Exercícios sobre Independência do Brasil
(Enem-MEC) No tempo da independência do Brasil, circulavam nas classes populares do Recife trovas que faziam alusão à revolta escrava do Haiti:
Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar,
Porque só pardos e pretos
O país hão de habitar.
AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos Pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como se depreende:
A. dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam com a população escrava e entre os mestiços pobres, alimentando seu desejo de mudança.
B. da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a rejeição à metrópole, como ocorreu na Noite das Garrafadas.
C. do apoio que escravos e negros forros deram à monarquia, com a perspectiva de receber sua proteção contra as injustiças do sistema escravista.
D. do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam contra os marinheiros, porque estes representavam a elite branca opressora.
E. da expulsão de vários líderes negros independentistas, que defendiam a implantação de uma república negra, a exemplo do Haiti.
Letra A. A violência utilizada pelos escravos que habitavam o Haiti contra os fazendeiros brancos criou uma grande preocupação nos demais países que utilizavam força de trabalho escrava, alimentando e estimulando as lutas contra a escravidão nesses países.
(FGV-SP) Com relação à África portuguesa, a emancipação política do Brasil em 1822:
A. provocou fortes reações nas elites angolanas, a ponto de alguns setores manifestarem interesse em fazer parte do Império Brasileiro.
B. acarretou a suspensão definitiva do tráfico negreiro como uma forma de retaliação do governo português contra sua ex-colônia.
C. levou ao aparecimentos de movimentos pela independência em Angola e Moçambique, que só se tornariam vitoriosos ao final do século XIX.
D. levou a Coroa portuguesa a implementar regimes de segregação racial em suas possessões africanas, inspirados na experiência inglesa na África do Sul.
E. provocou o desinteresse português na manutenção dos seus domínios no ultramar e o abandono dessas possessões a outras potências europeias.
Letra A. Com a emancipação política brasileira, a elite angolana pretendia estreitar os laços com o Império brasileiro, já que este era o principal local de destino dos escravos, cujo tráfico era a principal atividade econômica da colônia portuguesa na África.
Leia o texto a seguir para responder ao que pede a questão.
Decreto das Cortes Portuguesas
“A 24 de abril de 1821, as Cortes de Lisboa declararam os governos provinciais independentes do Rio de Janeiro, subordinando-os diretamente às Cortes. Antes mesmo que lá chegassem os deputados brasileiros, já tratavam as Cortes, em 29 de setembro de 1821, de assuntos de sumo interesse para o Brasil, decidindo transferir para Lisboa [...] o Conselho da Fazenda, a Junta de Comércio, a Casa de Suplicação e várias outras repartições instaladas no país por d. João VI. Decretava-se a seguir, em 29 de setembro, 1º e 18 de outubro a volta do príncipe regente, nomeando-se para cada província, na qualidade do Poder Executivo, um governador-de-armas, independente das junta e destacando novos contingentes de tropas para o Rio de Janeiro e Pernambuco.”
COSTA, Emília Viotti da. Introdução do estudo da emancipação política do Brasil. In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel, 1976.
O texto acima se refere às deliberações das Cortes em Portugal, formada quando a família real portuguesa estava no Brasil, que pretendiam eliminar várias ações de autonomia administrativa implantadas por D. João VI na possessão portuguesa da América. Sobre o processo de Independência do Brasil é incorreto afirmar que:
A. a primeira medida de autonomia econômica realizada por D. João VI foi a abertura dos portos às nações amigas.
B. frente à pressão das Cortes, o príncipe regente D. Pedro I dirigiu-se a Portugal para prestar contas, voltando, porém, ao Brasil logo depois para poder realizar a Independência.
C. a formação das Cortes obrigou D. João VI a retornar a Portugal, visto estar receoso de perder o poder na metrópole.
D. as Cortes formadas em Portugal foi uma consequência da Revolução Liberal do Porto, de 1820.
Letra B. D. Pedro I não se dirigiu a Portugal após o ordenamento das Cortes, sendo que sua negação da medida desgastou ainda mais as relações entre metrópole e colônia, culminando na Independência em 1822.
Leia as afirmativas abaixo sobre o processo da Independência do Brasil e assinale se as mesmas são Verdadeiras (V) ou Falsas (F).
I – () V () F – A abertura dos portos brasileiros às demais nações do mundo pode ser vista como um primeiro “grito de independência”, em que a colônia brasileira não mais estaria atrelada ao monopólio comercial imposto pelo antigo pacto colonial.
II – () V () F – Como resposta à imposição das Cortes pelo seu retorno a Portugal, Dom Pedro I firmou uma resolução onde dizia que nenhuma ordem vinda de Portugal poderia ser adotada sem sua autorização prévia.
III – () V () F – No contexto de acirramento das tensões entre as Cortes e a colônia portuguesa, o príncipe regente baixou os impostos e equiparou as autoridades militares nacionais às lusitanas.
IV – () V () F - Dom Pedro I incorporou figuras políticas contra a independência aos quadros administrativos de seu governo, como José Bonifácio, defensor de situação colonial brasileira e do poder régio português, pretendendo com essa manobra enganar as Cortes de suas reais intenções.
I-V; II-V; III-V; IV-F. Ao contrário do que está exposto na afirmativa IV, D. Pedro I colocou quadros administrativos a favor da independência, como José Bonifácio, que havia elaborado uma forma conservadora de independência, garantindo a fora monárquica de governo.
Um evento ocorrido em Portugal foi de suma importância para a deflagração da Independência do Brasil, já que obrigou D. João VI a cruzar novamente o Atlântico, em retorno a Portugal. Qual foi esse evento?
A. Revolução da Maria da Fonte
B. Revolta da Patuleia.
C. Revolta Liberal do Porto.
D. Revolução dos Cravos.
Letra C. A Revolta Liberal do Porto chegou a ameaçar o trono de D. João VI, obrigando o rei a voltar a Portugal e, assim, manter o seu poder.