Exercícios sobre Quinhentismo
(UFSM) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:
a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese.
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.
d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e pedagógica.
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo.
Alternativa “c”.
A literatura jesuítica e os relatos de viagem dominaram o primeiro século da vida colonial brasileira, visto que o Brasil ainda não possuía uma identidade cultural formada. Portanto, não tínhamos ainda uma literatura que pudesse ser chamada de brasileira.
(UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
Dos vícios já desligados
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados.
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão:
a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa
Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa.
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo seja possível.
Alternativa “a”.
No trecho “Dos vícios já desligados,/nos pajés não crendo mais,/nem suas danças rituais,/nem seus mágicos cuidados”, podemos observar que o principal projeto da Coroa Portuguesa e da Companhia de Jesus em relação aos povos indígenas estava obtendo êxito, pois podemos perceber, através dos versos, o processo de aculturamento ao qual eles estavam sendo submetidos.
A famosa “Carta de achamento do Brasil”, mais conhecida como “A carta de Pero Vaz de Caminha”, foi o primeiro manuscrito que teve como objeto a terra recém-descoberta. Nela encontramos o primeiro registro de nosso país, feito pelo escrivão do rei de Portugal, Pero Vaz de Caminha. Podemos inferir, então, a seguinte intenção dos portugueses:
(a) objetivavam o resgate de valores e conceitos sociais brasileiros.
(b) buscavam descobrir, através da arte, a história da terra recém-descoberta.
(c) estavam empenhados em conhecer um pouco mais sobre a arte brasileira.
(d) firmar um pacto de cordialidade com os nativos da terra descoberta.
(e) explorar a tão promissora nova terra.
Alternativa “e”.
Depois de observar as peculiaridades da terra recém-descoberta, Pero Vaz de Caminha deixou explícita sua preocupação com a serventia que tal descoberta teria para Portugal, denotando assim as reais intenções dos portugueses para a nova terra.
Leia o texto “Erro de português”, de Oswald de Andrade, para responder à questão.
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Oswald de Andrade
Podemos observar que há uma crítica do autor em relação aos povos colonizadores, sobretudo uma crítica sobre as intenções dos padres jesuítas, amplamente expressas na literatura produzida durante o Quinhentismo. A crítica de Oswald de Andrade está presente no verso:
(a) “Quando o português chegou (...)”;
(b) “(...) Vestiu o índio (...)”;
(c) “(...) Debaixo de uma bruta chuva (...)”;
(d) “(...) O índio tinha despido (...)”;
(e) “(...) Que pena! Fosse uma manhã de sol (...)”.
Alternativa “e”.
Podemos observar no verso “(...) Que pena! Fosse uma manhã de sol (...)” que o autor lamenta o fato de os portugueses terem sido nossos colonizadores, pois se não estivesse chovendo naquela ocasião, provavelmente os índios teriam despido os visitantes, ou seja, teriam imposto sua cultura. Lembremos que a ideia de vestir os índios foi uma das medidas mais agressivas contra a cultura indígena e fez parte do movimento de aculturação ao qual os nativos foram submetidos, fato narrado pelos padres jesuítas em sua literatura, especialmente pelo padre José de Anchieta.