Exercícios sobre Darwinismo Social
(UNESP) Ao final do século passado, a dominação e a espoliação assumiam características novas nas áreas partilhadas e neocolonizadas. A crença no progresso, o darwinismo social e a pretensa superioridade do homem branco marcavam o auge da hegemonia europeia. Assinale a alternativa que encerra, no plano ideológico, certo esforço para justificar interesses imperialistas.
a) A humilhação sofrida pela China, durante um século e meio, é algo inimaginável para os ocidentais.
b) A civilização deve ser imposta aos países e raças onde ela não pode nascer espontaneamente.
c) A invasão de tecidos de algodão do Lancashire desferiu sério golpe no artesanato indiano.
d) A diplomacia do canhão e do fuzil, a ação dos missionários e dos viajantes naturalistas contribuíram para quebrar a resistência cultural das populações africanas, asiáticas e latino-americanas.
e) O mapa das comunicações nos ensina: as estradas de ferro colocavam os portos das áreas colonizadas em contato com o mundo exterior.
Letra B
A doutrina do Darwinismo Social, que considerava algumas “raças” inferiores e menos sofisticadas que outras, serviu de base para a ideologia imperialista europeia de fins do século XIX e início do século XX. As potências europeias lançaram-se à colonização dos continentes africano e asiático valendo-se do argumento de que levariam a “civilização” e o “progresso”, sobretudo tecnológico, a tais continentes.
O Darwinismo Social pode ser definido corretamente como:
a) o estudo da vida biológica em sociedade, como as sociedades das abelhas, das formigas etc.
b) a tentativa de igualar, a nível de organização social, os animais superiores, como os mamíferos, e a sociedade dos homens.
c) o período da atividade intelectual de Charles Darwin em que o naturalista inglês dedicou-se à criação da Sociologia, ao lado de nomes como August Comte.
d) a transposição da teoria da evolução das espécies e da seleção natural do terreno da ciência natural para a realidade sociocultural.
e) a tentativa de estabelecer relação entre o comportamento animal e o comportamento humano a partir de experimentos psicológicos.
Letra D
O Darwinismo Social foi elaborado por intelectuais como o sociólogo Herbert Spencer. Spencer procurou adaptar as teses do naturalista inglês Charles Darwin sobre a evolução das espécies e a seleção natural (na qual, ao longo da história natural, sobrevive aquele que se adapta melhor) à estrutura da realidade social e cultural. Spencer imaginava que a civilização europeia era superior às demais porque havia conseguido melhor capacidade de domínio dos recursos naturais (por meio da indústria), melhor entendimento filosófico e científico, melhor desenvolvimento artístico etc.
(FGV) Leia atentamente o texto abaixo e depois assinale a alternativa correta:
"As bases de inspiração dessas novas elites eram as correntes cientificistas, o darwinismo social do inglês Spencer, o monismo alemão e o positivismo francês de Auguste Comte. Sua principal base de apoio econômico e político procedia da recente riqueza gerada pela expansão da cultura cafeeira no Sudeste do país, em decorrência das crescentes demandas de substâncias estimulantes por parte das sociedades que experimentavam a intensificação do ritmo de vida e da cadência do trabalho" (SEVCENKO, N. “Introdução”. In: História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia das Letra, 1998, p. 14).
a) A difusão das teorias cientificistas e evolucionistas ao longo do século XIX forneceram argumentos para a crítica das práticas neocolonialistas, favorecendo o processo de descolonização. b) A influência das teorias cientificistas no Brasil é exemplificada, principalmente, pela formação de uma elite que estabeleceu uma plataforma de modernização que tinha como base o desenvolvimento comercial e agrícola do país.
c) Apesar de o consumo do café estar adequado à aceleração do ritmo social no século XIX, a industrialização brasileira processou-se independentemente do complexo cafeeiro.
d) A incorporação do positivismo pelos militares brasileiros foi impedida pelas definições de Comte sobre o tipo militar como característico do regime teológico, marcado pelo domínio da força, da guerra e do comando irracional, ao contrário do tipo industrial que se manifestava na cooperação, na livre produção e na aceitação racional.
e) A adoção do ideário cientificista favoreceu a separação da Igreja e do Estado, bem como repercutiu no projeto de modernização conservadora das elites brasileiras no período republicano.
Letra E
Ao lado do positivismo, o darwinismo social chegou a ter recepção no Brasil na passagem do século XIX para o século XX e pode ser constatado no modo como alguns intelectuais pertencentes às elites desse período viam negativamente o problema da miscigenação no Brasil – como é o caso de Sylvio Romero. Todavia, em última instância, o darwinismo social não chegou a produzir segregação racial entre nós. Entretanto, a aliança do darwinismo social com o positivismo deu a base para a laicidade republicana, que separou a Igreja do Estado em 1889.
Podemos dizer que uma das consequências da doutrina do Darwinismo Social, elaborada no século XIX, foi:
a) o aperfeiçoamento das sociedades democráticas e a evolução tecnológica ocidental.
b) as lutas pelos direitos civis e pela “igualdade racial”.
c) as políticas de segregação racial do século XX.
d) as leis de segregação racial implementadas no Brasil durante o período republicano.
e) a dessegregação racial nos Estados Unidos na primeira metade do século XX.
Letra C
O Darwinismo Social deu sustentação teórica para políticas de segregação racial do século XX justamente por fazer crer que há “raças” inferiores e “raças” superiores. Foi isso que ocorreu na Alemanha nazista, com relação aos judeus; e nos Estados Unidos e na África do Sul, com relação aos negros.