades que vão do xadrez, passando por matemática, marcenaria, inglês, até artesanato ou redação. Ganhariam o título oficial, outorgado pela Secretaria da Educação, de “mestres do povo”. Numa sociedade que acelerou a produção de conhecimento, os velhos seriam ainda mais vitais como referência.

[...]

Idade não costuma ser problema em algumas categorias: a de professor, por exemplo. Afinal, quanto mais velho, mais experiência e mais leitura. Logo, tem mais o que ensinar.

Nos seminários sobre perspectivas de negócios, parte-se do princípio de que nunca se gerou tanto conhecimento e competição ao mesmo tempo. Logo, sobreviverá quem inovar nos seus métodos, atrair, reter e desenvolver seu capital humano — ou seja, os que trabalham.

O preconceito e a ignorância fazem com que se matem talentos, num desperdício de capital humano, especialmente numa sociedade indigente como a brasileira.

O Brasil na ponta da língua — fragmento com adaptações. Gilberto Dimenstein e Pasquale Cipro Neto.

Considerando que o texto pode apresentar propositalmente erros, julgue a frase: “Logo, sobreviverá quem inovar nos seus métodos, atrair, reter e desenvolver seu capital humano — ou seja, os que trabalham” e marque a alternativa CORRETA.

A) A frase está correta, tendo em vista que o verbo reter, assim como atrair, inovar e desenvolver, está no infinitivo.

B) O erro está no verbo sobreviverá (futuro), que deve estar no passado (sobreviveu), para reforçar a ideia de que isso já acontece há algum tempo.

C) “Inovar”, “atrair”, “reter” e “desenvolver” possuem a mesma conjugação, estando ligados à expressão “seu capital humano”.

D) Dos quatro verbos, três (“inovar, atrair e desenvolver”), por serem verbos irregulares, possuem a mesma conjugação; o verbo “reter”, por ser regular, é conjugado em todos os tempos e modos.

E) Há um erro na forma do verbo “reter”, que deve ser substituído por “retiver” (futuro do subjuntivo).

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Alternativa E.

O enunciado afirma que, no futuro, “sobreviverá quem inovar nos seus métodos, atrair, retiver e desenvolver seu capital humano”. Por expressar uma probabilidade, os verbos “inovar”, “atrair”, “retiver” e “desenvolver” devem estar no futuro do subjuntivo. Assim, “retiver” é a forma no futuro do subjuntivo do verbo “reter”.

Questão 4

Analise estas afirmações:

I. O presente do indicativo expressa uma ação que ocorre no momento da enunciação.

II. O pretérito perfeito do indicativo expressa uma ação passada em relação a outro fato passado.

III. O futuro do pretérito expressa uma ação futura em relação a um fato passado.

Estão corretas as afirmativas:

A) I e II apenas.

B) II e III apenas.

C) I e III apenas.

D) I, II e III.

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Alternativa C.

O pretérito perfeito do indicativo expressa uma ação passada e concluída. Já o pretérito mais-que-perfeito expressa uma ação passada em relação a outro fato passado.

Questão 5

(Unimontes) Qual dos verbos abaixo foi flexionado INCORRETAMENTE na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito simples do modo indicativo?

A) Obter → obteve.

B) Intervir → interviu.

C) Prover → proveu.

D) Frear → freou.

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Alternativa B.

O verbo intervir na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo é “interveio”.

Questão 6

Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações:

( ) O presente do subjuntivo expressa a possibilidade de ocorrência de uma ação.

( ) O pretérito imperfeito do subjuntivo expressa uma hipótese.

( ) O futuro do subjuntivo expressa um acontecimento futuro inevitável.

A sequência correta é:

A) V, V, F.

B) F, F, F.

C) V, F, F.

D) V, F, V.

E) F, V, F.

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Alternativa A.

O futuro do subjuntivo expressa um acontecimento futuro hipotético. É uma possibilidade, não uma certeza. Portanto, não é um acontecimento inevitável.

Questão 7

(Unimontes)

O que é o perdão hoje?

O perdão laico pressupõe uma transformação moral tanto do agressor como de quem foi agredido. Para haver perdão, é preciso, de um lado, arrependimento sincero e, do outro, disposição para apagar os ressentimentos. Esse é um processo complexo. Como saber, por exemplo, se o remorso demonstrado por um assassino é verdadeiro ou apenas um gesto dissimulado? Como é possível mirar em seus olhos, lembrar de seus crimes e ainda assim dar o indulto que lhe permitirá sentir-se menos sufocado pelo peso da culpa? Em entrevista a VEJA, Guilherme de Pádua — o homem que, junto com sua então mulher, Paula Thomaz, matou a atriz Daniella Perez, em 1992 — diz que espera ser perdoado pela mãe da vítima, a dramaturga Glória Perez. Pádua acha que não é atendido porque, segundo ele, “o perdão está nas mãos de quem perdoa”. Vale a ressalva: ser merecedor de perdão está nas mãos de quem deseja ser perdoado. Pádua preenche esse requisito?

[...]

O filósofo americano Charles Gris-wold, professor da Universidade de Boston, estabelece três passos básicos para obter perdão. Primeiro, deve-se assumir a responsabilidade pelo erro. Segundo, é preciso repudiar claramente esse erro, mostrando que não se pretende repeti-lo. Terceiro, deve-se exprimir o arrependimento pela dor causada ao próximo. Esse roteiro é cumprido com exatidão por empresas que têm adotado o mea-culpa em suas relações com o consumidor.

Veja, 28/7/2010 (Adaptação).

“O perdão laico pressupõe uma transformação moral...”

Qual das formas simples da primeira pessoa do singular do verbo “pressupor” foi flexionada incorretamente, no tempo e modo indicados entre parênteses?

A) pressupora (mais-que-perfeito do indicativo).

B) pressupuser (futuro do subjuntivo).

C) pressupunha (imperfeito do indicativo).

D) pressupusesse (imperfeito do subjuntivo).

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Alternativa A.

O verbo “pressupor” conjugado na primeira pessoa do singular do mais-que-perfeito do indicativo é “pressupusera”.

Questão 8

Analise estas afirmações:

I. O verbo “queríamos” está no futuro do pretérito do indicativo.

II. O verbo “abstive” está no pretérito perfeito do indicativo.

III. O verbo “abstivesse” está no pretérito imperfeito do subjuntivo.

Estão corretas as afirmativas:

A) I e II apenas.

B) II e III apenas.

C) I e III apenas.

D) I, II e III.

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Alternativa B.

O verbo “queríamos” está no pretérito imperfeito do indicativo.

Questão 9

Marque a alternativa em que se verifica a presença de tempo verbal primitivo.

A) Ver.

B) Via.

C) Verei.

D) Veria.

E) Veja.

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Alternativa A.

São três os tempos verbais primitivos: infinitivo impessoal (“ver”, por exemplo), presente do indicativo (“vejo”, por exemplo) e pretérito perfeito do indicativo (“vi”, por exemplo).

Questão 10

Leia esta letra de música:

Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro

Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro

Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes

Flores, flores
As flores de plástico não morrem

[...]

GAVIN, Charles; MIKLOS, Paulo; BRITTO, Sérgio; BELLOTTO, Tony. Flores. In: TITÃS. Õ Blésq Blom. Rio de Janeiro: WEA, 1989.

A letra apresenta os seguintes tempos verbais:

A) pretérito mais-que-perfeito e presente do subjuntivo.

B) pretérito imperfeito do indicativo e futuro do presente.

C) futuro do pretérito e pretérito imperfeito do subjuntivo.

D) futuro do subjuntivo e pretérito imperfeito do indicativo.

E) pretérito perfeito do indicativo e presente do indicativo.

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Alternativa E.

A letra apresenta verbos no pretérito perfeito do indicativo, como “olhei” e “chorei”, além de verbos no presente do indicativo, como “estão”, “há”, “vejo”, “vai”, “tem”, “têm” e “morrem”.

Questão 11

Não me fira, pensei com força, tenho dezessete anos, quase dezoito, gosto de desenhar, meu quarto tem um Anjo da Guarda com a moldura quebrada, a janela dá para um jasmineiro, no verão eu fico tonto, meu sargento, me dá assim como um nojo doce, a noite inteira, todas as noites, todo o verão, vezenquando saio nu na janela com uma coisa que não entendo direito acontecendo pelas minhas veias, depois abro As mil e uma noites e tento ler, meu sargento, sois um bom dervixe, habituado a uma vida tranquila, distante dos cuidados do mundo, na manhã seguinte minha mãe diz sempre que tenho olheiras, e bate na porta quando vou ao banheiro e repete repete que aquele disco da Nara Leão é muito chato, que eu devia parar de desenhar tanto, porque já tenho dezessete anos, quase dezoito, e nenhuma vergonha na cara, meu sargento, nenhum amigo, só esta tontura seca de estar começando a viver, um monte de coisas que eu não entendo, todas as manhãs, meu sargento, para todo o sempre, amém.

ABREU, Caio Fernando. Sargento Garcia. In: ABREU, Caio Fernando. Morangos mofados. Rio de Janeiro: Agir, 2005.

O fragmento apresenta o seguinte tempo verbal:

A) pretérito mais-que-perfeito.

B) futuro do presente.

C) pretérito perfeito do indicativo.

D) futuro do pretérito.

E) pretérito imperfeito do subjuntivo.

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Alternativa C.

O trecho do conto de Caio Fernando Abreu apresenta verbos no presente do subjuntivo (“fira”), pretérito perfeito do indicativo (“pensei”), presente do indicativo (“tenho”, “gosto”, “tem”, “dá”, “fico”, “saio”, “entendo”, “abro”, “tento”, “sois”, “diz”, “bate”, “vou”, “repete”, “é”) e pretérito imperfeito do indicativo (“devia”).

Questão 12

Preencha as lacunas do texto com os verbos adequados:

Quando meu pai __________ (“saber”, no pretérito perfeito do indicativo) que Nicanor __________ (“dizer”, no pretérito mais-que-perfeito) que __________ (“ser”, no presente do indicativo) sovina, __________ (“cair”, no pretérito perfeito do indicativo) na gargalhada. Afinal, não __________ (“existir”, no presente do indicativo) ninguém mais sovina do que o Nicanor.

A sequência correta de preenchimento das lacunas é:

A) souber, disse, sou, caiu, exista.

B) soube, dissera, sou, caiu, existe.

C) souber, dissera, sou, caía, existia.

D) soube, disse, sou, caiu, existe.

E) saiba, dissera, sou, caiu, existe.

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Alternativa B.

O texto deve ser escrito assim: “Quando meu pai soube que Nicanor dissera que sou sovina, caiu na gargalhada. Afinal, não existe ninguém mais sovina do que o Nicanor”.

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