30 exercícios sobre interpretação de texto
(Enem)
Testes
Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca.
Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo diferente do que havia respondido antes. Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12 anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”.
MEDEIROS, M. Doidas e santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).
Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma reação irônica no trecho:
A) “Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver”.
B) “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos”.
C) “Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet”.
D) “Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte”.
E) “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise”.
Alternativa E
A autora usa de ironia ao dizer que “havia realizado uma consulta paranormal” com Freud e que estava radiante por isso. Assim, o texto apresenta um tom de zombaria sobre a superficialidade e influência da internet.
(Enem)
COSTA, C. Superinteressante. Fev. 2011 (adaptado).
Os amigos são um dos principais indicadores de bem-estar na vida social das pessoas. Da mesma forma que em outras áreas, a internet também inovou as maneiras de vivenciar a amizade. Da leitura do infográfico, depreendem-se dois tipos de amizade virtual, a simétrica e a assimétrica, ambas com seus prós e contras. Enquanto a primeira se baseia na relação de reciprocidade, a segunda
A) reduz o número de amigos virtuais, ao limitar o acesso à rede.
B) parte do anonimato obrigatório para se difundir.
C) reforça a configuração de laços mais profundos de amizade.
D) facilita a interação entre pessoas em virtude de interesses comuns.
E) tem a responsabilidade de promover a proximidade física.
Alternativa D
A amizade assimétrica “facilita a interação entre pessoas em virtude de interesses comuns”, já que não precisa de permissão de uma das partes para ocorrer e, assim, “torna muito mais fácil a formação de laços e comunidade”.
(Enem)
Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que os advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar que a separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem interessar ao leitor médio.
Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior. Ao fazer sua argumentação, o autor do texto
A) faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.
B) discute problemas conjugais que conduzem à separação.
C) aborda a importância dos advogados em processos de separação.
D) oferece dicas para orientar as pessoas em processos de separação.
E) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias.
Alternativa E
O autor do texto “rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias”. Isso porque a reportagem enfoca a separação de casais ricos. Então o autor do texto rebate esse enfoque e sugere que a reportagem deveria ter dado dicas para o “leitor médio”. Além disso, ele aponta essas dicas ou ideias no texto.
(Fumarc - Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
Rapidinho
Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna, especialmente da crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antigamente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas sociedades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas sempre muito devagar. [...]
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar as possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money. [...]
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa. [...]
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em que somos mais ou menos obrigados a viver, não estaremos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mesmo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência? A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais para a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços e mediações que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis ao aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, inevitavelmente, superficial? O pensamento que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco?
Leandro Konder. In: O Globo, 29/08/96.
Sobre a constituição do texto, é CORRETO afirmar que
A) em alguns trechos, há interlocução entre locutor e leitor.
B) nele predomina a linguagem oral.
C) o 1º parágrafo apresenta a ideia que será desenvolvida ao longo do texto.
D) o uso da 3ª pessoa do singular é predominante.
Alternativa C
No texto, o uso da primeira pessoa do plural é predominante. Isso não implica interlocução com o leitor, ou seja, o locutor não conversa com o leitor, mas se coloca na mesma posição. Aliás, as perguntas lançadas no texto não são direcionadas a nenhum interlocutor em particular. A linguagem oral ou informal não é predominante, pois sobressai a linguagem culta. Por fim, o primeiro parágrafo apresenta a ideia que vai ser desenvolvida ao longo do texto, isto é, a velocidade da vida moderna.
(Fumarc - Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
Rapidinho
Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna, especialmente da crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antigamente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas sociedades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas sempre muito devagar. [...]
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar as possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money. [...]
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa. [...]
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em que somos mais ou menos obrigados a viver, não estaremos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mesmo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência? A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais para a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços e mediações que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis ao aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, inevitavelmente, superficial? O pensamento que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco?
Leandro Konder. In: O Globo, 29/08/96.
Todos os sentimentos abaixo estão presentes no texto, EXCETO:
A) reflexão.
B) sarcasmo.
C) sensatez.
D) veracidade.
Alternativa B
No texto, sobressai a reflexão. Ele também é marcado pela sensatez das perguntas feitas pelo enunciador. Já a veracidade está relacionada aos elementos da realidade contemporânea apontados no texto e à ausência de elementos fictícios. Portanto, o sarcasmo (zombaria, mordacidade, ironia) não pode ser apontado no texto, o qual apresenta um tom de seriedade reflexiva.
(Fumarc - Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
Rapidinho
Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna, especialmente da crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antigamente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas sociedades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas sempre muito devagar. [...]
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar as possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money. [...]
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa. [...]
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em que somos mais ou menos obrigados a viver, não estaremos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mesmo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência? A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais para a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços e mediações que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis ao aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, inevitavelmente, superficial? O pensamento que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco?
Leandro Konder. In: O Globo, 29/08/96.
São consequências de “Tempo é dinheiro”, EXCETO:
A) A crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem só nos traz benefícios.
B) Alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa.
C) Os ritmos que nos são impostos resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência.
D) Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos.
Alternativa A
No terceiro parágrafo, as consequências de “Tempo é dinheiro” são explicitadas: “Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa. [...]”. E também no quarto parágrafo, com a pergunta: “Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência?”. Portanto, o texto não apresenta como consequência de “Tempo é dinheiro”: “A crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem só nos traz benefícios”. Muito pelo contrário, já que o texto problematiza nosso comportamento, de forma a mostrar que pode haver algo de negativo nele.
(Fumarc - Adaptada) Leia o texto para responder à questão.
Rapidinho
Todos nos beneficiamos e nos orgulhamos das conquistas da vida moderna, especialmente da crescente velocidade com que fazemos as coisas acontecerem. Mudanças que antigamente levavam séculos para se efetivarem agora podem ser realizadas em poucos anos, às vezes em poucos meses. Quando não em poucas semanas, ou até em poucos dias. Nas sociedades tradicionais, as normas de conduta, as leis, os costumes, o modo de se vestir, os estilos artísticos tinham uma extraordinária capacidade de perdurar. Tudo se modificava, é claro, mas sempre muito devagar. [...]
Na utilização dos meios de comunicação, os mensageiros foram substituídos pelo telégrafo elétrico, que cedeu lugar ao telégrafo sem fio, ao telefone, à televisão, ao fax, ao e-mail e às maravilhas da eletrônica contemporânea. Não somos bobos, tratamos de aproveitar as possibilidades criadas por todos os novos recursos tecnológicos. Para que perder tempo? Se podemos fazer depressa o que os nossos antepassados só conseguiam fazer devagar, por que não haveríamos de acelerar nossas ações? Um dos expoentes do espírito pragmático da modernidade, o americano Benjamin Franklin, já ensinava no século XVIII: “Tempo é dinheiro”, time is money. [...]
Dedicamo-nos, então, a uma frenética corrida contra os ponteiros do relógio. Para sermos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos. Saímos de casa correndo para o trabalho, somos cobrados para dar conta correndo de nossas tarefas e — habituados à corrida — alimentamo-nos às pressas (ah, a chamada fast food!), para depois voltarmos, correndo, para casa. [...]
Impõem-se, contudo, algumas perguntas: nas condições em que somos mais ou menos obrigados a viver, não estaremos, de qualquer maneira, pagando um preço altíssimo, mesmo se formos bons corredores e nos mostrarmos aptos para vencer? Os ritmos que nos são impostos e que aguçam algumas das nossas faculdades não resultam, ao mesmo tempo, num empobrecimento de alguns aspectos importantes da nossa sensibilidade e da nossa inteligência? A necessidade de assimilar com urgência as informações essenciais para a ação imediata não acarreta uma grave incapacidade de digerir conhecimentos sutis e complexos, cheios de caroços e mediações que, embora careçam de serventia direta, são imprescindíveis ao aprofundamento da minha compreensão da condição humana? Uma reflexão que se sabe condenada a desenvolver-se num exíguo prazo predeterminado não será, inevitavelmente, superficial? O pensamento que se formula rapidinho não tende a ser sempre meio oco?
Leandro Konder. In: O Globo, 29/08/96.
Todas as constatações abaixo podem ser feitas com base no texto, EXCETO:
A) Ao acelerarmos nossas ações, conforme o pensamento de Benjamim Franklin, tornamo-nos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos, pagando um preço altíssimo.
B) Ao assimilarmos com urgência as informações essenciais para uma ação imediata, deixamos de assimilar conhecimentos sutis e complexos que são imprescindíveis ao aprofundamento da compreensão da nossa condição humana.
C) Ao formularmos um pensamento rapidamente, a tendência é que ele seja mais superficial.
D) Ao refletirmos sobre um assunto num prazo curto e pré-determinado, a tendência é de esta reflexão ser, inevitavelmente, superficial.
Alternativa A
A única constatação que não pode ser feita com base no texto é: “Ao acelerarmos nossas ações, conforme o pensamento de Benjamim Franklin, tornamo-nos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos, pagando um preço altíssimo”. Afinal de contas, o único pensamento de Benjamin Franklin mencionado no texto é “Tempo é dinheiro”. Consequentemente, não é possível afirmar que a constatação “Ao acelerarmos nossas ações, tornamo-nos eficientes, competitivos, apressamos cada vez mais nossos movimentos, pagando um preço altíssimo” é um pensamento de Benjamin Franklin.
(Enem)
CAULOS. Disponível em: www.caulos.com. Acesso em: 24 set. 2011.
O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a
A) opressão das minorias sociais.
B) carência de recursos tecnológicos.
C) falta de liberdade de expressão.
D) defesa da qualificação profissional.
E) reação ao controle do pensamento coletivo.
Alternativa E
A figura destacada destoa das outras, as quais seguem uma mesma direção e são controladas, pois têm chave para dar corda. Já a figura escura caminha na direção oposta, não tem a chave de corda e, portanto, representa uma “reação ao controle do pensamento coletivo”.
(Enem)
WILL. Disponível em: www.willtirando.com.br. Acesso em: 7 nov. 2013.
Opportunity é o nome de um veículo explorador que aterrissou em Marte com a missão de enviar informações à Terra. A charge apresenta uma crítica ao(à)
A) gasto exagerado com o envio de robôs a outros planetas.
B) exploração indiscriminada de outros planetas.
C) circulação digital excessiva de autorretratos.
D) vulgarização das descobertas espaciais.
E) mecanização das atividades humanas.
Alternativa C
Na charge, o robô assume a postura clássica das pessoas que tiram selfies ou autorretratos, o que pode significar uma crítica à “circulação digital excessiva de autorretratos”.
(Concurso Público Nacional Unificado - Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
A ciência e a tecnologia como estratégias de desenvolvimento
Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades que derivam da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.
Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos — seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte — são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído. Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.
Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, anunciou que seu livro The Death of Expertise, em português “A Morte da Expertise”, aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o movimento antivacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em contrário, parecem corroborar que a análise de Nichols está correta.
A despeito de a qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento, que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nessa sociedade desigual, repleta de problemas, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar. Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.
Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologia-como-estrategia-de-desenvolvimento. Acesso em: 10 fev. 2024. Adaptado.
No desenvolvimento argumentativo do texto, os aspectos apontados como fomentadores do desenvolvimento científico e tecnológico são a
A) busca de melhor qualidade de vida e a incredulidade intelectual.
B) crise de legitimação social e os investimentos públicos em ciência.
C) curiosidade e a busca de solução dos problemas da humanidade.
D) desigualdade e a desconfiança do cidadão comum no conhecimento científico.
E) sabedoria dos pesquisadores e a utilização de métodos inovadores.
Alternativa C
No texto, os aspectos apontados como fomentadores do desenvolvimento científico e tecnológico são a “curiosidade e a busca de solução dos problemas da humanidade”. Isso pode ser comprovado por meio destes trechos: “Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação” (parágrafo 1) e “Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade” (parágrafo 3).
(Concurso Público Nacional Unificado - Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
A ciência e a tecnologia como estratégias de desenvolvimento
Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades que derivam da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.
Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos — seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte — são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído. Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.
Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, anunciou que seu livro The Death of Expertise, em português “A Morte da Expertise”, aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o movimento antivacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em contrário, parecem corroborar que a análise de Nichols está correta.
A despeito de a qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento, que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nessa sociedade desigual, repleta de problemas, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar. Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.
Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologia-como-estrategia-de-desenvolvimento. Acesso em: 10 fev. 2024. Adaptado.
O principal recurso argumentativo utilizado no texto para defender a importância da ciência e da tecnologia como estratégias de desenvolvimento é a
A) citação de depoimentos de pesquisadores e estudiosos sobre a produção científica atual.
B) descrição de iniciativas para o atendimento às necessidades econômicas da população brasileira.
C) enumeração de benefícios do avanço científico e tecnológico para a humanidade.
D) utilização de vocabulário técnico como garantia de maior confiabilidade acadêmica.
E) referência aos movimentos negacionistas como frutos da baixa legitimação social da ciência na atualidade.
Alternativa C
O principal recurso argumentativo utilizado no texto para defender a importância da ciência e da tecnologia como estratégias de desenvolvimento é a “enumeração de benefícios do avanço científico e tecnológico para a humanidade”. Isso pode ser comprovado com o conteúdo do parágrafo 2: “Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades que derivam da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século”.
(Concurso Público Nacional Unificado - Adaptada) Leia o texto para responder à questão.
A ciência e a tecnologia como estratégias de desenvolvimento
Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades que derivam da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.
Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos — seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte — são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído. Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.
Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, anunciou que seu livro The Death of Expertise, em português “A Morte da Expertise”, aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o movimento antivacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em contrário, parecem corroborar que a análise de Nichols está correta.
A despeito de a qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento, que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nessa sociedade desigual, repleta de problemas, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar. Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.
Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologia-como-estrategia-de-desenvolvimento. Acesso em: 10 fev. 2024. Adaptado.
Na organização temática do texto, depois da referência à descrença do cidadão comum em relação ao conhecimento técnico e científico, desenvolve-se a ideia de que a(o)
A) criação de mais canais de comunicação e de melhores meios de transporte nos permite trabalhar menos e ter mais tempo para o lazer.
B) desigualdade social vem aumentando em países em desenvolvimento, apesar do avanço científico e tecnológico.
C) redução da mortalidade por doenças infecciosas tem como consequência o aumento da longevidade dos seres humanos.
D) empreendimento científico e tecnológico do ser humano é responsável por realizações, como o domínio do fogo.
E) surgimento da agricultura e da indústria modernas é fruto do desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade.
Alternativa B
Depois da referência à descrença do cidadão comum em relação ao conhecimento técnico e científico, desenvolve-se a ideia de que a “desigualdade social vem aumentando em países em desenvolvimento, apesar do avanço científico e tecnológico”. Assim, no quarto parágrafo, o autor fala da “descrença do cidadão comum em relação ao conhecimento técnico e científico” e inicia o próximo parágrafo com a afirmação “A despeito de a qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente”. Essa é, portanto, a organização temática do texto mencionada no enunciado.
(Concurso Público Nacional Unificado - Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
A ciência e a tecnologia como estratégias de desenvolvimento
Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades que derivam da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.
Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos — seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte — são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído. Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.
Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, anunciou que seu livro The Death of Expertise, em português “A Morte da Expertise”, aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o movimento antivacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em contrário, parecem corroborar que a análise de Nichols está correta.
A despeito de a qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento, que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nessa sociedade desigual, repleta de problemas, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar. Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.
Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologia-como-estrategia-de-desenvolvimento. Acesso em: 10 fev. 2024. Adaptado.
De acordo com o texto, um problema crônico a ser enfrentado pela ciência e pela tecnologia nos países em desenvolvimento é a(o)
A) desigualdade social.
B) mecanização do trabalho.
C) redução da mortalidade.
D) movimento antivacina.
E) financiamento da pesquisa.
Alternativa A
Diz o texto: “Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento, que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nessa sociedade desigual, repleta de problemas, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar”; ou seja: a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar para combater os problemas de uma sociedade desigual.
(Concurso Público Nacional Unificado) Leia o texto a seguir para responder à questão.
A ciência e a tecnologia como estratégias de desenvolvimento
Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades que derivam da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.
Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos — seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte — são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído. Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.
Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, anunciou que seu livro The Death of Expertise, em português “A Morte da Expertise”, aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o movimento antivacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em contrário, parecem corroborar que a análise de Nichols está correta.
A despeito de a qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento, que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nessa sociedade desigual, repleta de problemas, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar. Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.
Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologia-como-estrategia-de-desenvolvimento. Acesso em: 10 fev. 2024. Adaptado.
O referente do termo destacado em negrito está corretamente explicitado entre colchetes no seguinte trecho do
A) parágrafo 2 – “O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui.” [empreendimento científico e tecnológico]
B) parágrafo 3 – “Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.” [desafios e aspirações humanas]
C) parágrafo 4 – “aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos” [conhecimento técnico e científico]
D) parágrafo 5 – “Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil” [avanço científico e tecnológico]
E) parágrafo 5 – “Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.” [sociedade desigual dos países em desenvolvimento]
Alternativa E
A localização e o entendimento dos elementos coesivos ou referentes textuais são essenciais para a compreensão e consequente interpretação de um texto. Assim, na alternativa A, o pronome possessivo “sua” está relacionado à história do ser humano. Na alternativa B, o pronome pessoal “elas” se refere à ciência e à tecnologia. Na alternativa C, o pronome demonstrativo “isso” faz menção à descrença. Na alternativa D, o pronome demonstrativo “esse” se refere ao problema da desigualdade. Por fim, na alternativa E, o pronome demonstrativo “essa” faz referência à sociedade desigual.
(Concurso Público Nacional Unificado - Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
A ciência e a tecnologia como estratégias de desenvolvimento
Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade humana, descompromissada de resultados concretos e livre de qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão presentes desde o domínio do fogo até as imensas potencialidades que derivam da moderna ciência da informação, passando pela domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e da indústria modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida de toda a humanidade no último século.
Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros seres humanos — seja por meio de mais canais de comunicação ou de melhores meios de transporte — são alguns dos desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a tecnologia têm contribuído. Elas são os fatores-chave para explicar a redução da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres humanos.
Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, anunciou que seu livro The Death of Expertise, em português “A Morte da Expertise”, aborda a descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e, mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o movimento antivacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em contrário, parecem corroborar que a análise de Nichols está correta.
A despeito de a qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a desigualdade vem aumentando no período mais recente. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam problemas crônicos do subdesenvolvimento, que vão desde o acesso à saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas. É, portanto, nessa sociedade desigual, repleta de problemas, que a atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar. Também é essa sociedade que decidirá, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a empreitada científica e tecnológica.
Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões, tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas, como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a ciência e a tecnologia nos dias de hoje.
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-tecnologia-como-estrategia-de-desenvolvimento. Acesso em: 10 fev. 2024. Adaptado.
No desenvolvimento do texto, estabelece-se uma relação de oposição de sentido entre os verbos
A) “anunciar” e “abordar” (parágrafo 4).
B) “aumentar” e “abundar” (parágrafo 5).
C) “corroborar” e “enfrentar” (parágrafo 4).
D) “limitar” e “impulsionar” (parágrafo 6).
E) “reduzir” e “separar” (parágrafo 3).
Alternativa D
Os verbos “limitar” e “impulsionar”, utilizados no texto, apresentam oposição de sentido. Eles estão presentes na pergunta: “Quais são as condições sociais que limitam ou impulsionam a atividade científica?”. A percepção dessa oposição é importante na compreensão e interpretação textual, já que o texto fala da importância da atividade científica mas também da recentre hostilidade em relação a essa atividade.
(Enem)
Zero Hora, jun. 2008 (adaptado).
Dia do Músico, do Professor, da Secretária, do Veterinário... Muitas são as datas comemoradas ao longo do ano e elas, ao darem visibilidade a segmentos específicos da sociedade, oportunizam uma reflexão sobre a responsabilidade social desses segmentos. Nesse contexto, está inserida a propaganda da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em que se combinam elementos verbais e não verbais para se abordar a estreita relação entre imprensa, cidadania, informação e opinião. Sobre essa relação, depreende-se do texto da ABI que,
A) para a imprensa exercer seu papel social, ela deve transformar opinião em informação.
B) para a imprensa democratizar a opinião, ela deve selecionar a informação.
C) para o cidadão expressar sua opinião, ele deve democratizar a informação.
D) para a imprensa gerar informação, ela deve fundamentar-se em opinião.
E) para o cidadão formar sua opinião, ele deve ter acesso à informação.
Alternativa E
Os textos verbal e não verbal sugerem que “se a informação não chega” ao cérebro, “a opinião não sai” do cérebro. Portanto, concluímos que, sem informação, não é possível expressar uma opinião.
(Unimontes – Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
A incapacidade de ser verdadeiro
Carlos Drummond de Andrade
Paulo tinha fama de ser mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez, Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
— Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
O diagnóstico do médico a respeito do menino foi feito com base
A) nos poemas que ele escreveu e mostrou ao médico.
B) no fato de ele ficar no pátio nas horas de aula.
C) no possível relato que a mãe fez de suas fantasias.
D) nos castigos que a mãe aplicava nele por não estudar.
Alternativa C
A mãe levou o menino ao médico por causa das fantasias do filho, as quais o médico associou à poesia, uma vez que a poesia está ligada a coisas fantásticas e incomuns. Portanto, o diagnóstico do médico só pode ter sido feito com base “no possível relato que a mãe fez de suas fantasias”.
(Unimontes – Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
A incapacidade de ser verdadeiro
Carlos Drummond de Andrade
Paulo tinha fama de ser mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez, Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
— Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
O médico afirmou que o menino era um “caso de poesia” por todos estes aspectos de seu comportamento, EXCETO
A) inventividade.
B) criatividade.
C) irresponsabilidade.
D) espiritualidade.
Alternativa C
A poesia pode ser associada a: inventividade, criatividade e espiritualidade (uma vez que ultrapassa o plano da matéria). No contexto da obra, contudo, não pode ser associada à irresponsabilidade, pois o menino não pratica nenhum ato irresponsável, apenas relata suas fantasias.
(Unimontes)
Reinvenção
Cecília Meireles
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
[...]
Porque a vida, a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Em relação ao texto de Cecília Meireles, é INCORRETO afirmar que
A) os elementos do mundo natural a ajudam a sentir-se livre.
B) a existência do sol e da lua é uma ilusão dos homens.
C) ela confere dinamismo e vida a elementos do mundo natural.
D) os elementos do mundo natural, sol e lua, a ajudam a reinventar a vida.
Alternativa B
No texto, ao mencionar o Sol e a Lua, o eu lírico se mostra livre, sem “algemas”. Também descreve um ambiente dinâmico, em que o Sol anda pelas campinas e a Lua retira as algemas dos braços do eu lírico. No entanto, tudo isso é ilusão, invenção do eu lírico. Assim, em nenhum momento, o texto afirma que a existência do Sol e da Lua é uma ilusão, ou seja, ele não nega a existência do Sol e da Lua. A ilusão é a vida reinventada.
(Unimontes - Adaptada) Leia o texto para responder à questão.
Dom Quixote
“...Quatro dias levou a cismar que nome lhe poria, porque (segundo ele a si próprio se dizia) não era razão que um cavalo de tão famoso cavaleiro, e ele mesmo de si tão bom, ficasse sem nome aparatoso; [...] e assim, depois de escrever, riscar, e trocar muitos nomes, ajuntou, desfez, e refez na própria lembrança outros, até que acertou em o apelidar ‘Rocinante’...
Posto a seu cavalo nome tanto a contento, quis também arranjar outro para si; nisso gastou mais oito dias; e ao cabo deparou em chamar-se Dom Quixote. [...]
Neste meio tempo, solicitou Dom Quixote a um lavrador seu vizinho, homem de bem (se tal título se pode dar a um pobre), e de pouco sal na moleira; tanto em suma lhe disse, tanto lhe martelou, que o pobre rústico se determinou em sair com ele, servindo-lhe de escudeiro. [...] Sancho Pança, que assim se chamava o lavrador, deixou mulher e filhos e se assoldadou por escudeiro do fidalgo. [...] pensava em levar um asno que tinha muito bom, porque não estava acostumado a andar muito a pé. [...] Feito e cumprido tudo, sem se despedir Pança dos filhos e mulher, nem Dom Quixote da ama e da sobrinha, saíram uma noite do lugar sem os ver alma viva, e tão de levada se foram que, ao amanhecer, já se iam seguros de que os não encontrariam, por mais que os rastejassem.”
Miguel de Cervantes, Dom Quixote de la Mancha.
Quando, no texto, se diz que Sancho Pança tinha “pouco sal na moleira”, deseja-se constatar a seguinte característica do personagem:
A) a sua preguiça.
B) a sua prudência.
C) a sua inconsequência.
D) a sua seriedade.
Alternativa C
Para interpretar a expressão “pouco sal na moleira”, a leitora e o leitor precisam ter um conhecimento extratextual e saber que tal expressão está associada à falta de juízo e, portanto, à inconsequência.
(Unimontes - Adaptada) Leia o texto para responder à questão.
Dom Quixote
“...Quatro dias levou a cismar que nome lhe poria, porque (segundo ele a si próprio se dizia) não era razão que um cavalo de tão famoso cavaleiro, e ele mesmo de si tão bom, ficasse sem nome aparatoso; [...] e assim, depois de escrever, riscar, e trocar muitos nomes, ajuntou, desfez, e refez na própria lembrança outros, até que acertou em o apelidar ‘Rocinante’...
Posto a seu cavalo nome tanto a contento, quis também arranjar outro para si; nisso gastou mais oito dias; e ao cabo deparou em chamar-se Dom Quixote. [...]
Neste meio tempo, solicitou Dom Quixote a um lavrador seu vizinho, homem de bem (se tal título se pode dar a um pobre), e de pouco sal na moleira; tanto em suma lhe disse, tanto lhe martelou, que o pobre rústico se determinou em sair com ele, servindo-lhe de escudeiro. [...] Sancho Pança, que assim se chamava o lavrador, deixou mulher e filhos e se assoldadou por escudeiro do fidalgo. [...] pensava em levar um asno que tinha muito bom, porque não estava acostumado a andar muito a pé. [...] Feito e cumprido tudo, sem se despedir Pança dos filhos e mulher, nem Dom Quixote da ama e da sobrinha, saíram uma noite do lugar sem os ver alma viva, e tão de levada se foram que, ao amanhecer, já se iam seguros de que os não encontrariam, por mais que os rastejassem.”
Miguel de Cervantes, Dom Quixote de la Mancha.
O personagem Dom Quixote articula uma fuga. O que sinaliza, no texto, para o leitor, que ele partia em busca de aventuras, esperava batalhas?
A) O fato de ele solicitar Sancho Pança como seu escudeiro.
B) O fato de saírem furtivamente, sem se despedirem de ninguém.
C) A preocupação em não partir, sem antes apelidar-se e a seu cavalo.
D) A prudência em querer levar consigo um homem de bem, Sancho Pança.
Alternativa A
Se Dom Quixote precisa de um escudeiro (homem que acompanha o cavaleiro e leva seu escudo) é porque pretende participar de aventuras e batalhas típicas da Idade Média. Para quem não leu a obra, saiba que Dom Quixote acreditava ser um cavaleiro medieval depois de ficar louco por ler muitos romances de cavalaria.
(Enem)
Até que ponto replicar conteúdo é crime? “A internet e a pirataria são inseparáveis”, diz o diretor do instituto de pesquisas americano Social Science Research Council. “Há uma infraestrutura pequena para controlar quem é o dono dos arquivos que circulam na rede. Isso acabou com o controle sobre a propriedade e tem sido descrito como pirataria, mas é inerente à tecnologia”, afirma o diretor. O ato de distribuir cópias de um trabalho sem a autorização dos seus produtores pode, sim, ser considerado crime, mas nem sempre essa distribuição gratuita lesa os donos dos direitos autorais. Pelo contrário. Veja o caso do livro O alquimista, do escritor Paulo Coelho. Após publicar, para download gratuito, uma versão traduzida da obra em seu blog, Coelho viu as vendas do livro em papel explodirem.
BARRETO, J.; MORAES, M. A internet existe sem pirataria? Veja, n. 2.308, 13 fev. 2013 (adaptado).
De acordo com o texto, o impacto causado pela internet propicia a
A) banalização da pirataria na rede.
B) adoção de medidas favoráveis aos editores.
C) implementação de leis contra crimes eletrônicos.
D) reavaliação do conceito de propriedade intelectual.
E) ampliação do acesso a obras de autores reconhecidos.
Alternativa D
A “reavaliação do conceito de propriedade intelectual” ocorre em função da internet. Afinal, como diz o texto: “O ato de distribuir cópias de um trabalho sem a autorização dos seus produtores pode, sim, ser considerado crime, mas nem sempre essa distribuição gratuita lesa os donos dos direitos autorais”. O texto também afirma que há “uma infraestrutura pequena para controlar quem é o dono dos arquivos que circulam na rede” e, em função disso, não há “controle sobre a propriedade e [isso] tem sido descrito como pirataria, mas é inerente à tecnologia”.
(Enem)
CIPRIANI, F. Disponível em: www.snmsolutions.com.br. Acesso em: 15 maio 2013 (adaptado).
O consumidor do século XXI, chamado de novo consumidor social, tende a se comportar de modo diferente do consumidor tradicional. Pela associação das características apresentadas no diagrama, infere-se que esse novo consumidor sofre influência da
A) cultura do comércio eletrônico.
B) busca constante pelo menor preço.
C) divulgação de informações pelas empresas.
D) necessidade recorrente de consumo.
E) postura comum aos consumidores tradicionais.
Alternativa A
Segundo o diagrama, o novo consumidor social “sofre influência da cultura do comércio eletrônico”, já que “tende a comprar mais on-line do que off-line”, além de estar engajado em ações virtuais referentes a produtos e serviços.
(Enem)
TEXTO I
Disponível em: http://revistaiiqb.usac.edu.gt. Acesso em: 25 abr. 2018 (adaptado).
TEXTO II
Imaginemos um cidadão, residente na periferia de um grande centro urbano, que diariamente acorda às 5h para trabalhar, enfrenta em média 2 horas de transporte público, em geral lotado, para chegar às 8h ao trabalho. Termina o expediente às 17h e chega em casa às 19h para, aí sim, cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos etc. Como dizer a essa pessoa que ela deve praticar exercícios, pois é importante para sua saúde? Como ela irá entender a mensagem da importância do exercício físico? A probabilidade de essa pessoa praticar exercícios regularmente é significativamente menor que a de pessoas da classe média/ alta que vivem outra realidade. Nesse caso, a abordagem individual do problema tende a fazer com que a pessoa se sinta impotente em não conseguir praticar exercícios e, consequentemente, culpada pelo fato de ser ou estar sedentária.
FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. RBCE, n. 2, jan. 2001 (adaptado).
O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro acerca do impacto de mudanças no estilo de vida na saúde, apresenta uma visão
A) medicalizada, que relaciona a prática de exercícios físicos por qualquer indivíduo à promoção da saúde.
B) ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na prática de exercícios no cotidiano.
C) crítica, que associa a interferência das tarefas da casa ao sedentarismo do indivíduo.
D) focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade pela prevenção de doenças.
E) geracional, que preconiza a representação do culto à jovialidade.
Alternativa B
O segundo texto apresenta uma visão ampliada em relação ao primeiro texto, pois “considera aspectos sociais intervenientes na prática de exercícios no cotidiano” ao apontar diferenças entre a realidade de uma pessoa pobre e de outras de classe média/ alta. Por passar grande parte do tempo dedicado ao trabalho, o cidadão da periferia não tem tempo para a prática de exercícios físicos. Portanto, o texto é crítico, mas não se limita a associar “a interferência das tarefas de casa ao sedentarismo”, já que aponta outros elementos, sendo o principal deles o tempo exigido pelo trabalho assalariado.
(Enem)
De vez em quando, nas redes sociais, a gente se pega compartilhando notícias falsas, fotos modificadas, boatos de todo tipo. O problema é quando a matéria é falsa. E, pior ainda, se é uma matéria falsa que não foi criada por motivos humorísticos ou literários (sim, considero o “jornalismo ficcional” uma interessante forma de literatura), mas para prejudicar a imagem de algum partido ou de algum político, não importa de que posição ou tendência. Inventa-se uma arbitrariedade ou falcatrua, joga-se nas redes sociais e aguarda-se o resultado. Nesse caso, a multiplicação da notícia falsa (que está sempre sujeita a ser denunciada juridicamente como injúria, calúnia ou difamação) se dá em várias direções.
Antes de curtir, comentar ou compartilhar, procuro checar as fontes, ir aos links originais.
TAVARES, B. Disponível em: www.cartafundamental.com.br. Acesso em: 20 jan. 2015 (adaptado).
O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos pode ter como consequência a
A) displicência natural das pessoas que navegam pela internet.
B) desconstrução das relações entre jornalismo e literatura.
C) impossibilidade de identificação da origem dos textos.
D) disseminação de ações criminosas na internet.
E) obtenção de maior popularidade nas redes.
Alternativa D
O texto expõe a preocupação de uma leitora de notícias on-line de que o compartilhamento de conteúdos falsos pode ter como consequência a “disseminação de ações criminosas na internet”, ou seja, a “injúria, calúnia ou difamação” são ações criminosas associadas à “multiplicação da notícia falsa”.
(Unimontes – Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
As três experiências
Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O “amar os outros” é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.
E nasci para escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo. Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que foi esta que eu segui. Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que, para escrever, o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu tivesse a língua em meu poder. E no entanto cada vez que vou escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estreia penosa e feliz. Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que eu chamo de viver e escrever.
Quanto a meus filhos, o nascimento deles não foi casual. Eu quis ser mãe. Meus dois filhos foram gerados voluntariamente. Os dois meninos estão aqui, ao meu lado. Eu me orgulho deles, eu me renovo neles, eu acompanho seus sofrimentos e angústias, eu lhes dou o que é possível dar. Se eu não fosse mãe, seria sozinha no mundo. Mas tenho uma descendência e para eles no futuro eu preparo meu nome dia a dia. Sei que um dia abrirão as asas para o voo necessário, e eu ficarei sozinha. É fatal, porque a gente não cria os filhos para a gente, nós os criamos para eles mesmos. Quando eu ficar sozinha estarei cumprindo o destino de todas as mulheres [...].
LISPECTOR, Clarice. Crônicas para jovens. Rio de Janeiro: Rocco, 2010. Adaptado.
Com o enunciado “Ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca”, a autora
A) permite que, ao lermos, desconfiemos da humildade de alguém que prefere amar a receber amor.
B) está convencida de que disso depende a criação de seus filhos.
C) busca ressaltar que “amar os outros” transcende “receber amor em troca”.
D) julga que seu tempo será curto e passará rápido, instigando-a a cumprir sua missão.
Alternativa C
A autora “busca ressaltar que ‘amar os outros’ transcende ‘receber amor em troca’”. Afinal, ao afirmar que “Ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca”, ela coloca o ato de dar amor em posição superior ao ato de receber amor, já que utiliza a locução adverbial “às vezes”, a qual indica que nem sempre alguém vai receber amor ao dar amor.
(Unimontes - Adaptada) Leia o texto a seguir para responder à questão.
As três experiências
Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O “amar os outros” é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.
E nasci para escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo. Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que foi esta que eu segui. Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que, para escrever, o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu tivesse a língua em meu poder. E no entanto cada vez que vou escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estreia penosa e feliz. Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que eu chamo de viver e escrever.
Quanto a meus filhos, o nascimento deles não foi casual. Eu quis ser mãe. Meus dois filhos foram gerados voluntariamente. Os dois meninos estão aqui, ao meu lado. Eu me orgulho deles, eu me renovo neles, eu acompanho seus sofrimentos e angústias, eu lhes dou o que é possível dar. Se eu não fosse mãe, seria sozinha no mundo. Mas tenho uma descendência e para eles no futuro eu preparo meu nome dia a dia. Sei que um dia abrirão as asas para o voo necessário, e eu ficarei sozinha. É fatal, porque a gente não cria os filhos para a gente, nós os criamos para eles mesmos. Quando eu ficar sozinha estarei cumprindo o destino de todas as mulheres [...].
LISPECTOR, Clarice. Crônicas para jovens. Rio de Janeiro: Rocco, 2010. Adaptado.
O tom desse texto é
A) confessional.
B) interpelativo.
C) irônico.
D) mistificador.
Alternativa A
Por utilizar a primeira pessoa, o texto tem um tom confessional. No mais, ele não apresenta perguntas nem ironias (zombarias). O texto também não tem caráter místico, ele fala do cotidiano e da realidade da autora.
(USP)
O feminismo negro não é uma luta meramente identitária, até porque branquitude e masculinidade também são identidades. Pensar feminismos negros é pensar projetos democráticos. Hoje afirmo isso com muita tranquilidade, mas minha experiência de vida foi marcada pelo incômodo de uma incompreensão fundamental. Não que eu buscasse respostas para tudo. Na maior parte da minha infância e adolescência, não tinha consciência de mim. Não sabia por que sentia vergonha de levantar a mão quando a professora fazia uma pergunta já supondo que eu não saberia a resposta. Por que eu ficava isolada na hora do recreio. Por que os meninos diziam na minha cara que não queriam formar par com a “neguinha” na festa junina. Eu me sentia estranha e inadequada, e, na maioria das vezes, fazia as coisas no automático, me esforçando para não ser notada.
Djamila Ribeiro, Quem tem medo do feminismo negro?
O trecho que melhor define a “incompreensão fundamental” referida pela autora é:
A) “não que eu buscasse respostas para tudo”.
B) “não tinha consciência de mim”.
C) “Por que eu ficava isolada na hora do recreio”.
D) “me esforçando para não ser notada”.
E) “sentia vergonha de levantar a mão”.
Alternativa B
A “incompreensão fundamental” à qual se refere a autora significa que ela não tinha consciência de si mesma, como Djamila Ribeiro afirma no texto.
(USP)
Hoje fizeram o enterro de Bela. Todos na Chácara se convenceram de que ela estava morta, menos eu. Se eu pudesse não deixaria enterrá‐la ainda. Disse isso mesmo a vovó, mas ela disse que não se pode fazer assim. Bela estava igualzinha à que ela era no dia em que chegou da Formação, só um pouquinho mais magra.
Todos dizem que o sofrimento da morte é a luta da alma para se largar do corpo. Eu perguntei a vovó: “Como é que a alma dela saiu sem o menor sofrimento, sem ela fazer uma caretinha que fosse?”. Vovó disse que tudo isso é mistério, que nunca a gente pode saber essas coisas com certeza. Uns sofrem muito quando a alma se despega do corpo, outros morrem de repente sem sofrer.
Helena Morley, Minha vida de menina.
Perguntas
Numa incerta hora fria
perguntei ao fantasma
que força nos prendia,
ele a mim, que presumo
estar livre de tudo
eu a ele, gasoso,
[...]
No voo que desfere
silente e melancólico,
rumo da eternidade,
ele apenas responde
(se acaso é responder
a mistérios, somar‐lhes
um mistério mais alto):
Amar, depois de perder.
Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.
As perguntas da menina e do poeta versam sobre a morte. É correto afirmar que
A) ambos guardam uma dimensão transcendente e católica, de origem mineira.
B) ambos ouvem respostas que lhes esclarecem em definitivo as dúvidas existenciais.
C) a menina mostra curiosidade acerca da morte como episódio e o poeta especula o sentido filosófico da morte.
D) a menina está inquieta por conhecer o destino das almas, enquanto o poeta critica o ceticismo.
E) as duas respostas reforçam os mistérios da vida ao acolherem crenças populares.
Alternativa C
Na prosa de Helena Morley, a menina tem curiosidade sobre o acontecimento “morte”, isto é, o ato de morrer. Já no poema de Carlos Drummond de Andrade, o eu lírico menciona um fantasma e pergunta a ele qual força os une. Tem como resposta: “Amar, depois de perder”. Daí o sentido filosófico, sugerindo a ideia de que o amor transcende a morte.
(UFJF)
O que é um meme?
por Nova Escola
02/06/2015
Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava nem aí para a cultura digital? O renomado (e polêmico) biólogo britânico Richard Dawkins, um dos principais cientistas que estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na semana passada para uma palestra e explicou a origem do conceito, cunhado em seu best-seller O gene egoísta, de 1976.
O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção natural acontece a partir dos genes. Eles “buscam” a sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e de se reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria terminar o livro com a proposta de que a cultura também se espalha como os genes. O meme é o equivalente cultural do gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por meio da imitação.
Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele disse que não se importa com a apropriação: “A internet é um fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um belo ambiente para o meme espalhar!”, disse.
Texto adaptado. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-um-meme#. Acesso em: 18 jul. 2019.
Com base no texto, pode-se dizer que meme:
A) É um termo recente, criado no contexto da internet, para nomear conteúdos digitais satíricos, que apresentam a característica de se propagar rapidamente.
B) É um termo criado fora do contexto da internet para descrever informações genéticas que são capazes de se espalhar rapidamente de um organismo para outro.
C) É um termo que, embora nascido fora do contexto da internet, foi aplicado ao mundo multimídia pelo próprio criador do termo, através de uma comparação do conceito de gene na biologia.
D) É um termo proposto fora do contexto da internet, sendo uma analogia ao conceito biológico de gene, em alusão à sua capacidade de se propagar de um indivíduo para outro.
E) É um termo de origem grega, cunhado por um biólogo, para nomear conteúdos culturais que se propagam, exclusivamente pela internet, através das redes sociais.
Alternativa D
Segundo o texto, a palavra “meme” foi criada fora do contexto da internet para indicar que “a cultura também se espalha como os genes”, portanto, “uma analogia ao conceito biológico de gene”. No texto, o biólogo afirma que o “meme é o equivalente cultural do gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por meio da imitação”. Assim, faz “alusão à sua capacidade [do gene] de se propagar de um indivíduo para outro”. Além disso, como afirma o biólogo, “meme” não é um termo recente: “A internet é um fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um belo ambiente para o meme espalhar!”. Por fim, o texto não afirma que as informações genéticas são capazes de se espalhar rapidamente, de forma que a alternativa B está incorreta.